Se a pré-temporada convencional foi insuficiente para que o time do Bahia se preparasse e se capacitasse para protagonizar nas competições do ano, após o fiasco de não ter avançado às semifinais do Campeonato Baiano e de não ter chegado às quartas de finais da Copa do Nordeste, ausências que, além dos prejuízos de ordem técnica e moral para o clube no Campeonato Baiano, houve perdas técnicas, midiáticas e financeiras na Copa do Nordeste e o time acabou sendo “premiado” com 20 dias de “férias”, só retomando aos jogos oficiais na estreia da Série B, quando enfrentará o Cruzeiro na Arena Fonte Nova, no dia 9 de abril.
Quando se imaginava que o rebaixamento à Série B no final do ano passado poderia servir de lição para o presidente rever seus conceitos e desacertos no futebol que, há muito tempo, vem vegetando, devendo muito ao torcedor, o gestor demite o diretor de futebol, deixa o cargo acéfalo por quase três meses, promove um verdadeiro desmanche num time que já não era bom, mas, tinha algumas peças de valor e como de costume, sempre argumentando dificuldades financeiras do clube, continuou contratando jogadores de qualidade duvidosa, enfim, se o cartola já estava perdido antes do clube ser penalizado pelo rebaixamento, após este ser configurado, ficou mais perdido do que cego em tiroteio.
Admito que a resistência do Gilberto em não permanecer no clube, um atleta que se identificou tanto com a Instituição mas, também, com o torcedor, não só por ter sempre ter suado a camisa dentro de campo como pelos importantes gols marcados, por entender que por mais que o clube e o torcedor defendessem sua permanência, já havia um certo desgaste natural entre o jogador e o clube por conta de uma relação que já estava prestes a completar quatro anos, fato muito raro de acontecer no entra e sai de jogadores do futebol brasileiro.
Em contrapartida, o gestor não teve pulso para manter no grupo atletas que na equação do custo/benefício, o benefício suplantou o custo e cito as situações de Rossi, Índio Ramírez, Germán Conti e até o Nino Paraíba que mesmo jogando seu velho “feijão com arroz”, tinha mais acertos que erros, mas, minha maior indignação é com relação ao colombiano Índio Ramirez, um jovem que chegou desacreditado, mostrou qualidade e só saiu do time por conta de uma lesão grave, mas, só se recuperar, no momento propício para aquisição do jogador, o presidente Guilherme o preteriu, “perdendo” o jogador para o América Mineiro, mesma situação que aconteceu com o zagueiro Conti, sem falar na amadora decisão da não aquisição do jogador Raí, um jovem promissor que mostrou futebol na Copa São Paulo, mas, por conta da “fortuna” de 350 mil Reais exigida por um clube do Piauí, deixou de adquirir o jovem e promissor jogador.
A verdade é que o torcedor do Bahia que ainda estava lambendo as feridas causadas pelo rebaixamento, ficou ainda mais indignado e furioso com esses dois últimos vexames do time, quando num intervalo de quatro dias não se classificou às semifinais do campeonato Baiano e, para agravar a situação, não chegou às quartas de finais da Copa do Nordeste, quando integrou um grupo fraco onde só o Ceará figura na Série A, com os demais sendo integrantes das demais Séries, mas, não tendo a competência para estar entre os quatro primeiros colocados e todos nós sabemos que Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, são competições que o Bahia teria ou tem a obrigação e o dever de chegar às suas respectivas fases finais.
Como sou um sujeito que procuro extrair algo positivo em tudo que acontece de negativo e ruim, mesmo com toda indignação, ainda levo em consideração um velho adágio popular, cuja filosofia, é que “Há males que vem pra o bem”, imagino que encaixa muito bem na atual crise do Bahia quando o time só tem dado vexame. Então entendo que nesse recesso de vinte dias, será suave para o torcedor que não vai se aborrecer ou se injuriar com resultados ruins porque o time ficará invicto durante o período por não jogar nenhuma partida oficial e é aí que aproveito para parafrasear o velho ditado citado acima, dizendo que: ,“Há malas que vem pra o trem”!
Infelizmente, esse é o Bahia que o torcedor nunca quis, mas, é o Bahia que o presidente Guilherme Bellintani quer, cujo intento, já está consolidado ou, quase consolidado.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.