Com a suspensão do Campeonato Baiano, o Esporte Clube Vitória decidiu pelo desmanche do time de aspirantes para reduzir os custos diante de um cenário de incertezas no futebol brasileiro em razão da pandemia do coronavírus que paralisou todas as competições. Além do Leão, outros clubes baianos tomaram a mesma decisão: Doce Mel, Juazeirense, Flu de Feira, Atlético-BA e Vitória da Conquista. A dificuldade em manter os elencos é um dos motivos pelo qual o Baianão está ameaçado de não ser concluído, foi o que indicou o vice-presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Manfredo Lessa, citando também a falta de calendário.
Os jogadores com idade sub-20 voltarão para as categorias de base, enquanto os que possuem mais de 20 anos podem ser emprestados. O técnico Agnaldo Liz foi demitido na última quinta-feira. Após anunciar o fim da equipe sub-23, o presidente Paulo Carneiro explicou a decisão nesta sexta-feira em vídeo gravado para a TV Bahia, e destacou se que o Estadual tiver que volta, vai recompor o elenco rapidamente.
“A dissolução do time de aspirantes é uma coisa extremamente necessária. Nós montamos um programa de desenvolvimento esportivo esse ano para valorizar o nosso trabalho de formação e os resultados estavam sendo além do esperado. O time de aspirantes fazendo uma boa campanha no Campeonato Baiano, com ótimas chances de brigar ao final da fase de classificação entre os primeiros, faltando dois jogos. Só que aconteceu tudo o que aconteceu e nós temos que tomar decisões”, disse.
“Se tiver que voltar o estadual, vamos recompor esse elenco rapidamente e saberemos o que fazer, porque teremos que ter um tempo mínimo de uma semana para nos preparar. Acho, pessoalmente, difícil a volta do estadual. Não vejo solução para esse nosso problema sanitário, vamos chamar assim, em tão curto tempo. Essa decisão não deverá ser revertida e o estadual não deve terminar esse ano. Apesar de que a CBF está dando declarações que vai priorizar o término dos estaduais e até mudar o modelo de disputa do Brasileiro. Aí envolve outros fatores, outros agentes, contratos de televisões, que são vendidos por jogos transmitidos, com isso com certeza teremos redução nos valores do direito de transmissão e vai refletir em todos os clubes. Acho que o calendário brasileiro não merece que se faça um sacrifício em prol da competição deficitária, em desfavor da competição superavitária que são os campeonatos brasileiros de diversas categorias. Penso dessa forma. Vamos ver o que a CBF define. Hoje à tarde tem reunião da CBF com a comissão nacional de clubes. Embora a pauta seja para falar das questões trabalhistas, espero que os clubes possam estender a discussão sobre a situação financeira dos clubes nesse período e a questão do calendário. Essa é a percepção que tenho”, finalizou.