Paiva analisa empate do Bahia e minimiza vaias: ‘Nem Guardiola foi unânime’

Na sequência da competição, o Esporte Clube Bahia tem mais um compromisso dentro de casa.

Foto: Divulgação/Bahia

O Esporte Clube Bahia chegou a oito jogo seguidos sem vencer na temporada ao empatar em 2 a 2 com o Cruzeiro, na Arena Fonte Nova, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. Após fim do primeiro tempo e o apito final, foi ouvido um coro de vaias para os jogadores e reclamação também com Renato Paiva, que vem sendo alvo de muitas críticas desde o início do ano. O treinador comentou sobre as críticas de alguns torcedores sobre o seu trabalho e frisou que nem Guardiola e Mourinho foram unânimes.

 

“O torcedor tem direito a opinião e não controlo e nem quero. O mesmo que vaiou o Cicinho hoje o considera um dos melhores. Trabalho com minhas convicções, minha consciência profissional. Sei do trabalho, e os jogadores sabem o que a gente trabalha. Não controlo o exterior e nem quero. Não foi a primeira vez que me quiseram fora daqui. Controlo o trabalho que faço, minha relação com o grupo e com os jogadores. Tiveram uma atitude muito bonita hoje. Os jogadores disseram que a gente ia sair juntos do campo. O grupo está forte e comigo. A partir daí, não vou controlar. Nem Guardiola e Mourinho, os melhores da história, não quero me comparar a eles, mas nem eles foram unânimes. Muito menos vou ser eu. Sigo meu trabalho com convicções, consciência e com o grupo do meu lado. Isso é que é importante, trabalho para eles e eles vão dar a volta. Estamos na décima jornada, continuo a dizer que a equipe vai crescer dentro das dificuldades. Muito convicto do meu trabalho”.

O treinador acredita que a queda de rendimento do Bahia em alguns momentos se deve ao número de atletas que não vinham jogando regularmente. “O Bahia entrou muito bem. Jogo equilibrado, dividido. Entra muito bem, no momento em que está melhor faz o gol, sofre o primeiro gol, reage e sofre o segundo com erros defensivos. Depois, há uma reação normal, começa melhor a segunda parte. Verdade que depois cai fisicamente e tecnicamente. Explicação simples: jogadores que não jogavam há algum tempo. Treinador no Brasil é isso. Kayky, Arthur, Daniel, Mugni, Ryan, não estavam a jogar e quando o treinador fazia rodízio era super criticado”.

“Jogadores têm que ganhar forma também jogando. O último grande rodízio que fiz foi contra o Santos. Depois coisas pontuais. Não há milagres. Jogadores quando jogam entregam. Kayky saiu porque estava esgotado. Arthur entrou, mas em 15 minutos estava sem ar. Vinicius, jogadores sem ritmo, sem jogar. Paramos a rotatividade. Equilibrado o jogo, Cruzeiro melhor em alguns momentos do jogo, nós em outro”, completa.

No segundo tempo, após sofrer a virada, Renato Paiva abriu mão do sistema com três zagueiros para jogar no 4-3-3. Ele explicou a mudança. “Não vejo outra forma que não seja trabalhar. Entre o sistema com três zagueiros e o 4-3-3, que nós estamos acelerando o processo para fixar…Não temos condições ainda, ainda mais com essas lesões. Não lembro antes do gol do Cruzeiro um arremate deles. Jogo dividido. Na primeira parte, em termos de bloco, abrimos espaços entrelinhas média e defensiva que o Cruzeiro aproveitou. Algo que não tinha acontecido nos últimos jogos. No primeiro gol, bola longa, defesa não desliza, há espaço entre os centrais e tomamos o gol. Estivemos desatentos. Temos que trabalhar e ir percebendo condições para alternar entre 3-4-3 e 4-3-3. Ofensivamente, na primeira parte, tivemos muito bem, fizemos um jogo compacto, mas dividido. Ao final da primeira parte estivemos melhor. Cruzeiro estava ganhando e estava confortável nas transições, e nós, no 4-3-3, criando aquele volume atrás do resultado, mas nos dez, 15 minutos finais a equipe caiu fisicamente, e só conseguia sair em transições e o Cruzeiro esteve próximo da nossa baliza”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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