Na iminência da inauguração do CT Evaristo de Macedo, resta a nós torcedores aplaudir e referendar a escolha da diretoria na escolha do nome do local, que nos remete às melhores recordações do ano espetacular de 1988 do segundo título nacional do Esporte Clube Bahia e homenageia, mais uma vez em vida, o nosso mestre eterno, comandante que fez uma equipe do nordeste ser campeã nacional de modo inconteste, ao vivo para todo o país, enfrentando todas as esquipes da elite do futebol nacional, com jogadores de casa, feitos nos nossos arredores, como todos já sabemos. Um feito muito difícil de ser alcançado por um clube com investimento menor, mas, com um trunfo na comissão técnica, justamente a expertise do nosso treinador.
A vasta experiencia nacional e internacional, tanto dentro de campo quanto ao lado do campo como técnico que permitiu a ele cobrar na medida certa e na hora certa aos seus atletas para alcançar a excelência e formar naquele anos novos ídolos como Bobô, Charles, Ronaldo, Zé Carlos e levar nossos atletas à seleção brasileira, quebrando um ciclo que continua que é o de não se convocar jogadores que atuam no nordeste para a esquipe canarinho, o que naquele momento, tornou-se inconteste e inevitável.
Alheio a isso, é importante mostrar um singela sinopse da trajetória do mestre Evaristo de Macedo que jogou pelo Madureira, Flamengo, Barcelona e Real Madrid, na sua trajetória foi considerado como um melhores jogadores brasileiros em todos os tempos, consagrado além disso como um dos mais premiados treinadores do futebol do Brasil. Nascido no dia 22 de junho de 1933, na cidade de Rio de Janeiro se aposentou do futebol, em 2007. Como jogador conseguiu a façanha de se tornar ídolo de dois rivais na Espanha: o Barcelona, clube que defendeu entre 1957 a 1962, e do Real Madrid, onde atuou entre 1963 e 1965. Na Espanha faturou pelo Barça campeonatos espanhóis de 1959 e 1960 e as Copas da Uefa de 1958, 1959 e 1960 tornando-se o maior artilheiro brasileiro da história do clube da Catalunha somando jogos oficiais e amistosos. Em Madri não mudou, ganhou três campeonatos espanhóis: 1963, 1964 e 1965, sendo até hoje idolatrado na Espanha.
Pela seleção brasileira disputou as Olimpíadas de Helsink-Finlândia em 1952 jogou pouco em apenas 14 partidas, mas deixou sua marca de grande goleador fazendo oito gols, porque na época jogador que ia pra Europa não podia ser convocado, que curiosamente abriu espaço para um certo Pelé. Na Espanha jogou ao lado de lendas como Puskas, Kocsis, Czibor Gento e Di Stéfano
Evaristo abriu a seu caminho de técnico no América em 1967, de onde saiu para o Fluminense em 1968, ele dirigiu outras importantes equipes do futebol brasileiro como Flamengo, Vasco da Gama, Bangu, BAHIA, Grêmio, Corinthians, Santa Cruz, Vitória, Atlético Paranaense e Cruzeiro, além da seleção de base do Catar. Em 1977, foi o treinador da Seleção Brasileira Junior e da Seleção Brasileira principal, em 1985, pouco antes das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986, no México, conduziu a seleção brasileira a esse torneio, mas foi substituído no cargo por Telê Santana.
Entretanto, três anos depois, ele viveu seu melhor momento como treinador e foi campeão brasileiro de 1988 dirigindo a equipe do Bahia. Ele comandou a equipe campeã nacional. O Tricolor baiano tinha Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil Bobô e Zé Carlos; Charles e Marquinhos.
O Centro de treinamento Evaristo de Macedo é um dos mais modernos do país e vai substituir o Fazendão, CT do Bahia durante 40 anos e será um ponto de partida para um novo patamar enquanto clube e dará a estrutura necessária tanto pra base quanto para os profissionais, para que as glórias conseguidas no tempo do mestre Evaristo se repitam e a nova visão se perpetue através de títulos e glorias, e se mantenha nas próximas gestões, pois somos a voz do campeão e ninguém nos vence em vibração.
Feliz 2020
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.