11 mil já assinaram petição para responsabilizar brasileiros que insultaram russa

Rapidamente quase 11 mil pessoas assinaram a petição criada pela advogada feminista Alena Popova (FOTO) pedindo que os brasileiros identificados no vídeo em que assediavam uma jovem russa sejam responsabilizados.

A advogada concedeu entrevista hoje à noite ao jornal o GLOBO do Rio de Janeiro, quando afirmou que ter ficado chocada com as imagens e, por isso resolveu criar um abaixo-assinado no site change.org para encaminhar ao Ministério do Interior da Rússia, que poderá abrir uma investigação contra o grupo, e às autoridades brasileiras.

Popova afirmou já ter enviado à Embaixada do Brasil em Moscou documento em que questiona que tipo de sanções a legislação brasileira oferece para este tipo de comportamento e que ações estariam sendo tomadas pela embaixada. Já a embaixada nega ter recebido.


— Enviei três vezes e vi que foi enviado. Também vou telefonar para a embaixada na sexta-feira — disse a advogada, que quer que os brasileiros do vídeo se desculpem publicamente. — Quero que eles se desculpem. E estou certa de que precisam fazê-lo em público já que humilharam as mulheres em público — completou ela.

Segundo a advogada, pela legislação russa, há várias opções para se acusar alguém que tenha humilhado publicamente a honra e a dignidade da moça e todas as mulheres.

— Obrigado a todos que assinaram, que enviam vídeos diferentes, que apoiam a inadmissibilidade de tal comportamento. Obrigado a todos os que dizem que nós, cidadãos de diferentes países, devemos e podemos unir-nos para mudar a cultura das atitudes em relação ao respeito às mulheres e a igualdade.

Popova disse ter feito um teste com os cidadãos russos mostrando as imagens em questão. Os homens tiveram uma reação negativa. Mas as mulheres teriam respondido com calma ou até certa aprovação. Elas teriam culpado a jovem, que teria ido para as comemorações na rua Nikolskaya, onde se concentra parte da massa de torcedores da Copa, “com o intuito de namorar e, por isso, um grupo de bêbados as teria humilhado”.

— A este respeito, posso dizer mais uma vez que precisamos urgentemente trabalhar na cultura da culpabilidade da vítima, na compreensão de que, se os direitos de alguém são violados, é preciso culpar quem viola esses direitos, e não aquele cujos direitos foram violados — concluiu.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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