Manifesto da Rede Vitória Sem Fronteiras
– “Prolongar a parceria entre o Vitória e a Universo. A participação do Leão no NBB segue agregando valor a nossa marca. O objetivo é estreitar laços com a LNB, Liga Nacional de Basquete. O Vitória precisa ser uma das lideranças do basquete nacional.”
– “Se não chegarmos a um acordo, não vamos montar outro time. Pelo menos não nesse ano. Não temos dinheiro para isso.”
As duas frases acima são atribuídas ao presidente do Esporte Clube Vitória, Ricardo David. A primeira, “embalada” em formato de proposta de campanha, e a última, um triste retrato, até aqui, desta gestão. Além do espaço de alguns meses, a real diferença entre ambas é o abismo que separa PROMESSA e AÇÃO.
Esta gestão, autoproclamada paladina da modernidade, em apenas seis meses já crava em seu currículo um dos maiores retrocessos da história do nosso clube: a extinção do basquete. A medida começava a desnudar o engodo que tem se apresentado o retórico, mas nada proativo ou resolutivo, Ricardo David.
Mas, para espanto e indignação geral da Nação Rubro-negra, o fatídico episódio do basquete era apenas a ponta do novelo emaranhado que se transformou a administração do Vitória. Para desenredar esta história fio a fio e não deixar “ponto sem nó”, vamos fazer o sempre saudável exercício de comparação entre as principais propostas de campanha (abaixo) e os pífios resultados obtidos até aqui:
1- GESTÃO PROFISSIONAL
2- INOVAÇÃO E INTEGRAÇÃO
3- REFORMA DO BARRADÃO SEM MEGALOMANIA
4- AÇÕES DE MARKETING ASSERTIVAS
5- BASQUETE, REMO E DEMAIS ESPORTES OLÍMPICOS MAIS FORTES
6- INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA
7- PROJETO DE FUTEBOL ALINHADO A TECNOLOGIA E INTEGRADO COM A DIVISÃO DE BASE
8- RECUPERAÇÃO DA MÉDIA DE PÚBLICO DO BARRADÃO
9- POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA
10- MAIS PARTICIPAÇÃO DE SÓCIOS E TORCEDORES NA VIDA DO CLUBE
11- EMPODERAMENTO DO CENTRO DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Por razões óbvias, não vamos nos ater a ideias genéricas e abstratas como “Inovação e Integração” e “Ações de Marketing Assertivas”. Por critérios mais claros ainda, passaremos por cima do devaneio “Recuperação da média de público do Barradão”.
Sem muito esforço percebemos que o ESTELIONATO ELEITORAL praticado pelo grupo que o senhor Ricardo David “comanda” começa pela “venda” de uma ideia de CHOQUE DE GESTÃO. Ora, este conceito moderno pressupõe mudanças imediatas, pelo menos administrativas e organizacionais a curto prazo, mesmo em ambiente com tradição quase burocrática. Exige, mesmo em meio a dificuldade financeira, arrojo e criatividade.
E o que houve de grande modificação na estrutura e funcionamento de setores? Atração de investimentos, celeridade de serviços ofertados pelo clube ao seu torcedor, por exemplo??
SMV
O plano Sou Mais Vitória permanece com os mesmos problemas e nada de novo foi apresentado em seis meses de gestão. Qual a nova modalidade criada? Qual a melhora na comunicação com o torcedor? “O dinheiro ainda não pingou na conta”?
Esta gestão assumiu com o clube desabilitado ao programa Por um Futebol Melhor. Passados seis meses do mandato, a situação permanece. Ou seja o torcedor não pode se valer de um dos poucos benefícios de se associar, visto que a rede de conveniados própria do SMV é pequena, os descontos são ínfimos e as vantagens na própria loja do clube são irrisórias. Enquanto o Vitória dá 5% de desconto na camisa oficial, o rival oferece a própria camisa como brinde ao associado.
Se tratarmos especificamente da realidade da Rede Vitória Sem Fronteiras, de torcedores que moram fora de Salvador, é que a coisa desanda de vez. Onde está o alardeado plano exclusivo destinado a estes torcedores? É tão complexo assim elaborar algo já sugerido, com ideias aos montes e um público consumidor já pré-definido??
