Neste sábado acontece a largada do Campeonato Brasileiro da Série A, a mais importante competição do calendário esportivo nacional, quando os 20 melhores clubes de futebol do Brasil, cada um com suas ambições, metas ou objetivos, disputam em 38 rodadas as posições que o leque de situações oferece dentro da classificação, as quais, definem título, vagas para as Copas Libertadores da América e Sul-Americana, permanência na competição e, por fim, os quatro clubes que serão rebaixados à Série B do ano subsequente.
Sou tricolor de quatro costados, mas, sem nenhum pessimismo, todavia, com toda isenção passional e, sobretudo, pelo futebol ruim que vi o time apresentar nessa temporada até agora, não tenho boas perspectivas que o Bahia tenha um bom desempenho na competição – tomara que queime minha língua -, que já começa nesse sábado com o Esquadrão estreando contra o Bragantino em Bragança Paulista, um jogo difícil como os demais que virão, mas, ainda não sinto firmeza ou confiança nessa “equipa” do técnico Renato Paiva que pode até ser um bom treinador, mas, nesses 4 meses de trabalho ainda não disse a que veio porque, até agora, não conseguiu dar um encaixe no time, mesmo enfrentando equipes de divisões inferiores, quanto mais, agora que vai só vai enfrentar os grandes times de Série A no Brasileirão.
O City Football Group me surpreendeu, positivamente, quando nesses primeiros meses do ano abriu o cofre e investiu quase 100 milhões de reais em contratações com o seu novo afiliado, mas, me surpreendeu, negativamente, porque, boa parte dos jogadores que foram adquiridos não tem dado à devida resposta dentro das quatro linhas e isso, tenho absoluta certeza que tem impactado nos resultados ruins obtidos na temporada, devido a ruindade desse atual time do Bahia que já naufragou na Copa do Nordeste, não passando da fase de grupos, foi campeão Baiano jogando um futebol insosso, na primeira fase da Copa do Brasil passou bem pelo Jacuipense, mas, já na segunda fase, venceu o Camboriú por 1×0 jogando pedra em santo, enquanto que no início dessa semana, abrindo a 3ª fase da competição, jogando um futebol sofrível diante o Volta Redonda no jogo de ida, conseguiu vencer por 2×1, resultado que faz-me crer no encaminhamento da classificação do time às quartas de finais dessa milionária competição que até o momento, possibilitou o Bahia só enfrentar times das Séries C e D.
É fato que, do time que conquistou o acesso no ano passado, só uma meia dúzia de jogadores remanesceu e, atualmente, desses remanescentes, só Jacaré e Daniel vem sendo titulares absolutos, o restante tem sido banco de reservas o que significa que o time titular foi renovado em 80%, entretanto, após aquelas duas vergonhosas goleadas que nos foram aplicadas na Arena Fonte Nova pelo ex-rival em plena era das trevas, após a democracia do clube e, principalmente, depois do advento da SAF, jamais pensei em reviver aqueles pesadelos de 2013 e, infelizmente, dez anos depois, veio acontecer contra o Sport do Recife, um time que vai jogar Série B e, para agravar a situação, é treinado por Enderson Moreira que foi demitido do Bahia no ano passado por forte pressão e imposição da torcida que o tem como um mero entregador de camisas.
No meu entendimento, o período de mais de um ano de negociações entre o Bahia e o Grupo City para formalizar a SAF, foi insuficiente para o investidor perceber ou se convencer de que estava adquirindo um dos mais tradicionais clubes do futebol brasileiro e um dos maiores e mais importantes da Região Nordeste, com dois títulos nacionais, quatro títulos da Copa do Nordeste, meia centena de títulos regionais e, de quebra, um brinde constituído por uma torcida fiel, apaixonada e amante do futebol, enfim, um combo de um grande clube aliado à uma fantástica e fanática torcida que veio para agregar, e muito, a esse forte e sólido grupo investidor, fatores que o CFG deveria ter levado em conta para evitar vexames como os que já foram registrados na presente temporada.
Pela vivência que tenho no futebol, não só como torcedor mas, também, como observador, entendo que o clube jogou dinheiro pelo ralo gastando 100 milhões de reais com um monte de contratações e o time continua com uma zaga vulnerável, capenga na lateral direita com o treinador tendo que improvisar Jacaré para ocupar o setor porque o Cicinho não é ruim, muito longe disso, é péssimo e não merece vestir a sagrada e consagrada camisa do Bahia.
Quanto à zaga, não tenho nenhum receio em afirmar que ainda tenho saudade de Ignácio e Luiz Otávio enquanto, espero e torço para que o futebol do recém-contratado zagueiro Vitor Hugo ainda esteja em alta como esteve quando este defendia o Palmeiras porque, se estiver, será um reforço e tanto para à zaga que não dá a mínima confiabilidade ao torcedor e, muito menos, ao time que vem tomando gols incríveis, fator que tem se constituído num grande problema para ser solucionado com extrema urgência. Sei que a janela de contratações já está prestes a fechar, mas, se o problema não é de técnica, pode ser de técnico e, caso necessário, que seja demitido o treinador, o importante é que à situação seja resolvida o quanto antes, doa a quem doer.
Assim sendo e diante de todos os prós e os contras supracitados por por esse modesto escriba, O que se pode esperar desse Bahia pós-SAF, no Brasileirão? Eis à questão!
O Quinquagésimo Título de Campeão Baiano na Gloriosa História do Esporte Clube Bahia
Já se passaram quase quinze dias, mas, não poderia deixar de registrar a memorável conquista do 50º título de Campeão Baiano com direito a recorde de público na Arena Fonte Nova. Para alguns torcedores e boa parte da imprensa, um título inexpressivo e até, démodé para um clube da expressão do Bahia, o que é um ledo engano ou, intriga e inveja da oposição.
Claro e evidente que o Bahia almeja voos mais altos objetivando conquistas muito mais expressivas, mas, na minha opinião, o título de campeão, seja ele de âmbito regional, nacional ou internacional é o combustível de qualquer torcedor e o título de campeonato baiano só é “ruim” ou “sem valor” para quem perde ou para quem já está há anos, sem conseguir chegar as fases decisivas da competição e muito menos à final.
Então, temos que comemorar sim, até porque, é: mais um, mais um Bahia, mais um mais um título de glória (…), bordão que está escrito numa estrofe do próprio hino no clube.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.