Hoje vivemos no Brasil envolvidos completamente por farto material documentando todos os tipo de corrupção. Para alguns, os fatos são vistos com uma enorme surpresa e por isto estão estarrecidos e boquiabertos, já em outra lista da qual me incluo, notam sem surpresa toda essa gatunagem. Sabemos que a vagabundagem de hoje era mesma de ontem só que sem qualquer repercussão. Recordo, que ainda em 1974, ainda menino, lá no Colégio Antonio Viera, se ouvia, que o ministro Mario David Andreazza havia recebido uma fortuna em forma de propina na construção da Ponte Rio-Niteroi da construtora Odebrecht (era o orgulho da Bahia) a diferença era que naquela época não era nem seo Emilio, nem o seo Marcelo que pagava, os até então chamados de “mimos e agrados”, era de responsabilidade do seo Norberto e os presenteados não era tão gulosos como hoje em dia.
Surrupiar, subtrair, se locupletar, auferir vantagens a qualquer custo mesmo com detrimento de terceiro, faz parte do DNA de significativa parcela da população brasileira, algo tão impregnado como uma tatuagem de baixa qualidade e feita com material de terceira categoria. Acredito até, que o atual Congresso Nacional é o mais bem representativo de todas as democracias do mundo. No futebol ainda que tenha lei própria não diferente muito, aliás, não difere em nada, afinal, trapacear, burlar as regras é visto e tratado com mera malandragem de um sujeito de grande experiência e não é incomum ser festejado por isto.
Ontem o jogador do São Paulo, Rodrigo Caio, teve uma atitude louvável. O jogador avisou o árbitro de que ele havia atingido o goleiro Renan Ribeiro, e não o adversário Jô do Corinthians, e assim, o cartão amarelo foi removido e as regras do jogo foram respeitadas através de uma atitude pouco usual de um sujeito honesto, mas que bateu de frente ao que estamos acostumados, daí a enorme repercussão de um ato, digamos, simples e que deveria ser corriqueiros.
Atitude do jogador foi elogiada, mas teve aqueles que acham que o jogador foi um TROUXA, um otário. O zagueiro Maicon também do São Paulo, por exemplo, criticou a postura do companheiro segundo ele: – Prefere vê a mãe dele chorando do que a minha. Olha que argumento fantástico do parceiro de clube.
Hoje o professor João Batista Freire, em escrito no BLOG Juca Kfouri, trata do assunto e como acontece nestes caso, o fez de forma polida e fica a imaginar se todos os jogadores de futebol fossem absolutamente honestos.
Veja ai
Então, se acontecer de um juiz apitar um pênalti cometido pelo goleiro, injustamente, o atacante pode simplesmente dizer ao árbitro que o goleiro não o tocou, foi ele que, ao tentar saltar, perdeu o equilíbrio.
E que todos os jogadores fizessem isso, tornando o jogo sempre limpo.
Se essa fosse à ordem comum no futebol, a atitude de Rodrigo Caio, mostrando ao juiz que o adversário não fez a falta, passaria despercebida.
Porém, num esporte onde a honestidade não é a regra, quando um jogador toma uma atitude ética como à de Rodrigo Caio, o mundo todo estranha, embora aplauda (e alguns o chamem de trouxa).
Rodrigo Caio merece os parabéns, mas fez o que todos deveriam fazer.
Assim como nunca deveríamos oferecer propinas ao guarda de trânsito, assim como os guardas de trânsito nunca deveriam aceitar propinas, da mesma forma como os políticos não deveriam formar Caixas 2, e os empresários não deveriam dar comissões a políticos para ganhar licitações, como não deveríamos sonegar impostos, etc., etc.
A honestidade não tem sido a regra; se fosse, não estaríamos hoje parabenizando Rodrigo Caio.