Vou aqui dar o meu palpite, já que são vocês leitores os verdadeiros conhecedores do futebol, na sua roupagem técnica. Excluindo os grandes clubes do Rio e São Paulo a única e exclusiva forma, para os demais cheirarem a possibilidade de posse da taça de campeão nacional é a de se investir na divisão de base, como exemplo dão os gaúchos, mineiros e os santistas, ou quando se há exceção com um time razoável dando liga.
A contratação de craques, hoje praticamente, é da competência de dois clubes paulistas, o Palmeiras e o Corinthians e de somente um do Rio, Flamengo, com muito otimismo, porque o Corinthians tem uma notável receita, mas há uma carga pesada de débitos, como também o Flamengo. Os demais do sudeste em situação péssima. Vasco em eterna crise, Botafogo tentando recuperação nas suas finanças e não tendo nem condições de pagar o salário de Kieza, apesar de sonharem com ele. Fluminense, todos sabem de sua grave crise. O grande São Paulo não tem nem condição de pagar a multa contratual de Tréllez .
Esta crise no Brasil que reflete no futebol, com agravantes da escassez de novos talentos e mais ainda com os efeitos d a nova legislação sobre responsabilidade fiscal no esporte incentivam o investimento na divisão de base, para todos os clubes brasileiros e especialmente, para nós baianos. Há algum tempo não vejo o Vitória e principalmente o Bahia, com esta preocupação. O Vitória está pecando, talvez, no aproveitamento e tolerância desta garotada no time superior. Parte de jogadores deste time do Vitória que fez boa campanha na Copa São Paulo fora campeã brasileira, da Copa Brasil, do Sub-17.
No Vitória, agora estão com foco em Luan, só porque, talvez, o Barcelona esteja acompanhando seus passos, segundo divulgado na imprensa, precisamente no Globo Esporte, pelo jornalista Rodrigo Cerqueira: “Depois de fechar a contratação do meia-atacante Philippe Coutinho, o Barcelona se movimenta para contratar outro brasileiro. Trata-se do também meia-atacante Luan, de apenas 18 anos, destaque do Vitória, da Bahia, na Copa São Paulo de Futebol Júnior”. Também fizeram sucesso Eron e Flávio.
Vejam a mentalidade de nossos dirigentes. Só em dois jogadores, que não foram titulares, no ano passado, o Vitória segundo dizem pagou mais de R$6 milhões de salários. E a garotada? O Bahia neste ano entra na aventura do Sinval no ano passado. Contrata-se imediatamente um “caminhão de jogadores”. Na verdade, há um diferencial, pois os salários dos contratados por Sinval eram altíssimos, o que não ocorreu no Bahia, mas não deixa de ser uma aventura com riscos acentuados, pois os “grandes” contratados por Sinval não deram liga, como podem os contratados por Bellintani não terem sucesso. Acho mais prudente o comportamento de Ricardo de buscar sanar, com cuidado, os pontos críticos do ano passado, sem açodamento.
Em resumo, só seremos vencedores do campeonato brasileiro, se o objetivo número um for a divisão de base. Aí diria o o Trump: JUNIOR FIRST! Ficam aí o Vitória e o Bahia contratando os RDO (RESTO DOS OUTROS), esquecendo a formação de seus atletas. Foi anunciando aí que Mancini estaria pressionando o Presidente aumentar o elenco, quando sua obrigação seria aproveitar estes atletas que jogaram na Copinha e que receberam muitos elogios. Se não derem liga, no baiano, que se contrate depois os reforços devidos. Ficamos nós todos anos, esperando que esses RDOs que citei acima esperem um messias para os transformar água em vinho.
ATAHUALPA, torcedor do Vitória, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.