Atrito com torcida e imprensa: os bastidores da saída de Paiva do Bahia

O treinador teve atrito com a torcida e com a imprensa local.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação

Na noite da última quarta-feira (06), o Esporte Clube Bahia anunciou a saída do técnico Renato Paiva. A decisão partiu do próprio treinador diante da enorme pressão que vinha sofrendo por conta dos péssimos resultados dentro de campo, inclusive, o pedido de demissão teria surpreendido a diretoria tricolor, já que não era a vontade do Grupo City mudar o treinador nesse momento. Se fosse, talvez tivesse feito logo na segunda-feira para ganhar mais alguns dias na busca pelo substituto, aproveitando essa pausa para a data FIFA.

 

Os bastidores da passagem de nove meses do português pelo clube têm como fator principal a relação conturbada com torcida e imprensa, mas também o apoio do elenco. O comunicado divulgada pelo clube afirma que Paiva tomou a decisão apesar da “diretoria da SAF do Bahia e os capitães da equipe, Kanu e Thaciano, terem se posicionado contra sua decisão”.

De acordo com o jornalista Elton Serra, da ESPN, o português justificou a decisão de deixar o comando como algo que faria bem para o clube no futuro, um reflexo dos últimos dias tumultuados no cargo. Paiva tinha uma relação conturbada com a imprensa local e também com a torcida. Em uma coletiva, o treinador chegou a discutir com o repórter Jailson Baraúna, em 20 de agosto, após triunfo por goleada sobre o Red Bull Bragantino por 4 a 0. O técnico não teria gostado de ser chamado de “covarde e malcriado” no programa Jogo Aberto, da Band, e contestou o repórter na coletiva, se recusando a responder uma pergunta.

Mas o que teria chateado mais o treinador foi uma publicação de uma organizada do clube com uma montagem de Paiva com orelhas de burro, em forma de protesto pelas escalações e resultados da equipe na temporada. Na nota, ele afirma que “não aceita faltar com o respeito” e cita mágoa. O treinador também foi hostilizado por torcedores em alguns jogos na saída do campo, e também em protestos no aeroporto e no CT.

Paiva comandou o Bahia em 51 partidas, com 20 triunfos, 15 empates e 16 derrotas, um aproveitamento de 49%. Ele deixa o Tricolor na 16ª posição do Brasileirão, com 22 pontos, um acima do Santos, que abre a zona de rebaixamento do Brasileirão. O treinador foi campeão baiano, mas amargou a eliminação na primeira fase da Copa do Nordeste, além de ter caído nas quartas de final da Copa do Brasil.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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