Bellintani conta como Bahia fechou com o Grupo City: “Eu fui na cara de pau”

Bellintani afirmou, em entrevista ao programa “Bola da Vez”, que não foi fácil convencer os investidores.

O Esporte Clube Bahia acertou a venda da SAF para o City Football Group em dezembro de 2022, mas a oficialização aconteceu em 2023, após resolver todos os detalhes burocráticos e finalizar a transição. Ex-presidente do Esquadrão, Guilherme Bellintani foi peça chave na negociação com o conglomerado, e revelou bastidores de como conquistou os investidores.

Atualmente a frente da Squadra Sports, empresa que já administra uma rede de clubes, como Londrina, Ypiranga-BA, Linense-SP e VF4-PB , Bellintani afirmou, em entrevista ao programa “Bola da Vez”, que não foi fácil convencer os investidores a abrirem negociação, mas conseguiu na base da insistência. Ele chegou a ouvir de Cadu Santoro que não havia chance e que o Grupo City estava acertando com outro clube.

“Eu fui na cara de pau. Foi ótimo! Na verdade, eu primeiro contatei o Cadu, que hoje é diretor esportivo do Bahia, e o Cadu me falou: ‘Não tem chance, o City já está avançando com um clube no Brasil e está bem avançado, acho muito improvável…’. Eu até desconfio qual seja o clube, mas não vou falar porque… Mas era um clube menor, não era um clube de Série A do futebol brasileiro”, iniciou o ex-presidente.

“E eu falei: ‘Cadu, me dá só uma chance de explicar o que é o Bahia e de como eu acho que é uma burrice do City comprar um clube que não seja um clube de massa no Brasil’. Até para o processo de formação, não é só como negócio, formação de atleta. Se você quer um atleta que jogue no City, você tem que aprender, ele tem que ser pressionado pela torcida no Brasil. Não tem jeito. Isso faz parte do processo de formação de um jogador”, completou.

Bellintani contou que foi “chato”, mandando mensagens no WhatsApp, até conseguir convencer os investidores. “Fui chateando, WhatsApp, mensagem, não sei o quê. E aí depois ele falou: ‘Olha, tá bom, seu chato… Eu vou te colocar para conversar com a pessoa’. Foi engraçado porque foi uma conversa rápida do tipo: ‘Alô, sim, diga, sabe?’. E, no final da conversa, ele falou: ‘Não, tá bom, ok, eu volto a te contatar’. Uns 15 dias depois eu falei: ‘Olha, completaram aqueles 15 dias que você disse que ia contatar, estou por aqui, qualquer coisa…‘. Mandei já uma apresentação do Bahia”, revelou.

Um mês e meio depois, Bellintani conseguiu ter uma conversa para apresentar as informações sobre o Bahia. “Conseguimos, talvez um mês e meio depois disso, ter uma conversa um pouco mais estruturada. Que já passou do ‘vou ouvir o que você está falando por educação’ para ‘deixa eu ver o que esse cara está falando aqui’, sabe? Aí ele falou assim: ‘Você consegue me mandar as informações básicas do Bahia?’. Eu falei: ‘Consigo. Me dá um e-mail.’ Em 24 horas estava o e-mail com seis anos de auditoria do clube, balanço, aprovação de contas, dívida controlada e dito quanto a gente deve de quê, enfim, todas as atas de aprovação das contas, tudo redondo como a gente tinha no clube”, contou.

“O clube devia bastante, mas a gente conhecia a dívida, sabia quanto era, estava cumprindo dessa, dessa e dessa forma. E já mandei também uma tese: por que comprar um clube no Nordeste e não em São Paulo? Ou no Rio? Eu defendi isso, porque o Nordeste é mais barato”, concluiu.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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