E.C Bahia: Uma pedra bruta se não for lapidada, jamais se transformará em diamante

UMA PEDRA BRUTA SE NÃO FOR BEM LAPIDADA, SERÁ SEMPRE PEDRA BRUTA....

Foto: Felipe Oliveira /EC Bahia

Sou amante de futebol, principalmente bem jogado taticamente e tecnicamente. Telê Santana, apesar de não ter sido campeão com a nossa seleção, deixou um legado imensurável ao futebol mundial de como se jogar um bom futebol, e também aquela derrota para Itália em 82, criou-se um estigma principalmente pela imprensa brasileira de que, futebol é espetáculo ou resultado, e no Brasil infelizmente foi criada essa escola de resultado, enquanto treinadores renomados de todo mundo, não escondem que Telê foi seu grande mestre. Vitor Pereira e Abel Ferreira, técnicos de Corinthians e Palmeiras, surpreenderam a todos quando disseram abertamente que Telê teve grande importância na carreira deles.

 

Estou sempre atento as informações de nossa imprensa baiana, e ouço bons comentaristas dizerem que o nossos dois maiores clubes nunca mais revelaram bons jogadores e principalmente a base do Bahia está arrasada e entregue à pessoas incompetentes. Não concordo muito com essas críticas, trazer bons treinadores de outros centros ou de outro país, é salutar, haja vista que o futebol brasileiro passou a ser muito mais vitorioso e agradável de assistir com a vinda de grandes treinadores estrangeiros. O Palmeiras, que nunca foi referência da base, hoje é, e com muita gente da Bahia. Usando essa premissa, a imprensa paulista, que é bairrista, seria louca em criticar baianos no comando da sua base. A questão é trazer gente competente.

Gosto de acompanhar jogos da base e vi André, Douglas Borel, Luís Henrique, Gabriel Xavier, Gregory, Everton, Miqueias e Patrick Verhon jogar e não tenho medo de dizer que o Bahia hoje tem ouro em pedra bruta na sua base que precisa ser lapidado para se tornar uma pedra preciosa. Falo isso porque a expectativa criada pelos torcedores quando Matheus Bahia e principalmente Patrick de Lucca foram lançados no time, despertando interesse de vários clubes da Europa, mas ambos foram doutrinados por Guto Ferreira e Enderson a serem jogadores medíocres. Aquele jogador que sempre faz o maior número de faltas nas partidas, dificilmente conseguem roubar bola sem falta, jogam sempre para trás, tem medo de jogar verticalmente, tem medo de chutar ao gol de longa distância, pisar na grande área adversária é uma raridade, fazer gols é mais raro ainda. O volante Danilo, do Palmeiras, que foi da base do Bahia e desperta interesse de vários clubes da Europa, não tenho dúvidas que se tivesse aqui seria uma jogador mediano à medíocre.

Anderson Talisca, se tivesse aqui seria sempre criticado. O problema do Bahia ou do futebol da Bahia não é que deixaram de revelar jogadores, falta bons lapidadores. Sou um crítico ferrenho da maneira como antigo dono do clube, Maracajá, conduzia o clube, acho ele o principal responsável por toda era sinistra que o clube passou, mas reconheço que era inteligente se não trazia jogadores com a qualidade estupenda que seu mentor Osório sempre trouxe. A história do clube mostra isso, ele pelo menos trazia grandes treinadores, uma coisa é Maílson, Zé Carlos, Charles, Fabão, Jorge Wagner e outros ter como mentor da sua carreira Zezé e Aymoré Moreira, Carlos Froner e principalmente mestre Evaristo de Macedo, que sabia explorar todo potencial de cada jogador e principalmente corrigir erros normais em jogadores novos. Agora imaginem se esses jogadores não tivessem esses treinadores de qualidade, será que a carreira deles seriam tão vitoriosas? Nunca esqueço quando Telê Santana disse que faria de Júnior Baiano, na época tido como violento e sem muita técnica, um jogador de seleção, foi chamado pela imprensa de maluco, e a história mostrou que ele estava certo.

Confesso que Guto Ferreira evoluiu um pouco na sua carreira em relação a outras que esteve aqui, e Enderson sua melhor versão é jogar com três zagueiros, fora disso é mediano para medíocre, com três zagueiros ele permite explorar todo potencial dos jovens laterais que vinham jogando, e inexplicavelmente tirados da equipe, dando alternativas de ataque e ofensividade sem a preocupação característica desses dois treinadores que é jogar defensivamente, já que tem cobertura desse terceiro zagueiro. Me arrisco até a dizer que se Guto Ferreira adotasse esse esquema de jogo, ele que é bem melhor taticamente que Enderson, seria hoje um treinador de ponta do futebol brasileiro. Infelizmente a incompetência e mediocridade da nossa diretória que não consegue enxergar e sair desse ciclo de treinadores medianos para fraco, o Fortaleza quando quebrou este ciclo de mediocridade deu um grande salto qualitativo.

Aquele gol no último minuto do jogo, Patrick sempre foi um jogador indispensável nos seus esquemas por esses treinadores medianos, sozinho com a bola dominada dar um bico inexplicavelmente para linha de fundo, retrata todo seu aprendizado com esses treinadores, foi um grande prêmio a toda essa incompetência, apenas dois chutes ao gol em todo jogo contra Londrina na Série B. UMA PEDRA BRUTA SE NÃO FOR BEM LAPIDADA, SERÁ SEMPRE PEDRA BRUTA, JAMAIS SE TRANSFORMARÁ EM DIAMANTE.

Jorge Machado, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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