Jorge Machado: E.C Bahia é um Gigante dirigido por anões!

"a solução para não termos esses problemas de saúde até morrer é virar torcedor dirigente"

Primeiro gostaria de solidarizar-se com a família do torcedor Ailton Mangueira que não resistiu a mais um sofrimento e humilhação imposta pelo seu time do coração e o acúmulo de decepções levou o seu falecimento. Neste fatídico dia para história infeliz do clube, estava justamente indo para Belo Horizonte, e no Mercado Central onde tudo acontece em Belo Horizonte, pude vivenciar as duas faces completamente opostas de manifestação de amor pelo seu clube do coração, enquanto torcedores do Galo transbordavam de alegria comemorando efusivamente mais um título nacional depois de cinquenta anos, eu assistia depois de uma noite de insônia, triste e cabisbaixo.

 

Presenciava pessoas maduras sem nenhum pudor a cada gole de cerveja imitavam o canto de um galo, para delírio e explosão dos torcedores presentes, e tornava-se um desafio para que cada um deles tentasse cantar mais alto, e consequentemente conseguisse o ápice de gritaria e emoção, na semana seguinte outra explosão de êxtase com a conquista da Copa do Brasil.

Confesso que fiquei dois dias sem querem saber nada do Bahia, e depois disso não resisti procurei informação pelo canal do Matheus Barbaço, um cara que nem conheço, mas extremamente competente e profissional, e o semblante de desânimo e frustração dele com o rebaixamento representava todo sentimento dos verdadeiros torcedores apaixonados pelo nosso clube. Confesso que fiquei decepcionado quando li uma nota fria do presidente simplesmente assumindo a responsabilidade. Me fez refletir, a brutal diferença que existe de um verdadeiro torcedor. Para os dirigentes, é uma grande oportunidade de ganhar notoriedade nacional e até mundial.

Um ex-presidente do Bahia declarou certa vez que ser presidente do Bahia é o segundo maior cargo de importância do Estado, perdendo só para o governador. Concordo com ele, o título de Dirigente do Bahia é o maior feito que eles carregaram em todo seu currículo, por mais vitorioso que seja na sua vida empresarial, o presidente do Bahia deveria ter emitido uma nota primeiro pedindo desculpas à família do torcedor morto, custear do seu bolso com sua Diretoria toda despesa do funeral, seria um gesto humilde de pedido desculpas a todo aquele torcedor que sofreu humilhação e frustação, admitindo toda sua incompetência, soaria como um pedido de um voto de confiança dos torcedores para devolver o clube na primeira divisão. Só assim ganharia respeito e confiança do seu torcedor raiz.

Foi o rebaixamento mais estúpido que já presenciei do Bahia. Confesso que estou extremamente preocupado se esse presidente é capaz de devolver o clube onde achou, a debandada dos que prestaram foi geral, insistir demais com Dado Cavalcanti, mesmo depois de duas goleadas impiedosas, cinco contra o Flamengo e logo em seguida três contra o campeão brasileiro, ele não o demitiu. Além de não fazer isso, sua solução foi a pior possível, trouxe um treinador estrangeiro. Sou totalmente favorável aos treinadores estrangeiros, muito mais profissionais, agora, trazer um cara no meio de um campeonato tão difícil como o Brasileiro, sem conhecer ninguém do plantel, nenhum time adversário, era munição necessária para ser rebaixado.

Outra coisa extremamente preocupante para os torcedores, Rodriguinho que pouco rendeu para o clube chegou a ser sondado pelo Santos que se assustou com seu salário, 600 mil reais, segundo Jornalista Jorge Nicola. O atual Bi Campeão da Sul-Americana, Athletico Paranaense, também tentou contratar Rossi e se assustou com seu salário. O Juventude pretendia ficar com Douglas Friedrichn, mas pagar seu salário integral ficaria inviável – antes era dividido com o Bahia. Clayson, antes da acusação de agressão (que acabou inocentado), foi dito pelo presidente do Cuiabá que era o grande sacrifício que faria em pagar todo seu salário. Óscar Ruiz foi sondado por clubes brasileiros e argentinos, mas o salário assustou.

Agora pasmem, Bahia repassa para o Goiás o centroavante Vinícius porque seu salário ficou inviável para segunda divisão, ou seja, o Náutico pagava um salário real, e o Bahia paga um salário astronômico, sem falar em trazer um jogador contundido, Marcelo Cirino, pagando todo seu salário, só para jogar em 2022, isso significa que o Presidente e toda sua Diretória demonstrou total amadorismo. A Diretória do Bahia confiou às Raposas para tomar conta do Galinheiro, além de um total desconhecimento de futebol e principalmente de salários pagos no mercado nacional e local, temos total convicção da idoneidade deles, mas, um profundo desconhecimento sobre mercado da bola.

Para encerrar, um assusto fora do contexto deste texto mais importantíssimo, gostaria de dizer alguns incautos torcedores nordestinos que entram na onda de jornalistas do Sul e Sudeste na crítica ferrenha contra o VAR. O árbitro de vídeo foi implementado no Brasileirão de 2019, neste ano foram rebaixados dois clubes do Sul do País, Chapecoense e Avaí, e um do Sudeste, Cruzeiro. Em 2020 foram rebaixados dois do Sudeste, Vasco e Botafogo, e um do Sul do Brasil, Coritiba. Em 2021, tivemos mais dois rebaixados do Sul do país, Grêmio e Chapecoense. Com o VAR, a probabilidade de times (até mesmo os grandes) do Sul e Sudeste serem rebaixados, é muito grande, ou seja, fica claro que as arbitragens intencionalmente favoreciam os times do Sul e Sudeste.

O desespero e preocupação da imprensa do Sudeste em 2019 foi tamanha que, o jornal o Globo no final do Campeonato Brasileiro de 2019 colou a manchete que o Bahia foi o time mais beneficiado pelo VAR, quando a manchete correta era que, o Bahia iria ser o time mais prejudicado pela arbitragem, mas VAR corrigiu isso, porque teve que corrigir pênaltis intencionalmente muito mal marcados a favor deles. Gostaria também de deixar uma missão impossível para todos os competentes profissionais do Brasil de Repórteres Cinematográficos, mostrar nas arquibancadas do Brasil ex-Dirigentes de futebol torcendo pelo clube do seu coração, nunca vi.

Não vale próximo às eleições de clubes, essa é a grande diferença entre um e outro, enquanto existe um sentimento puro que transborda alegria magia, raiva, paixão, emoção, angústia, carrega seu clube do coração nas costas sem pedir nada em troca, isso é torcedor, enquanto o outro se beneficia da exposição midiática de todo Brasil e até mundial para seu projeto pessoal e político, se blinda das emoções, oportuniza as vantagens a seu favor, isso é a grande maioria dos dirigentes aproveitadores, a solução para não termos esses problemas de saúde até morrer é virar torcedor dirigente. Por fim, o Bahia é um GIGANTE dirigido por anões.

Jorge Machado, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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