Diferente do ano passado, quando assumiu o time no meio da temporada com a missão de evitar o rebaixamento na Série A, o técnico Rogério Ceni está implementando o seu trabalho no Esporte Clube Bahia esse ano, com direito a pré-temporada na Inglaterra. Até aqui, a campanha é positiva, sendo finalista do Campeonato Baiano e garantido nas quartas de final da Copa do Nordeste. O treinador fez uma análise do trabalho e falou sobre o modelo de jogo do Tricolor.
“O que mais altera para gente é quando sai um atleta como o Cauly. Ele não tem um substituto, não adianta. É difícil um jogador como ele não jogar de titular em outros clubes. Esse modelo de jogo foi criado em função desses quatro jogadores (Everton, Cauly, Jean e Caio). O Yago substitui o Everton, marca mais até, mas é difícil ser um 10 de movimentação como o Everton. O Biel tem talento para jogar e fazer a função do Cauly, mas é difícil ser tão cerebral como o Cauly. O Jean Lucas é difícil achar um 8 como ele. O problema é que os outros clubes trocam jogadores do mesmo padrão. O modelo de jogo não é de criação, a maioria é reativo.. Você tem uma boa marcação, os velocistas, e jogam no erro do adversário”.
“Quando você tem que construir o tempo todo, normalmente cai o nível. Quantos carros você conhece que fazem de 0 a 100 km/h em três segundos? Muito pouco. De três a quatro segundos já tem bem mais. Acima disso, tem 50 ou mais modelos. É difícil trocar uma peça dessa e manter o mesmo padrão de jogo”.
“As dificuldades que nós temos são quando mudamos essas peças em que o modelo de jogo foi criado. E difícil se adaptar em uma partida mudando essas peças. A gente tenta trazer características parecidas, mas é difícil. Tem peças que conseguimos reatar, mas ainda tem algumas peças que ainda faltam para gente ou ainda vão chegar. É difícil você segurar os 90 minutos quando as peças vão cansando”.