Nosso trabalho é mais do que conhecido do presidente que, quando foi diretor de marketing chegou a realizar ações para este segmento da torcida. Em campanha, inclusive, levantou a bandeira da atenção aos torcedores fora de Salvador, aliado aos pedidos de apoio para sua eleição. Após eleito, seu interesse direto tem sido igual a zero. Zero diálogo de Ricardo David com a Rede Vitória Sem Fronteiras.
MODERNIZAÇÃO, BASE E POLÍTICA DE CONTRATAÇÕES
Sobre o uso de tecnologia e afins, os tais “Empoderamento do Centro de Inteligência” e “Projeto de futebol alinhado a tecnologia e integrado com a divisão de base”, na prática, após a polêmica criada pela divulgação da contratação de uma empresa externa para executar o serviço de banco de dados e informações sobre atletas, o clube finalmente garante estar com o sistema implantado e operando. Ufa! Que o aprimoramento deste setor nos livre da contratação como Pedro Botelho, Lucas e Jonatas Belusso.
Estas propostas de “reforço da base e centro de inteligência” também remetem diretamente ao propalado conceito de investir na prospecção e contratação de jovens atletas! Na teoria excelente, mas na prática trouxemos apenas Rodrigo Andrade e Guilherme Costa, em um universo de quase 20 CONTRATAÇÕES NO ANO, em torno de 10% do total.
O detalhe é que uma das justificativas para a política de contratações pouco arrojada no começo do ano foi a determinação de não envolver dinheiro nas negociações. Mas, em contraponto a esta política de valorização de jovens atletas foi contratado o “veterano” lateral direito Lucas, em transação que fez o Vitória abrir mão de valor que tinha a receber pela jovem promessa Yan.
Ainda sobre a formação de elenco, renovamos com boa parte do time quase rebaixado ano passado e fomos repatriar um velho conhecido (Rhayner), além de ensaiar retorno com outro (Victor Ramos), só vetado por pressão e rejeição quase unânime da torcida. Qualquer semelhança com o modelo histórico de gestão de outrora não é mera coincidência. O detalhe é que conseguiram piorar um elenco há tempos debilitado.
O fato é que entramos em 2018 cheio de expectativas e chegamos ao meio do ano como vice-campeões do baiano, eliminados precocemente no Nordestão, fora da Copa do Brasil, na zona de rebaixamento do Brasileirão e, como quase sempre nas últimas temporadas, à espera de um milagre. A gestão até poderia se valer das máximas “a bola não entrou”, “coisas do futebol” para justificar os insucessos em campo, mas a triste realidade de um plantel medíocre e um treinador sem comando e sem capacidade de se reinventar salta aos olhos de todo rubro-negro.
Esse é o retrato de um clube sem planejamento, sem direção, com um presidente falastrão na campanha e omisso, beirando a covardia, na resolução de crises pontuais e esclarecimento de questões de forma transparente ao torcedor. Enquanto torcedores esperamos não ter que, além do desgosto de mais um iminente rebaixamento, ser submetidos a humilhação de ver uma camisa comemorativa a este inglório feito, como fez há algum tempo uma gestão que muito se assemelha a essa e, curiosamente, também era integrada pelo senhor Ricardo David.
Aos abutres de plantão, permanecemos atentos e não permitiremos que o insucesso desta e da famigerada gestão anterior anule o único legado de fato dos últimos anos: a abertura do Esporte Clube Vitória ao seu torcedor. Querem demonizar o direito dos sócios escolherem o comandante do clube, mas acham normal o obscuro modelo de eleição indireta feita por um grupo de centenas de conselheiros incrustados eternamente no clube.
Democracia se aprimora, cultura se cria. Esperamos que tudo isso sirva para que o torcedor se associe e segure as rédeas do clube, e para que o sócio dê cada vez mais valor ao seu voto.
Estamos à postos para lutar para que estes tempos não retornem, assim como para que as promessas de quem precisa convencer – e às vezes ilude – o eleitor sejam cumpridas.
—
Rede Vitória Sem Fronteiras
www.vitoriasemfronteiras.com.br