A letargia do Grupo City e o início da Era Rogério Ceni no Bahia

O CFG tolerou e se acomodou por quase um ano com o péssimo trabalho de Paiva.

Fotos: Felipe Oliveira/EC Bahia

Quando foi sacramentada a SAF do Esporte Clube Bahia no início de dezembro do ano passado, embora o grupo adquirente tenha declarado reiteradas vezes que o Clube estava iniciando um projeto de médio a longo prazo, partindo do marco zero em 2023, muitos torcedores do clube insistiram e/ou cobraram resultados mediatos e imediatos do Grupo City, imaginando que o conglomerado era Rei Midas que tinha o poder de transformar, de uma hora para outra, um torrão de areia numa pedra ouro.

 

Realmente, o novo investidor do clube já mostrou e demonstrou através de inúmeras e vultosas contratações que, se para uma considerável parcela dos clubes da Série A, dinheiro é um grande problema, para o Grupo City é solução, mas, infelizmente, saiu contratando a torto e a direito, fator que culminou com uma larga margem de erros nas contratações do Bahia, sendo que na minha opinião, os dois maiores erros recaíram na escolha do treinador e nas contratações de dois centroavantes improdutivos. Já o treinador passou por uma “GESTAÇÃO” de nove meses no comando técnico da equipe e a “criança”, chamada resultado que, mais que triunfo, é o maior trunfo do futebol, acabou não nascendo, enquanto que os centroavantes, até agora, não justificaram suas contratações.

Pelo o que podemos observar, o termo DEMISSÃO de treinador no Grupo City é exceção e não regra como acontece constantemente no futebol brasileiro onde a rotatividade dos treinadores é imensa e intensa, principalmente, no decorrer do Campeonato Brasileiro da Série A, competição que é considerada a mais importante e concorrida do calendário nacional, com uma média de demissão de um treinador à cada duas rodadas, devido à forte pressão dos torcedores e dirigentes pela obtenção de resultados.

Com a saída VOLUNTÁRIA do treinador Renato Paiva que passou nove meses comandando o time, vivendo e convivendo em intenso clima de desarmonia, tanto com a imprensa como com a torcida, não só pela sua arrogância e imodéstia, mas, principalmente, pelos constantes resultados ruins da equipe, o Bahia reagiu rápido e poucos dias depois já anunciava, oficialmente, a contratação do técnico Rogério Ceni que, a princípio, chega com a incumbência de salvar o Clube do rebaixamento na presente temporada e com mais dois anos de contrato para implementar e, talvez, consolidar a tão esperada ascensão técnica e competitiva do time, colocando-o nos eixos, com a inserção nos contextos nacional e internacional do futebol.

É o óbvio ululante afirmar que, dentre os grandes jogadores que se destacaram na gloriosa história do São Paulo, Rogério Ceni se constitui no maior ídolo da torcida, mas, por ironia do destino, sua primeira passagem como treinador do time, deixou muito à desejar, mas, foi o Fortaleza Esporte Clube que lhe deu régua e compasso para decolar na carreira, marcando seu nome da história do clube, com o acesso à Série A de 2019, subindo como Campeão da Série B de 2018 e, embora no ano subsequente, tenha cometido o grande erro de tentar salvar, sem êxito, a “barca furada” do Cruzeiro do rebaixamento, retornou ao Leão do Pici e, antes de se transferir para o Flamengo para ser Campeão Brasileiro, além de ser campeão cearense, ainda conseguiu um inédito feito regional para o Fortaleza, que foi o título da Copa do Nordeste de 2019.

Após deixar o Flamengo, o treinador foi contratado pelo São Paulo já na reta final do Brasileirão de 2021, quando o tricolor paulista corria sérios riscos de rebaixamento, situação semelhante a que o Bahia ainda se encontra no momento. O treinador, assumiu o Tricolor do Morumbi, apagou o “princípio de incêndio”, teve seu contrato renovado para às próximas temporadas e desde o mês de abril que estava em disponibilidade no mercado e, como não se trata de nenhum aventureiro, resolveu aguardar uma boa oportunidade que pode ter sido esta, para compatibilizar com seus anseios, objetivos e ambições na sequência da sua carreira, pois, sua chegada ao Esporte Clube Bahia – o “caçula” do City Football Group -, pode funcionar como o grande Spring de sua carreira, assim como, o treinador pode marcar época ou fazer história no Clube.

Quanto ao jogo de ontem em que o Bahia venceu o Coritiba por 4×2, não credito nenhum mérito ao treinador pelo importante resultado, como também, não o creditaria nenhum demérito se o Bahia empatasse ou perdesse o jogo, por conta dos poucos treinos realizados, assim como, vou proceder da mesma forma com o jogo diante do Santos e só a partir do jogo contra o Flamengo, quando o treinador terá 12 dias para preparar o time, é que vou começar à analisar e avaliar o seu trabalho, o qual, de antemão, já desejo e torço que seja melhor do que todos os trabalhos que ele já desenvolver nos clubes que treinou.

Para finalizar, deixo aqui registrada, minha discórdia com o CFG, por ter tolerado e se acomodado por quase um ano com o péssimo trabalho apresentado pelo treinador Renato Paiva, bem como, por ter permitido as asneiras e os “coices” que ele dava na torcida que é o maior patrimônio do Clube. Sei que no futebol, por se tratar de jogo, toda contratação é tida como aposta, mas, no caso em que me refiro, dava impressão de que havia uma conivência e um excesso de tolerância para com o trabalho do treinador que deveria ter sido demitido, sumariamente, logo após aquela impiedosa e vergonhosa goleada de 6×0 aplicada pelo Sport em jogo válido pela Copa do Nordeste que até hoje, os pernambucanos tiram sarro.

Avante Bahia – BBMP!!!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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