Num texto recente aqui no Futebol Bahiano (https://futebolbahiano.org/2019/02/claudio-prates-esboca-time-b-do-bahia-que-pode-enfrentar-o-conquista.html), que informava a possibilidade do Bahia entrar em campo contra o Vitória da Conquista no próximo domingo com o chamado “Time B”, comandado pelo técnico Cláudio Prates, vi os seguintes comentários de torcedores:
Nas redes sociais, no caso, no Instagram da conta oficial do clube, comentários neste sentido também são bem comuns. Isso me faz pensar: vale alguma coisa mandar o time principal (como quer o terceiro torcedor acima) ou os seus “reservas” para Vitória da Conquista, para atuar naquele gramado horroroso, provavelmente num forte calor, depois de parte destes reservas ter feito uma longa viagem do Acre e, provavelmente, no dia seguinte, terem que ir para Montevidéu?
Penso severamente que não.
Lembremos que entre Rio Branco/AC e Salvador/BA, segundo pesquisa informal que fiz no Google, há uma distância de 3.208km. Entre Salvador/BA e Montevidéu/URU outros 3.015km. Depois, entre a cidade uruguaia e Fortaleza/CE temos mais 3.914km. Ou seja: em menos de duas semanas, parte do elenco do Bahia terá se deslocado mais de 10 mil quilômetros pelo continente. Já do ponto de vista físico, impor um deslocamento destes já seria absurdo.
Mas não me apego ao aspecto físico apenas. Na verdade, o principal ponto para mim acerca do baianinho/2019 (letra minúscula proposital) está na questão técnica. Não vejo como esta competição possa agregar algo a um time de Série A, principalmente nos jogos do interior. Temos gramados horríveis, forte calor, adversários ruins e que não oferecem desafio técnico.
É justamente por isso que meu raciocínio é radical: o Bahia não deve por regra, no meu entender, colocar jogadores do time principal para atuar nestes jogos, principalmente no interior e quando está no meio de uma sequência importante de jogos (Copa do Brasil, Sul-Americana, onde está por um fio, e um jogo contra um rival de Série A no Nordestão).
Estou aqui defendendo o nível de atuação do time ou sua comissão técnica? Não. Longe disso. Estou indignado com a falta de evolução do time neste ano, em que pese a manutenção da parte principal da base do ano passado e a contratação de jogadores interessantes. Creio que deva, sim, haver cobrança, mas não no baianinho.
Penso que o Bahia deve seguir o exemplo do Athletico no ano passado (àquela época apenas Atlético Paranaense). Manter um time totalmente diferente do principal na competição, inclusive com comissão técnica diferenciada. Acho o “Time B” (que na verdade, é C) do Bahia bom? Não. Mas apenas assim, colocando esse time de jovens para jogar, é que acho possível que alguns deles possa evoluir e chegar ao time principal.
Apesar de não achar o time bom, acho que há jovens que podem evoluir ao ganhar mais experiência. A dupla de zaga titular do time B (Everson e Ignácio), o lateral Douglas Borel, os volantes Luiz Fernando, Caio e Lepo, o meia Felipinho e o atacante Caíque são exemplos de jogadores que podem evoluir jogando um torneio inteiro como profissionais, para citar alguns.
Lógico que, de acordo com as necessidade dos time principal, num momento em que o calendário possa oferecer um certo refresco, colocar um time com o plantel principal num jogo ou outro na Fonte Nova pode ser importante. Mas, de um modo geral, penso que o baianinho deveria ser usado exclusivamente para dar chance para esses jovens, sem pensar em título.
Título baiano hoje em dia não agrega mais nada. Não há uma rivalidade real no momento. O time rival é muito fraco e não representa um desafio real. Os times do interior vão pelo mesmo caminho.
Por isso, defendo firmemente a utilização de um plantel totalmente diferente para o baianinho, que seria o tal “Time B”, com o plantel principal sendo revezado de acordo com as circunstâncias nas outras competições. Lembremos que entre quinta e domingo das próximas semanas o Bahia terá que jogar no Uruguai e em Fortaleza. Obviamente que não poderão ser usados os mesmos titulares, o que já implicará num revezamento de atletas.
É como penso.