Ao assistir o jogo do Bahia contra o Melgar, na Arena Fonte Nova, pela partida de volta da segunda fase da Copa Sul-Americana, onde o clube conseguiu enfiar quatro gols no primeiro tempo, cheguei a conclusão que o Bahia ainda não foi deveras desafiado de fato nessa competição. Enfrentamos dois times fracos e sem expressão (Nacional e Melgar) e fizemos o que se espera de um time com mais tradição contra outros que não tem essa tradição nos seus países. Não posso, é claro deixar, de enaltecer os triunfos nessa Copa, pois obrigatoriamente eram necessários e assim foram, embora, no Peru (lá ele) o time se mostrou inseguro e sem confiança em si mesmo, conseguindo perder para o Melgar, ou pra si mesmo, me pergunto?
O Bahia quando sai dos seus domínios tem tido essa postura e joga contra ele mesmo, não confia em seu taco e acaba perdendo partidas inacreditáveis. Agora vem Unión de Santa Fé, o primeiro desafio de fato nessa competição que irá por à prova se Mano Menezes sabe mesmo ser o técnico copeiro, cuja fama se deu por conquista de Copas em outras equipes. A equipe argentina disputa a Superliga, é um time competitivo e experiente em competições internacionais, e tem a tão conhecida a cancha e milonga dos Hermanos.
O Bahia ainda não se encontrou no Campeonato Brasileiro e pelo que vejo tem um time cujas indefinições contratuais de alguns atletas, as indisciplinas dos que apareceram no veto de três atletas que foram a uma festinha, talvez para comemorar a bordoada que tomou do Santos (Clayson, Matheus Bahia e Edson) e principalmente a falta de atitude do elenco têm sido a tônica dos atletas e da diretoria, o que tem levado ao pífio desempenho na competição nacional e que será posto a prova de fato nessa competição internacional a partir de agora.
Mais que contratar, é preciso tirar quem faz o ambiente ficar com um clima ruim. O elenco tem muitas carências e reforços são importantes, é óbvio, mas é mais óbvio ainda que se não houver de fato compromisso e bom ambiente entre os atletas nada anda. A diretoria tem que ser mais empresária, tem que cobrar contrapartida, tem que ser dura e intolerante com quem pensa que o clube é casa da mãe Joana.
O triunfo contra o Melgar foi um alento naquele momento, afinal, vínhamos de derrotas em sequência e más atuações e mesmo que tenha sido contra uma equipe fraquíssima tem que ser considerado, afinal, um triunfo dá confiança sempre, inclusive, conseguimos depois emplacar mais três triunfos seguidos, mas na última sexta veio a forte recaída com a goleada inesperada sofrida para o Red Bull Bragantino.
Temos a Arena de volta como trunfo para melhorar as atuações e que possamos fazer um segundo turno complemente diferente do primeiro com números de rebaixado, para que não seja tarde demais. Vamos ver quais serão as cenas dos próximos capítulos e ver qual é a “di mermo”, se realmente o triunfo contra o Melgar foi relevante ou só mais um capítulo isolado desse martírio quem vem sendo o ano de 2020.
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.