O que esperar do Bahia na Série B mais difícil de todos os tempos?

SÉRIE B 2022: A EDIÇÃO MAIS DIFÍCIL DA ERA DOS PONTOS CORRIDOS

Nos cinco anos ininterruptos que o Bahia se fez presente na Série A – 2017 a 2021 -, para ser justo e correto, foram quatro edições atuando como mero coadjuvante e apenas, em uma edição, fazendo uma pequena “fumaça” que aconteceu no ano subsequente ao acesso no Brasileirão de 2017 quando o time deu a falsa impressão ao torcedor de que conquistaria uma vaga na Pré-Libertadores, entretanto, no jogo que poderia viabilizar a pretensa façanha, o time entregou a rapadura, perdeu para Chapecoense, em plena Arena Fonte Nova, dando adeus ao objetivo, se contentando com uma vaga à Sul-Americana, frustrando o torcedor.

 

Durante o referido quinquênio, houve muitas oscilações na Série A com gigantes e tradicionais clubes do futebol brasileiro como Internacional, Cruzeiro, Vasco da Gama, Botafogo, Grêmio, Bahia, Coritiba e Sport, clubes detentores de títulos nacionais, continentais e até de mundiais, como é o caso da dupla Grenal que já conquistou o mundial, mas, o que chamou a atenção foram os rebaixamentos, pela primeira vez, de Internacional e Cruzeiro, só que o Inter caiu em 2017 e obteve o acesso em 2018, enquanto que o Cruzeiro foi rebaixado em 2019 e já vai para o terceiro ano de Série B.

Em contrapartida, a constante queda de grandes clubes à Série B serviu, também, para “enriquecer ou qualificar” a referida divisão que sempre foi muito censurada e menosprezada, mas, que a cada ano que passa, assim como tem recebido clubes de grande expressão do futebol nacional tem, também, colocado clubes emergentes na Série A como é o caso do Cuiabá, um time com poucos anos de fundado, mas, que fez sua estreia na Série A em 2021, fazendo uma boa e segura campanha, fator que o credenciou a uma vaga na Copa Sul-Americana, enquanto o Bragantino que levantou o título da Série B de 2019, já vai para o terceiro ano seguido de Série A, com campanhas boas e a prova disso é que acabou de conquistar vaga direta à Copa Libertadores da América, já entrando pela fase de grupos.

E O BAHIA DO GUILHERME VAI TER QUE SE REINVENTAR PARA SE VIRAR NOS “VINTE”!

Reiterando o que afirmei no início do texto, vegetou os últimos anos na Série A sem empolgar o seu torcedor, sempre acertando mais na ferradura do que no cravo, tanto que participou de quatro Copas Sul-Americanas, no entanto, não passava da fase de grupos. Em 2020 ficou na bica para ser rebaixado à Seria B, no início da temporada de 2021 iludiu o torcedor conquistando o título da Copa do Nordeste e, daí em diante, começou descer a ladeira do Brasileirão, caindo pelas tabelas, até despencar de Divisão, o que culminou com o rebaixamento à Série B, tudo isso, por conta de maus gestores que se cercaram de pessoas incompetentes para gerir o futebol e, como a bola pune, a pena foi decretada.

Seguramente, o Bahia vai participar ou disputar a mais concorrida e difícil Série B da era dos pontos corridos e, para que o clube não se torne um mero coadjuvante da competição, o presidente Guilherme terá que aplicar um upgrade na sua versão Série A, quando só jogava para obter a “conta do chá” ou seja, com pífias e mesquinhas pontuações necessárias à permanência do clube na elite do futebol brasileira, procurando atingir aquele número mágico dos 45 pontos que sempre garantiu escapar do rebaixamento, uma pontuação que não seria suficiente no Brasileirão do ano passado porque o 16º colocado que foi o Juventude, escapou da queda com 46 pontos.

Para a Série B, a estratégia é totalmente diferente e para um clube gigante do futebol brasileiro, como é o Bahia atingir, creio, o seu principal objetivo que é o acesso, terá que finalizar a competição integrando o G-4 e, para tanto, terá que somar no mínimo, 64 pontos, para assegurar o acesso e aí, como o time já estava acostumado em fazer 38 jogos na Série A para atingir os 45 pontos, terá que ter um plus de 43% para alcançar a marca de 64 pontos para se livrar da repetência na Série B.

O que me deixa triste, preocupado e indignado é que, já faltando menos de dois meses para o início da Série B, vejo o Bahia uma caricatura de time dando vexame tanto em jogos do Campeonato Baiano diante de Bahia de Feira, Unirb e Barcelona como, também, em jogos da Copa do Nordeste, quando tomou um banho de bola do Atlético de Alagoinhas, agora, imaginemos se confrontando com os times da forte Série B? A goleada sobre o Globo veio para, pelo menos, dar uma tranquilidade ao treinador para trabalhar e tentar aperfeiçoar esse time, mas, não elimina a preocupação do torcedor.

O time do Bahia é peba, sem alma, sem luta e sem tesão de vencer dentro de campo e, o pior, manteve alguns do time que foi rebaixado, além de continuar fazendo pífias contratações, as quais, já se tornaram uma marca registrada da má gestão do presidente Guilherme, quando percebo que se não houver uma melhoria qualitativa nas próximas aquisições de jogadores, infelizmente, o time fará companhia ao rival na Série C de 2023, porque o time que vejo aí batendo cabeças, estará fadado a fracassar na Série B.

Quem manja o mínimo de futebol, sabe que para ser protagonista de uma Série B tem que montar um time de Série A, como possui o Grêmio, Vasco, Cruzeiro e talvez o Sport que negociou dois atletas para o exterior, fez caixa e como seus dirigentes tem um bom índice de acertos em contratações, podem surpreender à Série B com um time competitivo deixando a disputa pelo G-4, mais acirrada ainda, haja vista que, segundo os profetas e matemáticos de plantão do futebol, a priori, Grêmio, Vasco e Cruzeiro devem ou podem ocupar três vagas, ficando a quarta a ser disputada por Sport, Náutico, Bahia, CSA, CRB, Guarani, Chapecoense, Ponte Preta ou até algum azarão que não foi citado tipo, Tombense, Sampaio Correia, Londrina e outros menos votados.

Portanto, só resta ao Bahia montar um time para protagonizar na Série B, jogar muito futebol, somar no mínimo 64 pontos e que seus dirigentes e comissão técnica abdiquem dessa frescura de todo jogo que o time perde ficar acusando erros de arbitragem e também, reclamando de desgaste ou cansaço de jogador por conta do “excesso” de jogos na temporada, até porque, concluídas as competições de Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, o Bahia só vai jogar a Copa do Brasil, já entrando na 3ª ou 4ª fase, além da própria Série B.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano. 

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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