Em audiência realizada no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador na última quarta-feira (20), o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) decidiu pela manutenção da torcida única no clássico BA-VI por tempo indeterminado. Com isso, o próximo dérbi, marcado para o dia 10 de março, na Arena Fonte Nova, pela oitava rodada do Campeonato Baiano, só terá torcedores do Bahia, equipe mandante, assim como aconteceu no empate por 1 a 1 pela Copa do Nordeste.
Em entrevista ao portal A Tarde, o promotor de Justiça Olímpio Campinho afirmou que não há previsão para o retorno da torcida mista. “Quando eles pedem o retorno da torcida mista, na verdade, eles querem é a volta das organizadas”, afirmou. Segundo ele, a decisão de torcida única tem tido impacto positivo em relação à segurança.
O último clássico com as duas torcidas aconteceu em 18 fevereiro de 2018, aquele que ficou conhecido como o “BA-VI da Vergonha” por conta da briga generalizada dentro de campo entre os jogadores, que repercutiu mundialmente. O duelo nem chegou a completar os 90 minutos e foi encerrado por ter excedido o número de expulsões e depois acabou parando nos tribunais.
Além das cenas lamentáveis protagonizadas pelos jogadores, no mesmo jogo a torcida do Vitória invadiu uma área destinada aos torcedores do Bahia que, por sua vez, depredou as dependências do Barradão. Fora do Estádio, foi registrado um confronto entre integrantes de torcidas organizadas dos dois clubes. A briga aconteceu na região da Baixa dos Sapateiros e uma guarnição da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) precisou intervir disparando tiros para o alto.
Recentemente, o presidente Ricardo David afirmou que o Vitória tinha uma posição declarada e continuaria lutando pelo fim da torcida única, tanto no Barradão quanto na Arena Fonte Nova.
“O Vitória tem uma posição declarada que é a favor da torcida mista. Tanto no Barradão quanto na Arena, nós torcemos pela beleza do futebol. Já tivemos reuniões, há uma posição muito definida do Ministério Público de continuar com a torcida única, mas nós vamos continuar, do nosso lado, pleiteando isso, que seja flexibilizado. Que cada um dos órgãos responsáveis cumpra sua parte, os clubes de futebol, os mandantes, os organizadores, Polícia Militar, Ministério Público, Prefeitura, para que possamos devolver essa alegria. Estádio com torcida única é muito triste. O esporte pressupõe duas partes é isso que nós queremos e acreditamos também”, disse o presidente.