Textor sugere teto salarial no futebol brasileiro: ‘Se não fizermos, Bahia vai ganhar 20 campeonatos seguidos’

O empresário americano alertou que se nada for feito, "o Bahia vai ganhar 20 campeonatos seguidos".

Foto: Vítor Silva/Botafogo

Em entrevista quadro “Abre Aspas”, o dono da SAF do Botafogo, John Textor, abordou diversos temas, como manipulação de resultados, a punição do STJD e brigas com outros dirigentes. Ele também defendeu o Flair Play Financeiro no futebol brasileiro e citou como exemplo o Bahia, que agora pertence ao City Football Group, que é financiado pela Abu Dhabi, dos Emirados Árabes, estatal de petróleo que está investindo no Brasil. O empresário americano alertou que se nada for feito, “o Bahia vai ganhar 20 campeonatos seguidos”.

“O Brasil trouxe o dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos nada, se não criarmos um teto salarial, o Bahia vai ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos. Se não fizermos alguma coisa sobre o Fair Play financeiro aqui, deveria ser um teto salarial, porque não tem os problemas que a Europa tem com teto salarial. Seria um limite contido internamente. Você não poderia gastar mais do que essa quantidade de dinheiro e garantiria que o fluxo ajudasse os jogadores ao longo de todos os níveis. É possível fazer isso de forma bem saudável”, disse.

“Se você fizer isso ou nada, e esse é meu aviso para Corinthians, Palmeiras, Flamengo… Se não fizermos algo, vamos acordar daqui a 70 anos, sob a atual estrutura administrativa, com as pessoas que estão aqui hoje, o Bahia vai ganhar o Campeonato Brasileiro em 17 de cada 20 anos”.

“Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa [Salvador], ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos. Lamento dizer isso para os torcedores do Flamengo aí fora. Esqueçam, acabou, acabou. Precisamos consertar isso agora. A Liga tem que ser feita agora, o teto salarial também”.

O gestor do Botafogo defende um modelo de Flair Play Financeiro onde o clube só possa gastar um valor, se tiver receita, para frear gastos sem restrições.

“Eles são Abu Dhabi. Nós temos que competir contra o Catar [PSG] na França. Eu estou disputando com um país, não com um dono. Um modelo de gasto desenfreado, sem restrições. Desde que eles consigam gerar receita suficiente, e eles conseguem devido às relações com o Catar e com os patrocínios. Então eles conseguem colocar as receitas exatamente onde eles precisam, para gastar o que eles querem porque desejam ganhar a Uefa Champions League”.

“Eu tenho que competir com isso enquanto dono de um dos grandes clubes da França, que foi campeão nacional sete vezes seguidas entre 2000 e 2008. Agora, aquele clube, o grande Olympique Lyonnais, não consegue competir por nada além do segundo lugar. Nós vamos dar o nosso melhor, espero chutar a bunda deles e que tenham um ano ruim. Mas tudo que precisam fazer é colocar a mão no bolso, soltar um pouco de dinheiro do petróleo e eu já era”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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