Há várias décadas, o saudoso governador Octávio Mangabeira cravou uma frase ou máxima que até hoje serve de metáfora para os absurdos que acontecem na Boa Terra, quando dizia: “Pense num absurdo, que na Bahia acontece!” E parafraseando no futebol, pode-se dizer: Pense num absurdo, que no Bahia acontece! Sou um desportista apaixonado pelo futebol e, mais apaixonado ainda, pelo meu querido Esporte Clube Bahia, um clube que aprendi a gostar e amar, há décadas e, mesmo tendo ciência e consciência dos desmandos e sordidez que permeiam o melhor esporte do mundo que o futebol, jamais abandonarei meu querido Bahêa, esteja em que Divisão estiver ou estando presidido por quem quer que seja, até porque, os dirigentes passam, mas, a instituição fica, é eterna.
Classifiquei como muito estranho o fato do Bahia demitir o técnico Guto de Ferreira no cê da madruga, poucas horas após a humilhante derrota diante do Novorizontino, até porque, o torcedor sabe a paciência e a tolerância que o presidente Guilherme Bellintani sempre teve e tem para demitir um treinador, procedimento que não se repetiu com o Guto Ferreira que dormiu empregado e acordou desempregado e logo nas primeiras horas da tarde a diretoria anunciou, oficialmente e com toda pompa, a contratação do “Tricampeão da Série B do Campeonato Brasileiro(…) Enderson Moreira”, para dar sequência à temporada.
A nota emitida e divulgada pelo Clube, além de enfatizar os três títulos conquistados pelo treinador na Série B destaca, também, a passagem do treinador pelo clube entre junho/2018 e março/2019, quando relata as grandes campanhas do time na Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão e ainda, ressalta os grandes clubes brasileiros, Fluminense, Santos, Atlético Paranaense, Grêmio e outros que o treinador já comandou no decorrer de sua carreira.
Em contrapartida, o emitente da Nota esqueceu ou se omitiu de relatar que, no citado período, o único título “relevante” conquistado pelo treinador foi o de campeão baiano de 2018, justamente, no ano em que iniciou a decadência técnica do rival. Ademais, o autor do comunicado se olvidou ainda, de citar a vergonhosa perda do título da Copa do Nordeste para o modesto Sampaio Corrêa em plena Fonte Nova lotada, quando o Bahia necessitava de um simples 1×0 para erguer à Taça e ainda, a saída do então jogador Vinícius, o atual Vina que vem brilhando no futebol cearense e brasileiro há três temporadas, fato causado por birra ou implicância desse treinador para com o jogador.
Para agravar a situação na época, o treinador “compensou” a saída do jogador, solicitando a contratação de Guilherme, que estava encostado no Corinthians, um refugo que foi contratado a peso de ouro pelo Bahia, no entanto, só veio curtir as belezas da Bahia porque, jogar futebol, necas de pitibiriba. Esses pontos negativos o clube não divulgou, mas, o torcedor não esquece.
Como o clube divulgou, com tanta pampa e relevância, o “tricampeonato” da Série B conquistado pelo treinador Enderson Moreira, envio diretamente para o presidente Guilherme Bellintani o pensamento de um ilustre e desconhecido torcedor. “Série B é tão difícil que é impossível um clube ser Bi-Campeão, por duas vezes seguidas!”.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.