Primeiramente, quero expressar minha solidariedade a todo povo gaúcho que vem sendo castigado por uma enchente de imensuráveis proporções que atinge Capital e Interior, cuja tragédia, além de inúmeros danos materiais causados em diversos logradouros, causou o fechamento do Aeroporto Salgado Filho e culminou com a suspensão de alguns jogos dos três representantes gaúchos na Série A, bem como, jogos de outras competições da dupla Grenal e de outros clubes do interior do Rio Grande do Sul que jogam em Divisões inferiores.
Agora, entrando no cerne do assunto que concerne ao desempenho dos dois representantes da Bahia nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A, é claro e evidente que ainda é muito prematuro para se fazer um juízo de valor das respectivas e opostas posições que Bahia e Vitória ocupam no momento, quando percebemos que o Bahia vem numa fase crescente, a partir daquela virada de 2×1 em cima do Fluminense, atual campeão da Libertadores, em jogo válido pela 2ª rodada da competição, enquanto que o ex-rival vem descendo ladeira abaixo, desde a estreia no Brasileirão, quando perdeu para os reservas do Palmeiras em pleno Barradão.
Por conta da segura e boa campanha que o Bahia vem realizando no Brasileirão, o que tenho ouvido de falsos e vazios argumentos de torcedores do ex-rival, não está em nenhum Gibi. É “cavalo paraguaio”, “fogo de palha”, enfim, aquele tradicional chororô de quem vê, mas não quer enxergar a realidade, ou seja, a superioridade e a qualidade técnica do time do Bahia que tem sido, constantemente, analisado pelos diversos segmentos da mídia esportiva do país, quando avalia que o Esquadrão de Aço tem um dos melhores elencos da competição, com destaque para o seu mágico quarteto que forma o meio de campo, que segundo os analistas de plantão, integra o Top-3 do Brasileirão.
A verdade e a realidade é que o futebol é muito dinâmico e até instantâneo. Há menos de dois anos, o ex-rival disputava a Terceira Divisão do futebol brasileiro, mais conhecida como Série C, esteve prestes a pegar o passaporte para embarque à Série D, mas, houve a intervenção das forças estranhas que, aleatoriamente, se intrometem no futebol: Além do Almeida, Santo Elesbão de Axum, Espicuneco da Encruzilhada e outras entidades afins, as quais, além de conseguir evitar o naufrágio, ajudaram no retorno do clube à Série B e a partir daí, o acesso à Série A como campeão, uma conquista que concedeu ao ex-rival seu único título de âmbito nacional durante seus cento e tantos anos de existência.
Por conseguinte, esse spring alcançado pelo clube em dois anos consecutivos, devolvendo o time da Série C para a Série A, fez com que seus dirigentes abandonassem as sandálias da humildade – se é que existiam antes -, e após a conquista do título do Torneio Nacional de Acesso à Série A que ocorreu no final do ano passado, aliado à conquista do Campeonato Baiano, há menos de um mês, quando o ex-rival deu um banho de bola nos Bavis, mas, nem mesmo o fato ou fator de ter realizado uma pífia Copa do Nordeste, impediu que o seu gestor começasse a se achar e se convencer que seu time era o melhor da Região Nordeste.
Agora, após cinco fracassos seguidos na Série A, onde o ex-rival disputou quinze pontos e só conseguiu um mísero pontinho, fruto do Bavi que vencia por 2×0 e já dava como jogo ganho, mas, acabou cedendo o empate, começa a caça às bruxas ou aos culpados. Uns acham que à culpa é do treinador; já outros entendem que o grande culpado é o presidente do clube, enquanto que a maioria dos torcedores acham que o problema está no time que, mesmo com dois “craques” que já merecem convocação da Seleção Brasileira, segundo seu gestor, mas, está muito longe de apresentar o futebol exigido pela Série A.
Na minha modesta opinião, o verdadeiro culpado é o Esporte Clube Bahia, que deu a falsa impressão que estava morto na temporada, após perder ou empatar os Bavis válidos pelo Campeonato baiano competição, pela qual, o ex-rival acabou sendo campeão e foi a partir daquelas grandes apresentações que seu presidente foi picado pela mosca azul e começou a arrotar que tinha um “time do tostão” que não perdia para o “time do milhão” e, consequentemente, fazendo muita fé no seu time, para uma maratona de 38 rodadas no Brasileirão, talvez não sabendo que na Série A o buraco é mais em cima e para quem tem alguma dúvida, é só olhar os extremos da tabela de classificação, com o Bahia no topo e o ex-rival, grudado na rabeira.
E para não falarem que não falei de flores, tanto os torcedores do Bahia como os simpatizantes do Vitória, doravante, dependendo de algumas situações na tabela de classificação, haverá jogos que tricolores vão “torcer” para que o ex-rival vença alguns jogos e vice-versa. Um exemplo, se na próxima rodada o ex-rival fosse enfrentar o Athletico Paranaense, Flamengo ou Botafogo, times que integram o G-4 com o Bahia, enquanto a paixão determina ao torcedor tricolor não torcer pra o Vitória vencer, a razão orienta torcer para o adversário do ex-rival perder, assim como quando o Bahia for enfrentar um time que habita junto com o Vitória no Z-4, torna-se imperativo ao torcedor do ex-rival “torcer” pelo triunfo do Bahêa. São situações esdrúxulas, porém, necessárias e racionais.