Nas entrevistas após os jogos do Campeonato Brasileiro nesta quarta-feira, vários treinadores foram questionados sobre o esquema de manipulação de jogos no futebol, que vem sendo investigado pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima. Após a partida contra o Santos, na Vila Belmiro, o técnico Renato Paiva se posicionou sobre o assunto e aproveitou para falar sobre o desgastante número de jogos.
– Tristeza. O que posso dizer é que é uma tristeza. Temos um jogo limpo, futebol saudável, onde jogam os melhores. Prejudica o trabalho dos treinadores, dos jogadores, do torcedor que pensa que vai ver um jogo controlado pelo jogo em si. Essas coisas acontecem, infelizmente, e tem que ver o que está por trás dessas coisas. Na Europa joga-se cada vez mais e descansa-se cada vez menos. Cada vez mais jogos por causa do dinheiro. Jogadores como máquinas. E isto é um fator que é triste – lembrou.
– Tento um futebol limpo, não quero que meus jogadores percam tempo. Quando perco o jogo, cumprimento meu colega. Se ganhar, não trato mal os outros. Quero estar nessa vida com a consciência tranquila, no jogo também. Pena que tem essas situações, pessoas que se aproveitam dessas coisas. Depois, os jogadores, ao fazer a primeira vez, não conseguem sair. Já não dá. Jogadores jovens podem ficar com carreiras comprometidas, e é uma tristeza, jogadores com muita qualidade. Vou falar de valores, se é que algum valor que justifique prejudicar o futuro do jogador de futebol – complementou Renato Paiva.