O futebol brasileiro segue paralisado e sem previsão de retorno, no entanto, algumas federações e alguns clubes se movimentam para acelerar o retorno dos Estaduais, mesmo em meio à pandemia do coronavírus que segue causando muitos óbitos, ultrapassando 10 mil mortes no Brasil. No Rio de Janeiro, os clubes defendem a volta do Carioca com as partidas realizadas com portões fechados, respeitando rígidos protocolos de segurança na prevenção ao contágio do novo coronavírus. No entanto, existem exceções. Botafogo e Fluminense se posicionaram contra a retomada dos jogos.
Na última sexta-feira (8), no site da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), foi publicada uma nota com assinatura de representantes de 13 times de primeira e segunda divisões do Campeonato Carioca, exceto Botafogo e Fluminense. Além de Vasco e Flamengo, assinaram a nota da Ferj: América, Americano, Bangu, Boavista, Cabofriense, Friburguense, Madureira, Nova Iguaçu, Portuguesa, Resende e Volta Redonda.
O presidente do Alvinegro Nelson Mufarrej explicou porquê não assinou o documento. “É questão de coerência o nosso posicionamento público. Estamos próximos ao pico da pandemia com o sistema de saúde perto da asfixia e o que mais se fala é em lockdown”. O dirigente defende a ideia de que o futebol pode esperar. “O retorno tem que ser orgânico. Respeito a atitude dos demais clubes, mas entendemos ser a hora de preservar a saúde de todos e por isso não assinamos”.
O Fluminense explicou, por meio de nota oficial publicada no site do clube, o motivo pelo qual não assinou a carta da Ferj. “Não é o momento do futebol brasileiro dar qualquer sinalização de retorno do esporte quando o país inteiro, particularmente o Rio de Janeiro, está com extrema dificuldade de cumprir o isolamento social necessário para reduzir o número de contaminações e mortes”.
Trecho da nota de esclarecimento da Ferj afirma que: “por inúmeros motivos os clubes desejam retornar as suas atividades o mais breve que lhes for possível e permitido, e estão prontos para reiniciar, em primeira fase, tão somente os treinamentos, de forma responsável, restrita, reduzida, sob vigilância, sem aglomerações ou presença de público e em obediência a um rigoroso protocolo médico de normas e procedimentos imperativos , sempre comprometidos com a preservação da integridade da saúde de todos os envolvidos e também em atenção às medidas de prevenção e combate à disseminação da COVID”.