Bola nas costas, na gíria do futebol, é quando alguém é passado pra trás e depois fica com cara de bobo. E, pela segunda vez na busca por reforços, o Vitória ficou com este sentimento. A primeira, foi com Leandro Domingues, que trocou o clube pelo Fluminense. Desta vez, Joãozinho, que a diretoria vermelha e preta afirmava estar com um pé na Toca, foi contratado pelo Ipatinga, recém-rebaixado para a Série B.
Na versão dos cartolas rubro-negros, mais uma vez o problema foi o gasto zero. O salário proposto foi de R$ 30 mil mensais, nem mais nem menos. Mais o Ipatinga ofereceu R$ 50 mil e levou. “Não é nossa filosofia fazer leilão de jogador. Não podemos sair da nossa realidade e não ter condição de pagar um salário irreal para nós. Boa sorte para ele lá”, disse Jorge Sampaio, vice-diretor de Futebol do Leão.
Na explicação de Joãozinho, o que pesou foi o amor pelas pessoas de Minas Gerais, além da gratidão pela ‘vasta‘ torcida do Ipatinga. “Tinha outras propostas, mas na hora de decidir, a amizade com o presidente Itair Machado e o carinho que tenho pelo torcedor do Ipatinga pesaram mais”, disse o jogador, no site oficial do clube mineiro.
Mas será que não existia a gratidão da torcida rubro-negra? Afinal, foi no Vitória que Joãozinho ganhou nova oportunidade, era idolatrado pela arquibancada vermelha e preta, além de ser o herói do acesso à Série A em sua passagem pela Toca, em 2007. Outro agravante é trocar a Série A e Sul-Americana pela Segundona. Pior ainda é saber que o Ipatinga tem fama de atrasar salário, como o próprio recém-contratado Neto Baiano confessou quando chegou na Toca, alegando que seus salários atrasavam constantemente.
Uma versão não-oficial explica estas indagações. Segundo um funcionário do clube, que preferiu o anonimato, assegurou que o motivo é outro. Joãozinho teria se envolvido numa briga com um diretor do Vitória, não revelado pela fonte. Este atrito foi grave e Joãozinho teria evitado a Bahia para não ter problemas. Esta versão pode ser descartada, mas faz lembrar um episódio curioso. Em sua saída repentina do Leão com destino ao México, em janeiro, João chegou na Toca para assinar a rescisão cercado de seguranças. Na época, os brutamontes passaram até desapercebidos, pelo menos até agora. – Créditos: Moysés Suzart, do A TARDE
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