E.C Bahia: Do calvário à SAF – por Erick Cerqueira

Que em 2023 o Bahia City, na Série A, seja o começo de uma nova era Tricolor.

Desde o título de 1988, conquistado pelo eterno presidente Paulo Maracajá, o Esporte Clube Bahia viveu uma série de altos e muitos baixos. Maracajá deixou a presidência após o icônico Bicampeonato de 1993-94, com o gol de Raudinei, mas seu grupo se manteve no poder até 1997, amargando 3 anos sem títulos e a queda pra Série B. Começava a campanha “Maracajá, Devolva O Meu Bahia”. Ascendia ao poder o grupo de Marcelo Guimarães, que pegava o clube buma situação muito difícil e entregaria no fundo do poço da Série C, em 2005.

 

A seu favor, em seus 8 anos de mandato, MG conquistou os baianos de 1998, 1999, divide o título de 2000 numa lambança absurda da FBF, e conquista o de 2001. No cenário regional é Bicampeão da Copa do Nordeste, com os títulos de 2001 e 2002. Esse seria o último título antes do que viria a ser o calvário Tricolor, e seus anos de humilhações.

CALVÁRIO

Uma década sem título algum, onde vimos crescer o número de novos torcedores do ex-rival e assistir a nossa torcida envelhecer, a ponto de nascer o personagem ‘coroa’, Jair, da dupla com Vicentino. Além dos rebaixamentos de 2003 pra Série B, de 2005 pra Série C, a manutenção da equipe por 2 anos no inferno, até o acesso à Série B em 2007, com o fatídico gol de Charles aos 49 do segundo tempo que colocou o time nas Oitavas de Final da Série C. Sim, essa foi uma das alegrias que tivemos de comemorar e está gravada no filme Bahêa Minha Vida. Uma glória vergonhosa que tivemos de assistir na gestão Petrônio Barradas, que pega o time na Terceira Divisão, deixado pelo Marcelo Guimarães, e entrega na Segunda, em 2008, para Marcelo Guimarães Filho.

Na era MGF, o clube retorna a elite após 3 anos da nova gestão. O acesso de 2010 foi um alento após 9 anos de sofrimentos, e faltando pouco mais de 2 meses pro acesso, a oposição do Bahia tentou tirar o presidente, numa atitude burra, com classifiquei na época.

Com o acesso, no ano de 2012, MGF consegue a façanha de conquistar 1 título baiano, após 11 ano, onde o time de Canabrava só não foi decacampeão porque havia um Colo Colo e um Bahia de Feira no caminho. O Maior Campeão do Estado, voltava ao seu lugar.

Em 2013, a crise política no clube se agrava com a crise no futebol. O time sofre as 2 goleadas que viraram até camisa comemorativa do ex-rival. Na gestão, que parecia promissora com o acordo da Nike e a proposta de criar a Cidade Tricolor com a OAS, trocando pelo Fazendão, a coisa ‘desanda’. Denúncias de “jabá” para jornalistas safados, uso de dinheiro do Clube para bancar baladas do presidente, crimes na Gestão de Futebol com dirigente fazendo “rachadinha” com dinheiro de atletas, o clube fica sem o Fazendão e a Cidade Tricolor bloqueadas pela Lavajato com os bens da OAS… e veio a intervenção porque o ‘presida’ foi falar mal da mulher do governador.

DEMOCRACIA TRICOLOR

Cai MGF, assume o novo grupo que está há 9 anos no poder. Ratiz assume temporariamente e passa o bastão ao saudoso Fernando Schmidt.

O clube consegue se manter na Série A, em 2013, mas cai no ano seguinte.

Em 2014, Marcelo Santana é eleito presidente do Bahia na nossa 1ª eleição direta, feita pelos sócios. Vence os Campeonatos Baianos de 2014 e 2015, além da Copa do Nordeste de 2017. Inova trazendo Avancini, o clube cresce, cria a cultura associativa, rádio, Bahia Day, internacionalização da marca, Embaixadas Tricolores pelo interior, mas não sobe em 2015. O acesso vem no ano seguinte e o clube se manteria na Série A por mais 5 anos.

Em 2019, assume Guilherme Bellintani. Com fama de gestor, sua gestão começa arrasadora. Conquista um Tricampeonato Baiano (2018, 2019 e 2020) que não víamos desde a época de Paulo Maracajá. Em 2021, vence a Copa do Nordeste em pleno Castelão. Iguala a melhor colocação do Bahia na Série A, de pontos corridos, a 11ª colocação. Aumenta exponencialmente o número de Sócios, equilibra as finanças do clube, traz de volta ao Bahia o Fazendão e a Cidade Tricolor, cria marca própria de camisas, constrói a loja na Fonte Nova, o museu do Bahia, negocia a dívida do Opportunity, e fecha a maior parceria da história do clube. A SAF com o Grupo City. Porém, cai em 2021 pra Série B e vira alvo de críticas da Torcida e da imprensa, com razão. O time disputa a Série B de forma digna, cometendo erros pontuais, com 38 rodadas sem sair do G4, e sobe junto com as SAFs de Cruzeiro e Vasco, e o time mais caro da história da Série B, o Grêmio. Ainda assim, sendo criticado em todos os jogos. Mas os árabes chegaram!

BORA BAHIA SAF MINHA PORRA!

Que em 2023 o Bahia City, na Série A, seja o começo de uma nova era Tricolor, com a dimensão das nossas expectativas. Que os investimentos do novo ‘dono’ do clube transformem o grandioso projeto em realidade. Manchester é logo ali, pois o Bahia é o mundo! Boas Festas, Nação Tricolor! Nós merecemos!

Autor(a)

Erick Cerqueira

Resenheiro extra-oficial do Único TIME BI CAMPEÃO BRASILEIRO entre Minas Gerais e o pólo Norte. Pós graduado em Gestão Esportiva, publicitário, parcial, Torcedor do Bahia e pai de Thor! Twitter: https://twitter.com/ericksc_

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