E.C Bahia: O time “limitado” que se fixou no G-4 desde a 1ª rodada

O que é que o Bahia tem para estar no G-4 que os demais times da Série B não têm?

Foto: Felipe Oliveira /EC Bahia

Tive a oportunidade de conviver com o futebol-arte ou espetáculo que já foi praticado no Brasil por um monte de craques, na acepção da palavra, os quais, fortaleceram e tornaram tão popular o futebol nacional que em pleno auge da ditadura militar – um dos períodos mais nefastos e sombrios já vividos pelo país -, o então presidente Médici aproveitou à conquista do Tricampeonato Mundial de 1970 para tentar associar o êxito e a grandeza do futebol brasileiro ao seu ilusório programa de governo “Milagre Econômico Brasileiro”, numa época em que a TV só transmitia jogos de Eliminatórias ou de Copa do Mundo, mas, os estádios batiam recordes de público.

 

Naquela época, o cidadão que pretendia ser jogador de futebol para atuar num grande clube ou, vestir o tão cobiçado manto sagrado da Seleção Brasileira, teria que possuir dois importantes requisitos que era ser craque de bola ou, pelo menos, jogar um futebol acima da média e assim, os grandes clubes formavam bons times, os quais, embalavam as emoções dos torcedores nas saudosas noites das quartas-feiras e nas belas tardes do domingo em jogos brilhantes e emocionantes totalmente diferentes desses que são realizados atualmente nas dispendiosas e sofisticadas arenas, às quais, infelizmente, têm servido de palco para esse pobre e decadente futebol que, com raras e honrosas exceções, vem sendo praticado no Brasil.

Fiz esse preâmbulo para tentar mostrar que esse badalado futebol milionário, científico e mecânico que vem sendo jogado de alguns anos para cá, mesmo com o advento das novas arenas que oferecem em suas dependências total conforto ao público e aos jogadores que já são beneficiados pelas boas estruturas dos centros de treinamento de seus clubes, infelizmente, é um futebol muito aquém e sem nenhuma correlação com o futebol essencialmente técnico, tático e qualitativo que era praticado no passado, onde o individualismo dos craques formava um coletivo de excelência no time.

O que é que o Bahia tem para estar no G-4 que os demais times da Série B não têm?

Totalmente alheio e indiferente à prática de um bom e convincente futebol, o Bahia vem sendo muito questionado, tanto pela imprensa como pelo seu torcedor, por conta do pobre futebol que vem sendo praticado dentro de campo, sem falar na falta de uma boa sequência de triunfos como já aconteceu com o líder Cruzeiro que no decorrer da competição já engrenou oito triunfos seguidos, proeza que o tricolor conseguiu, apenas, uma vez e mesmo assim, só vencendo três jogos seguidos, além de uma sequência negativa de duas derrotas seguidas em plena Arena Fonte Nova, fracasso que deve ter custado o cargo do técnico Guto Ferreira.

Com toda essa enxurrada de críticas que o time vem recebendo de torcedores e, principalmente, da crônica esportiva local quando o constante mote dos analistas e comentaristas esportivos é dizer que se trata de um time fraco, limitado, sem qualidade, sem esquema tático definido ou sem nenhuma variação de jogada, enfim, analisam o Bahia como se fosse o patinho mais feio da competição, todavia, contrastando todo esse leque de mediocridades, o time conseguiu se fixar no G-4 desde a 1ª rodada da competição, já começando a entoar aquela antiga marchinha de carnaval “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

Como grande admirador do futebol e apaixonado torcedor do Bahêa que sou, gostaria que meu time estivesse convencendo e vencendo, ou seja, jogando bem e obtendo os bons resultados, mas, como o futebol-arte ou espetáculo que citei no início desse texto foi coisa do passado e só poderá ser revisto virtualmente nas plataformas do Google ou nas fitas do baú de relíquias da TV.

Como o Campeonato Brasileiro é uma competição restrita à Série A e que Série B é apelidada de campeonato, mas, não passa de um mero torneio de acesso à Série A, uma verdadeira briga de foice no escuro, um salve-se quem puder, então, mesmo contrariando meus princípios de sempre ter sido adepto do futebol de alto nível, tenho que ser resiliente, não podendo me opor a esse time do Bahia que, além de estar refém da ruindade do seu treinador continue, também, sendo um time “fraco”, “frouxo”, ‘limitado”, “sem padrão de jogo”, continue “matando” o torcedor de raiva, enfim, que permaneça sendo o eterno “cavalo paraguaio” da Série B como é cantado em versos e prosas pelo torcedor do rival, mas, que sobretudo, à bola continue conspirando ao nosso favor, para que no dia 06/11/2022 ou até antes, possamos voltar à entoar, espero, pela última vez, aquele bonito refrão: “Ôôô, o tricolor voltou, o tricolor voltou”, com à ressalva do clube jamais voltar à Série B.

Campanha do Bahia na Série B

Após o fechamento da 24ª rodada, já chegando aos 2/3 da competição, nos 24 jogos realizados o Bahia já soma 43 pontos, com 13 triunfos, 4 empates, 7 derrotas, 27 gols prol, 13 gols contra, apresentando um saldo de 14 gols e um aproveitamento de 60%, por enquanto, um percentual que se ainda não pode assegurar o acesso à Série A, mostra e demonstra que o time vem trilhando o caminho direcionado a esse objetivo.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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