Presidente do São Paulo vê 'ciranda de atletas' em SAFs e defende fair play financeiro

Presidente do São Paulo vê ‘ciranda de atletas’ em SAFs e defende fair play financeiro

O gestor mostrou preocupação com os grupos que são donos de vários clubes.

Presidente do São Paulo vê ‘ciranda de atletas’ em SAFs e defende fair play financeiro
Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Nos últimos dias, o assunto mais comentado no futebol brasileiro foi o Fair Play Financeiro, que poderá ser implementado a partir de 2025. Alguns clubes, como Palmeiras, Flamengo, São Paulo, etc, já se movimentam para frear o alto investimento dos clubes que se tornaram SAF, e pretendem inserir novas regras para que o clube só possa gastar o que fatura.

O presidente do São Paulo, Julio Casares, em entrevista à ESPN, defendeu a implementação do Flair Play Financeiro. O gestor mostrou preocupação com os grupos que são donos de vários clubes e, segundo ele, fazem uma “ciranda de atletas”.

“Na questão do fair play a nossa preocupação, e aqui não há nenhuma colocação ao clube SAF ou não, é que você tenha uma regulação da atividade, onde um clube que fatura X não pode ter investimento na contratação de um jogador que seja acima do seu faturamento. Nós temos que pensar no mercado. Quem fatura mais porque foi muito competente ou porque tem uma torcida maior, pode dentro de um percentual, estabelecer um teto de investimento”, disse.

“Outra coisa que nos preocupa são grupos que representam um clube no Brasil e são donos de outros clubes no mundo, onde fazem uma ciranda de atletas. Coloca atleta ali, depois vende o atleta para o próprio grupo. Eu não sei qual foi o tipo de valor, se foi de mercado ou coorporativo, e eu sou sócio talvez de alguns atletas que já tiveram vendas internacionais de grupo para grupo. Eu questiono: ‘Os meus 15% foram de mercado ou foram questões de transações coorporativas?’ Chegou a hora da CBF abrir esse espaço!”, começou por afirmar.

“Pela primeira vez eu vejo um entendimento desses grandes clubes para tocarem em situações difíceis que são arbitragem, calendário e fair play financeiro. E o fair play financeiro não é choro de quem fatura menos. Hoje você vê o Botafogo liderando…O Flamengo, por exemplo, o que ele vai fazer dentro do orçamento dele, é problema do clube. Agora, você ter um faturamento que tem o teto X e investir em futebol acima desse teto, há um desequilíbrio esportivo. Isso é muito claro”, seguiu.

“É claro que um clube que fatura um bilhão vai poder investir mais do que aquilo que fatura 500 milhões. Isso é da natureza do mercado, mas temos que ter regras. Se não, os clubes vão se tornar uma SAF, cada um decidindo da sua forma, porque não há salvação. Eu não sou contrário a SAF, isso pode ser discutido um dia, mas o que vai valer mais: uma SAF com investidor que pega um clube organizado ou investidor com o pires na mão, como vimos no Brasil em três ou quatro situações, totalmente arrebentado. E esses clubes não conseguem mais se recuperar. E eles podem vir com um dono sério ou com aventureiro. É isso que o futebol como patrimônio do povo tem que ser protegido”, finalizou.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Baiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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