Bahia chega aos 92 anos revigorado e 1931 vezes mais SAF’ado do que nunca

"peço e rogo ao CFG que adote com muito amor e carinho esse novo integrante e caçula do grupo"

Foto: Divulgação

Esse feriado de Ano Novo, geralmente, é comemorado pelo povo como o Dia da Confraternização Universal, mas, para quem é torcedor do Esporte Clube Bahia, enxerga como uma data específica e magnífica em que se celebra mais um aniversário do nosso querido Clube, sendo que dessa vez, muito diferente da mesmice e da apatia que se repetiram ao longo de sua existência, hoje, estamos festejando com muito prazer e alegria por conta das efetivas mudanças estruturais que já foram promovidas em menos de um mês, pelo novo investidor.

 

E por que essa comemoração tão efusiva do torcedor? Porque, embora a transformação do clube de futebol numa SAF seja uma faca de dois gumes, um ato aleatório que tanto pode proporcionar a sua redenção esportiva e financeira como, também, aliciar a rendição ao capital estrangeiro e frustrar todas às expectativas positivas da instituição e dos seus milhões de adeptos, como já aconteceu com o próprio Esporte Clube Bahia no final do século passado com aquela nebulosa e complexa negociação feita com um determinado banco de investimento, mas, o modelo agora é muito diferente e a tendência é que a SAF se torne viável e coroada de pleno êxito.

Desde o rebaixamento de 1997 que o Esporte Clube Bahia vem descendo ladeira abaixo, após cair diante do modesto Juventude/RS na velha Fonte Nova, um antigo reduto tricolor que, por anos seguidos, deu muitas alegrias à Nação Tricolor, mas, por ironia do destino, foi a partir desse tropeço que aconteceu várias quedas, muitos tropeços e vários dissabores tanto para o torcedor como para o clube que ficou ausente da Série A por 7 anos seguidos, um número tão cabalístico que acabou se associando às 7 mortes de torcedores ocorridas no velho santuário tricolor em 2007 durante um jogo da Série C, Divisão que o clube se dividiu e se complicou ainda mais, por ocupá-la por dois anos consecutivos.

Logo após a tragédia da antiga Fonte Nova que ceifou a vida de 7 torcedores o estádio foi interditado e, posteriormente, implodido para que fosse construída a Arena Fonte Nova para mandar jogos do Mundial de 2014, enquanto o Bahia ficou sem estádio para mandar seus jogos, tendo que jogar em Feira de Santana e Camaçari, só voltando à atuar em Salvador em 2010 no estádio de Pituaçu que foi totalmente reconstruído pelo governo do estado, estádio que foi de suma importância não só para o acesso do clube à Série A como, também, as temporadas que antecederam à inauguração da Arena Fonte Nova em 2013.

As sucessivas crises técnicas do time eram reflexos da crise política que imperava no clube, com o regime presidencial e/ou ditatorial, cuja gestão, passou a ser de pai para filho e de filho para pai, mas, dentro de campo, se à situação não cheirava, também, não fedia. O time já vinha há três anos na Série A, campeão baiano de 2012, jogando a 3ª Copa Sul-Americana seguida, enfim, reinava uma relativa paz no seio da torcida que acabou em noventa minutos, na inauguração da Arena Fonte Nova, quando o time foi surpreendido por uma sonora goleada aplicada pelo rival e, para contrariar a velha máxima de que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, com pouco mais de um mês e, em pleno Dias das Mães, outra vergonhosa e estonteante goleada.

“Há malas que vem pra o trem…”

As duas humilhantes derrotas sofridas pelo Esquadrão deixaram a torcida em polvorosa, ferindo os brios tricolores e logo, começou uma intensa movimentação pelos quatro cantos da cidade com muitos protestos, palavras de ordens, passeatas com buzinaços e o diabo a quatro, que culminou com uma ação judicial impetrada pelo saudoso conselheiro Jorge Maia requerendo à deposição do então presidente Marcelo G. Filho por entender que houve ilicitude na sua reeleição, cujo dirigente, achando que tudo aquilo ainda era pouco ou irrelevante, resolveu futucar o cão com vara curta e foi mexer com o vespeiro da política baiana debochando, tanto com o governador da Bahia da época, como com a primeira dama do estado o que agravou ainda mais a situação, ato que contribuiu, sobremaneira, para o presidente ser destituído do cargo.

…E dias melhores vieram

Alguém já afirmou que “Nada é tão ruim que não tenha nada de bom”! E é verdade, claro que o Bahia vinha de muitos mais baixos do que altos desde o rebaixamento de 1997, mas, o vexame nos dois Bavis foi o estopim da bomba para reverter à situação. Com a destituição do presidente, o clube começou à se livrar das amarras ditatoriais, veio a intervenção, as eleições presidenciais, totalmente livres das interferências do então conselho deliberativo que antes, atuava como uma autêntica vaca de presépio que só dizia amém aos interesses da situação, enfim, se abriu novos horizontes para o Clube.

E com o início do novo ciclo político tricolor, veio a intervenção, eleições para para eleger presidente-tampão e eleições livres para mandatos convencionais, começando por Marcelo Sant’Ana que cumpriu três anos de mandato e Guilherme Bellintani que foi eleito e reeleito e já entra no seu último ano de mandato, um gestor muito incapaz para gerir, dirigir ou digerir o futebol do Esquadrão, mas, como Deus escreve certo por linhas tortas, muito capaz e sagaz em negócios corporativos o que fará com que, deixar seu na história como um dos melhores presidentes do clube por ter comandado tão complexa negociação da SAF e por ter inserido o Bahia no City Footboall Group, o maior e mais consolidado conglomerado interclubes do mundo.

Assim sendo, peço e rogo ao CFG que adote com muito amor e carinho esse novo integrante e caçula do grupo que, nesses 92 anos de existência, apesar dos problemas recorrentes de escassez de recursos e de demandas políticas que enfrentou, entregou títulos relevantes à sua imensa torcida e agora com o advento da Sociedade Anônima do Futebol-SAF, sob o comando de um grupo tão forte e próspero que em menos de um mês já mudou da água pra o vinho o perfil técnico e financeiro de contratações do clube, já desembolsando 30 milhões de Reais na aquisição de jogadores, não tenho a menor dúvida de que esse revigorado e SAF’ado Esquadrão de Aço vai honrar não só todo investimento feito na sua aquisição, bem como, toda confiança depositada pelo grupo na expressiva e valiosa marca Bahia.

Feliz Aniversário Bahêêêa.

BBMP-BORA BAHIA MINHA PORRA!!!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

Deixe seu comentário