Mesmo sem torcida, aproveitamento dos mandantes é quase o dobro dos visitantes

Até aqui, são 23 vitórias dos mandantes, 11 empates e 11 vitórias dos times de fora

Ainda estamos no meio de uma terrível crise sanitária. Mortes diárias acontecem, e já não causam espanto a grande maioria, e apenas dor para as famílias daqueles que se foram. A divulgação dos boletins informativos que contam as mortes perdeu a audiência e a vida segue com Maria se transformando em 2.345, Pedro agora é 7.262, Dona Severina perdeu o status de mãe, avô e tia e agora sem o brilho e o olhar expressivo passou a ser tratada apenas como um número variante e ontem já não respondia mesmo quando chamada, cento e treze mil e alguma coisa. A vida segue em todos os segmentos, afinal, o show tem que continuar como já dizia o sambista carioca Arlindo Cruz. E o futebol voltou, porém, sem o seu principal ativo e essência fundamental e a única razão da sua própria existência, o TORCEDOR, tratado dado momento como o décimo segundo jogador. E qual é o impacto desta ausência para os clubes e seus resultados?

 

Este assunto já foi tratado recentemente levando com consideração ao futebol da Europa, continente que foi o primeiro a retomar o futebol, e agora alguns aspecto desta questão é abordado pelo jornal Tribuna do Paraná tendo o tema de fundo o futebol nacional. Com cinco rodadas do Brasileirão já realizadas e 47 jogos disputados – quatro da primeira rodada foram adiados e um da 11ª antecipado – dá para ver apenas uma leve queda de rendimento dos locais.

Até aqui, são 23 vitórias dos mandantes, 11 empates e 11 vitórias dos times de fora. O aproveitamento dos donos da casa é quase o dobro dos visitantes: 58,1% contra 32,6%. Se compararmos com as primeiras cinco rodadas do Campeonato Brasileiro dos últimos três anos, o desempenho atual certamente é mais equilibrado.

Em 2019, em 50 jogos, os mandantes tiveram 64,6% de aproveitamento, contra 28,6% dos visitantes. Foram 29 vitórias dos donos da casa, 11 dos de fora e mais dez empates. Números um pouco melhores do que em 2018, quando os locais somaram 61,3% dos pontos, com 25 vitórias. Por outro lado, as equipes que atuaram longe de seus domínios somaram só oito vitórias, tendo 28,6% de aproveitamento.

Já em 2017, a vantagem dos mandantes foi muito superior. Com 31 vitórias, os clubes da casa somaram 68% dos pontos nas primeiras cinco rodadas, com 25 vitórias, enquanto os visitantes só conseguiram dez triunfos, com 26% de aproveitamento.

Em 2015 jogar em seu estádio também foi fundamental. Naquela temporada, os locais tiveram 65,3% de aproveitamento, com 28 vitórias, sendo vencidos apenas em oito oportunidades – as equipes de fora só conseguiram 25,3% dos pontos disputados.

Um outro fator que mostra que a falta da torcida nos estádios não vem pesando tanto é que em 2016, quando nem se imaginava jogar todos os confrontos com portões fechados, o desempenho dos mandantes nas primeiras rodadas foi pior do que na atual temporada.

Na ocasião, os donos da casa tiveram 58% de aproveitamento, com 24 vitórias. Os visitantes tiveram números parecidos com o de agora, com 11 vitórias e 32% de rendimento. Foram mais 15 empates. A grande diferença é que em 2020 foram três jogos a menos.
Confira os números a cada temporada:

2020 – Mandantes: 23 vitórias (58,1%). Visitantes: 11 vitórias (32,6%). 13 empates

2019 – Mandantes: 29 vitórias (64,6%). Visitantes: 11 vitórias (28,6%). 10 empates

2018 – Mandantes: 25 vitórias (61,3%). Visitantes: 8 vitórias (27,3%). 17 empates

2017 – Mandantes: 31 vitórias (68%). Visitantes: 10 vitórias (26%). 9 empates

2016 – Mandantes: 24 vitórias (58%). Visitantes: 11 vitórias (32%). 15 empates

2015 – Mandantes: 28 vitórias (65,3%). Visitantes: 8 vitórias (25,3%). 14 empates

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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