As chances de sucesso do Bahia de acordo com as estatísticas recentes da Série B

Nos últimos anos, a Série B deixou de ser uma competição de placares elásticos.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Cada liga nacional tem algo que pode ser definido como a sua identidade. O Campeonato Espanhol, por exemplo, é tido como bastante técnico, enquanto o Campeonato Francês (como observou João Henrique Marques em sua coluna no UOL) é tido como físico e até mesmo violento.

Por outro lado, nada impede que características como essas mudem com o passar dos anos. O português Bruno Venâncio escreveu há três anos um texto para o Jornal i, falando justamente sobre como o Campeonato Italiano, antes tido como defensivo, passou a apresentar jogos mais abertos.

Partindo dessa premissa, falaremos aqui das tendências da Série B do Campeonato Brasileiro nos últimos anos, e como tais tendências — caso se confirmem em 2022 — podem nos ajudar a prever em que posição terminará o EC Bahia na classificação ao fim da 38.ª rodada.

O fator casa

Em 2021, a importância do fator casa foi evidente, visto que os quatro clubes que conseguiram o acesso à Série A deste ano foram também os de melhor campanha enquanto mandantes: Botafogo (campeão), Coritiba (terceiro colocado), Goiás (vice-campeão) e Avaí (quarto colocado).

O caso do Botafogo é o mais impressionante. Em casa, o Alvinegro carioca teve um aproveitamento de 82,5%; fora, um aproveitamento de 40,5%. Com isso, a equipe foi campeã com uma rodada de antecedência mesmo tendo apenas o nono melhor desempenho enquanto visitante.

Tudo isso é motivo de otimismo para os torcedores do Bahia. Ao fim da 12.ª rodada deste ano, o Tricolor de Aço era o único com 100% de aproveitamento em casa. Logo na rodada seguinte a equipe foi derrotada na Fonte Nova, mas seu aproveitamento de 86% em Salvador ainda era excelente.

O desempenho ofensivo

Nos últimos anos, a Série B deixou de ser uma competição de placares elásticos. Nas cinco edições do torneio realizadas entre 2017 e 2021, apenas uma equipe teve média superior a 1,5 gol por jogo: o Bragantino de 2019, que, como lembra o Bragança-Jornal, marcou 64 vezes em 38 partidas.

Trata-se de um desempenho ofensivo acima da média, porém não vem sendo garantia de nada. O Atlético-GO teve o melhor ataque de 2018, com 57 gols, mas terminou aquela Série B apenas em sexto lugar; a Ponte Preta teve o melhor ataque em 2020, com 54 gols, mas terminou apenas em sétimo.

É claro que, para o torcedor do Bahia, era muito bom constatar que, ao fim da 12.ª rodada, a equipe tinha o melhor ataque da competição, com 15 gols marcados. Mas, com um gol a menos, havia três equipes, das quais apenas uma (o Cruzeiro) estava no G4.

Com os mesmos 14 gols do Cruzeiro estavam o Criciúma, que era o sexto colocado, e o Operário, que era o oitavo. Como veremos na seção seguinte, existe um indicador bem mais confiável de sucesso na segunda divisão nacional – e em competições de pontos corridos em geral – ultimamente.

O desempenho defensivo

Ainda tomando como referência o período de 2017 a 2021, apenas uma vez a equipe de defesa menos vazada não conseguiu o acesso: a Ponte Preta de 2018, que terminou aquela competição com 30 gols sofridos em 38 jogos (uma média de 0,79 gols por jogo).

Nos outros anos, a equipe que sofreu menos gols não só terminou no G4 como foi a campeã: o América-MG em 2017 (25 gols sofridos), o Bragantino em 2019 (27), a Chapecoense em 2020 (21) e o Botafogo no ano passado (31, assim como o vice-campeão, o Coritiba).

Em 2022, após as 12 primeiras rodadas, o Grêmio havia sofrido apenas quatro gols. Não por acaso, estamos falando de um dos favoritos ao acesso, e o retorno de 1,33 oferecido pela Betway, site de apostas na Série B, em 16 de junho pela vitória dos gaúchos contra o Sampaio Corrêa na rodada seguinte era um indício disso.

O Bahia também foi pouco vazado: foram apenas seis gols sofridos em seus 12 primeiros jogos. E, com um técnico tão preocupado com um bom sistema defensivo quanto Guto Ferreira, as chances de que tal média não suba muito ao fim do campeonato são razoáveis.

Conclusão

Diferentes conclusões podem ser tiradas a partir das estatísticas apresentadas acima. Certo mesmo é que, além da tradição do Bahia enquanto clube, e da qualidade de seu elenco, a equipe tem a confiança de saber que desta vez os números estão a seu favor.

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