A crise causada pela pandemia do coronavírus pegou todo mundo. No futebol, até mesmos clubes com maior poder financeiro, como Flamengo e Palmeiras, sofrem. A paralisação causa impacto direto nas finanças dos clubes brasileiros que perderam receitas e lutam para diminuir os custos e evitar maiores transtornos no futuro. Em entrevista à Rádio Metrópole FM, o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, avaliou os impactos nos cofres do clube e dos demais clubes brasileiros. Segundo o mandatário, clubes com poder financeiro intermediário com faturamento grande ou menor e com razoável grau de organização, como o Bahia, pretendem sair da crise mal, mas de pé e prontos para uma recuperação.
“Não tenho a menor dúvida (que pode haver times que quebrem). O futebol brasileiro está muito perto do colapso. Basicamente há três grupos de clubes. Os clubes que tinham um nível financeiro maior, como Palmeiras e Flamengo, estão sofrendo, mas vão sair dessa crise razoavelmente bem. Os clubes de poder financeiro intermediário, com faturamento grande ou faturamento menor, mas com razoável grau de organização, como o Bahia, pretendem sair da crise mal, mas de pé, prontos para uma recuperação pós-crise. Mas tem um terceiro grupo que são os clubes desorganizados ou até organizados, mas muito pequenos, que dificilmente conseguirão retomar uma curva positiva no pós-pandemia”, falou o presidente tricolor.
Uma das medidas do Bahia para amenizar um pouco a crise foi a redução dos salários de jogadores e direção em 25% dos vencimentos, além disso, trabalha em ações voltadas para manter o máximo de sócios adimplentes possível. Segundo Bellintani, o próximo ano será de recuperação e segundo ele, muitos clubes vão sofrer agora e se afundar de vez em 2021.
“A gente acredita muito que 2020 é um ano de endividamento, um ano deficitário, e que todo clube vai gerar endividamento. Mas o clube que for muito organizado em suas finanças, dedicado e fizer uma reconstrução de sua estratégia financeira em 2020, consegue usar o ano de 2021 como processo de recuperação financeira. Muitos clubes vão sofrer agora e em 2021 vão se afundar de vez. Não vai ter como voltar ao status pré-pandemia”, finalizou.