Voltei pra Fonte. A minha última partida no estádio tinha sido o 3×1 no América. Sai de casa andando pra Fonte, pra pegar o axé da Torcida nas ruas do Condado de Brotas. Na passagem, fui ouvindo a empolgação da galera nas ruas, gritando pros amigos os palpites pro jogo: 3×1, 4×0, 2×0 fora o baile. E pensei, cá com meus botões: véi, o Bahia ressuscitou o Santos. Essa galera tá viajando?
Na chegada achei tudo meio vazio. Não tinha agonia debaixo do viaduto, mas imaginei que fosse por causa do horário de corno que o miserável do Ednaldo vem colocando pro Tricolor. Jogo às 19h, é pra deixar a casa vazia. E ficou mesmo. SÓ foram 34.319 Torcedores. Crise?
Novidades, pra mim: aquele monte de fogo e fumaça nas arquibancadas. Achei massa. Mas quando o juiz apitou, começou o desespero.
Logo de cara, foram duas bolas na trave dos visitantes. Uma na braga de Vitor Hugo e outra num chute de fora da área. Quase um trailer de filme de terror com jump scare.
O Bahia se mantinha desordenado em campo. Desligado, parecia preguiçoso, perdendo bolas bestas e a galera questionava: foi pra isso que pouparam os caras contra o Palmeiras?
Boas atuações somente de Marcos Felipe, Rezende, Kanivis e Cauly.
Em mais uma linda jogada de Cauly, que passa pra Everaldo, que perde a bola e cede o contra-ataque. Quase sai o gol dos caras numa cabeçada. A Torcida pegou ar e VAIOU ALTO, mas em menos de um minuto a Bamor começou a cantar mais alto que as vaias.
Parece que aquilo acordou o time. Aos 39 minutos, o terror teve uma pausa, como naqueles momentos no segundo ato do filme, onde os protagonistas resolvem se mostrar como herois.
Veio a genialidade de Cauly, a raça de Rezende, a perfeição no cruzamento de Camilo e a precisão na cabeçada do artilheiro (nunca critiquei)! Everaldo 1×0 nos caras. Foi o grande minuto da noite seguido do canto: Abre passagem que o TERROR chegou! Everaldo Matador. Pra alegria de minha amiga Manuela Leal, presidente do Fã-Clube de Ever.
Logo depois, em mais um chutão de Marcos Felipe, Everaldo dá uma casquinha e sobra pra Biel, que quase faz o segundo.
No segundo tempo, Cauly dispara e toca pra Camilo. Que acha Thaciano na grande área. O careca teve tudo pra brocar, mas ele praticamente recuou a bola pro goleiro.
O Flu ainda chutou duas bolas de fora da área, mas sem muito perigo. E o jogo foi se arrastando irritantemente até os 49 do segundo tempo. Eis que surge o lance do jogo.
Ademir recua mal a bola pra Gilberto. O atacante toma a bola, dribla o lateral, deixa Kanives de bunda no chão e de cara com Marcos Felipe, chuta pra fora.
O cara do meu lado sentou na escada, que separava a gente da Bamor, me olhou e disse a célebre frase da noite: “irmão, não passava nem sinal de wifi no meu fiofó”
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Um jogo assustador nessa noite de Halloween. O time foi dominado pelo terceiro time do Fluminense. E Ceni ainda vem com conversinha de “ah, o adversário é qualificado”, “ah, jogamos muitos jogos”… Véi, o cara chegou na coletiva de apresentação dizendo que queria mais jogos porque tinha mais gente pra jogar. E já mudou o discurso?
Vou destacar positivamente, Marcos Felipe, Rezende e Kanu. Curiosamente os que não foram poupados no jogo passado. Os outros, “meua migos”… que noite.
Brocamos, abrimos 5 pontos da zona dos desesperados e estamos a 3 pontos da primeira página. Agora é torcer pra Red Bull cortar as asas do Goiás e pro Cuiabayern afundar a nau do Vasco da Gama de uma vez pra gente voltar a respirar.
Sábado tem o Grêmio, no RS, terra onde normalmente somos roubados pela arbitragem. Mas isso é o de menos. Pode vir Soares, Jason, Freddy, Poltergeist, Michael Myers, a Freira, Samara, Pazuzu, Lobisomem, Drácula, tudo junto e misturado. Porque quem torce pro Bahia, amigo, não se assusta com mais nada nessa vida.