Ídolo do Esporte Clube Bahia, o ex-goleiro Emerson Ferretti vai concorrer à presidência da Associação do Esporte Clube Bahia pela chapa União Tricolor, e terá como vice-presidente Paulo Tavares, do grupo Simplesmente Bahia. A eleição está marcada para o dia 2 de dezembro e vai eleger o novo presidente para o triênio 2024-2026. Em entrevista ao programa BN na Bola da Salvador FM, Emerson falou sobre diversos temas, entre eles, o papel de fiscalizar a SAF, que teve 90% vendida para o Grupo City, ficando 10% com a associação.
“Se vocês entrarem e uma sociedade e tem 10%, vocês vão deixar seu sócio majoritário comandar sem vocês fiscalizarem, sem estarem presente no dia a dia? É a mesma situação. O fato de ter 10% não é insignificante. Foi o Bahia SAF que nasceu esse ano. O Esporte Clube Bahia nasceu em 1931. Só por aí você já tem uma importância tremenda. Por mais que seja minoritário, o Bahia tem voz. O Bahia precisa de alguém que se posicione. A ideia não é entrar em conflito com o grupo City. O grupo City é sócio, não é adversário, não é inimigo. Eles têm o mesmo propósito, fazer com que o Bahia cresça. É um alinhamento de ideias. E fiscalizar não quer dizer baixar a cabeça. Quer dizer se posicionar”, disse.
“O presidente do Esporte Clube Bahia representa seus torcedores. Ele não está ali apenas para sentar em uma cadeira. Quem sentar ali e pensar dessa forma está pensando muito pequeno pra grandeza do clube. A gente precisa ajudar o City a fazer um Bahia forte. Foi a escolha da torcida do Bahia vender o futebol pro grupo City. Foram mais de 98% a favor da venda. Isso precisa ser respeitado e a vontade do torcedor aconteceu por conta da democracia que foi instaurada no clube em 2013. É o que está proporcionando ao sócio votar no próximo dia 2. Isso é a democracia. Eu não tenho dúvidas que, com o projeto do City, dentro de três, quatro, cinco anos o Bahia vai disputar títulos grandes. A gente precisa fortalecer a SAF, não baixando a cabeça, mas fiscalizando e trabalhando para que o Bahia esteja no coração do torcedor tricolor de outras formas, não só no dia do jogo”.
Emerson Ferretti foi presidente do Ypiranga-BA de 2012 a 2017 e lembrou que agora é o primeiro ex-atleta candidato à presidência do Bahia.
“Eu sou o primeiro ex-atleta candidato à presidência do Bahia. Sempre gostei de gestão esportiva. Com 17 anos eu já estava na faculdade de administração. Enquanto atleta eu também sempre gostei de estudar e me inteirar da gestão dos clubes que eu estava, principalmente do Bahia, onde fiquei seis anos. Eu trocava muita ideia com a diretoria. Gestão é uma paixão e o Bahia é outra. Criei uma identificação com o clube desde que cheguei em 2000. Antes mesmo de encerrar a carreira, sou formado e pós-graduado em gestão esportiva, além de outros cursos, e todas as minhas atividades foram focadas no futebol. Sou comentarista de 2008, trabalhei na prefeitura, na SUDESB (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia), participei do comitê organizador da Copa América e notadamente, na gestão, sendo presidente do Ypiranga.
Ele também falou sobre a importância de inserir a marca do Bahia em outros esportes. “Inserir o Bahia no ambiente olímpico é uma necessidade no meu modo de entender. O Esporte Clube Bahia vai poder atuar em outras áreas e não fazer isso é pensar pequeno. É necessário a marca Bahia inserida nos esportes olímpicos e a gente já tem algumas ideias para elaborar projetos que possam diversificar as receitas e assim poder investir nas modalidades olímpicas. Não de uma forma irresponsável. O Bahia zerou suas dívidas graças ao grupo City. Fica mais fácil buscar verba pública e privada. Junto com a extensão do Bahia, com modalidades olímpicas, também é possível fazer a marca Bahia se estender por toda cidade e outros lugares onde estiverem tricolores. É um reposicionamento de marca porque o Bahia é um patrimônio imaterial do estado. Ser Bahia é um estado de espírito”.
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