Ser Bahêa é uma coisa inexplicável, diferente, impressionante e indescritível, quando diria que nem o próprio torcedor sabe expressar ou descrever o que significa tanto amor, tanta paixão e devoção que o sujeito nutre por esse clube, o qual, ao mesmo tempo que é singular, por ser muito especial é, também, plural pela sua amplitude, magnitude e diversidade de emoções que proporciona ao seu torcedor, porque é como enfatiza muito bem uma das estrofes do seu magistral Hino, de autoria do saudoso Professor Adroaldo Ribeiro Costa: Somos a turma tricolor, somos a voz do campeão, somos do povo o clamor, ninguém nos vence em vibração (…).
Felizmente, nesse 01 de janeiro, o Esporte Clube Bahia completa 91 anos de existência, mas, infelizmente, quando o seu apaixonado torcedor esperava o nonagenário forte, robusto, com saúde financeira e consolidado na elite do futebol brasileiro, com a instituição estando preparada e capacitada para enfrentar os grandes entraves e desafios do futebol que, a cada ano que passa, exige mais competência, inteligência, criatividade e habilidade dos seus gestores e o presidente Guilherme após passar quatro anos vendendo ilusão a grande Nação Tricolor, resolveu dá para 2022 esse “presente” antecipado de aniversário ao torcedor, um autêntico presente de grego, que é o rebaixamento à Série B, de Bellintani.
Sinceramente, não gostaria mais de passar por aquele pesadelo vivido pelo clube entre 2004 e 2010 um quando chegou a passar dois anos na sarjeta da Série C e só não perecendo por conta do carinho e forte apoio da sua imensa torcida que em muitas vezes transformou à velha e gigante Fonte Nova pequena em função da grande demanda de público para assistir os jogos do Bahia diante de perebas da Série C, tipo: Ananideua, Fast Clube, Barras, Crac, Pirambu, Coruripe e outros similares da época, sendo que no atual estágio, alguns já saíram da citada Divisão e se encontram fora de série.
Esse rebaixamento do Bahia à Série B é o retrato fiel da gestão Bellintani. Começou a ser ensaiado em 2019, quando o time só não caiu com Roger Machado por conta de uma “gordura” que havia acumulado no primeiro turno; em 2020 o presidente optou pela continuidade do questionado trabalho do Roger que foi demitido logo na 7ª rodada do Brasileirão, sendo substituído por Mano Menezes que não conseguiu recuperar o time e, quando faltavam doze rodadas para o término da competição, também, foi demitido, entrando em cena o “bombeiro” Dado Cavalcanti que conseguiu debelar o incêndio e salvou o time do rebaixamento.
Já em 2021 após o susto de 2020 e respaldado pela sua reeleição, quando foi referendado por uma votação superior a 83% dos votos válidos, o presidente Guilherme Bellintani afirmou que faria a maior reformulação de sua gestão, no departamento de futebol Clube. Pode até ter feito, mas, deve ter surtido efeito contrário porque o que estava ruim, ficou pior, o time que quase caía no Brasileirão de 2020 caiu em 2021 e o que imagino de toda essa reformulação que foi feita, foi que o presidente mudou, apenas, os caranguejos, mas, a lama continuou a mesma.
Já citei em algum ou alguns comentários e, reitero mais uma vez, que o grande e grave entrave do Bahia nos últimos anos é a falta de garra, de comprometimento e de vontade de vencer dos jogadores dentro de campo, situação pela qual, imagino que tenha sido estimulada pela própria diretoria do clube que nas minimetas das competições, ao invés de exigir uma pontuação alta ou bem acima da média, estabelece uma baixa pontuação, como foi descoberta num cartaz deixado por descuido no vestiário do estádio de PituAÇO, o qual, estabelecia conquistar seis pontos num bloco de quinze disputados (Atlético/GO, Grêmio, Fluminense, Santos e Fortaleza), pelo que lembro, nesse pacote o time só conquistou quatro pontos, empatou com o Santos, venceu o Fortaleza e perdeu o resto, conseguindo um pífio aproveitamento de 27% e, apesar dos pesares, o mundo tricolor continuou com tudo colorido, só desbotando no dia em que o time foi rebaixado.
O RETORNO À SÉRIE A DE 2023, NÃO É FAVOR DO PRESIDENTE, É OBRIGAÇÃO
Gostaria e muito, que no dia 01/01/2023, estivesse aqui festejando e celebrando o aniversário de 92 anos do Esporte Clube Bahia, comemorando o seu retorno à Primeira Divisão do futebol Brasileiro, assim como fizeram Coritiba, Botafogo e Goiás que sucumbiram num ano e subiram no ano subsequente, times que deram alegria e prazer aos seus respectivos torcedores pelos grandes jogos que realizaram em suas vitoriosas campanhas, mas, afirmo com toda sinceridade, que pela inconsistência do time do Bahia e a ruindade de muitos jogadores demonstrada na temporada de 2021, imagino que só as mudanças que estão sendo promovidas no seu departamento de futebol não serão suficientes para lograr o êxito desejado.
É imperativa a mudança não só de perfil, mas, também, de espírito de luta do time porque o atual, carrega um espírito morto dentro de campo e se o time para 2023 não for montado ou remontado com jogadores técnicos, com vontade de vencer, com espírito de vencedor e sobretudo, comprometidos com o acesso, o clube não conseguirá o objetivo.
E no caso de permanência, o time acaba gostando da Série B, começa a paquerar a Série C e tenta reprisar aquele horroroso e interminável filme de longa metragem exibido entre 2004 e 2010, quando parecia que o Esporte Clube Bahia jamais se libertaria do subsolo do futebol Brasileiro.
Portanto, Senhor presidente Guilherme Bellintani, no seu último ano de mandato em 2023, caso sua gestão permaneça em plena normalidade, ou seja, sem nenhuma solução de continuidade, até porque, há fortes boatos de que o clube tomará o mesmo rumo de Botafogo e Cruzeiro e será vendido, o senhor não estará fazendo nenhum favor ao torcedor do Bahia em deixar o Clube na Série A como o encontrou em 2018 e sim, uma obrigação porque estará resgatando uma imperdoável dívida que tem com à imensa Nação Tricolor.
Finalizando, aproveito a oportunidade para desejar aos editores e leitores desse importante blog esportivo, um Ano Novo repleto de paz, de muita saúde, harmonia e grandes realizações e ainda torcendo para que os dirigentes do pobre futebol da Bahia tenham a hombridade de reconhecer o intenso crescimento do futebol cearense nos últimos dois anos e tentem estabelecer um intercâmbio de ideias visando a melhoria do nosso futebol, principalmente, o presidente Bellintani que tem dado muitas “barrigadas” no futebol e terá que dar seus pulos para recolocar o Bahia nos trilhos da Série A de 2023.
Feliz Ano Novo. Feliz Aniversário, Bahêa!
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.