Bahia em 2021: Do tetra da Copa do Nordeste ao frustrante rebaixamento

Bahia um ano de altos e baixos. Mais de baixos do que de altos.

Com a paralisação por futebol por alguns meses devido a pandemia do Coronavírus, o Campeonato Brasileiro da Série A de 2020 foi encerrado em fevereiro de 2021. Com isso, o Esporte Clube Bahia encerrou 2020 e começou 2021 sofrendo na luta contra o rebaixamento. Foram três treinadores, sendo que Dado Cavalcanti foi o responsável por assumir a equipe após a demissão de Mano Menezes e conseguiu o objetivo de manter o Esquadrão na elite, na penúltima rodada, goleando o Fortaleza por 4 a 0 na Arena Castelão, além disso, garantiu vaga para Copa Sul-Americana.

 

Sem direito a férias, a temporada 2021 começou também em fevereiro, com dois times do Bahia atuando, o de transição disputando o Baianão e o principal focado na Copa do Nordeste e Copa do Brasil. No Estadual, sob o comando do auxiliar Cláudio Prates, o Tricolor buscava o tetracampeonato seguido, porém, com uma equipe bastante limitada e sem qualquer organização tática, foi eliminado na semifinais para o Bahia de Feira, tomando 3 a 0 na Arena Cajueiro no dia 12 de maio. O Atlético de Alagoinhas alcançou o título inédito batendo o Tremendão na decisão. No Estadual, o Esquadrão contabilizou 5 vitórias, 3 empates e 3 derrotas, em 11 jogos, com 9 gols marcados e 8 sofridos.

Na Copa do Nordeste, mesmo sem apresentar um futebol vistoso, e muitas vezes oscilante, o Bahia foi avançando e chegou à grande final depois de eliminar CRB (quartas) e Fortaleza (semis). O adversário da final era o carrasco Ceará, de Guto Ferreira, que tentava o tricampeonato invicto do Nordestão. Assim como em 2020, o Vozão largou na frente, abriu 1 a 0 em Pituaçu com gol de Jael.

Na Arena Castelão, os comandados de Dado Cavalcanti venceram por 2 a 1 no tempo normal, com Rodriguinho e Gilberto marcando os gols e Jael descontando, e nos pênaltis brilhou a estrela do goleiro Matheus Teixeira, que já havia sido herói na semifinal diante do Fortaleza. O Esquadrão conquistava o tetracampeonato do Nordeste no dia 8 de maio, se igualando ao arquirrival Vitória como maiores campeões do torneio. No Nordestão, o Bahia disputou 12 jogos, com 6 triunfos, 2 empates e 4 derrotas, marcou 22 gols e sofreu 11.

A importante conquista da Copa do Nordeste garantiu a permanência de Dado Cavalcanti por mais algum tempo e deu uma amenizada nas críticas, ainda assim, o torcedor não estava muito satisfeito com o futebol apresentado pelo time, tampouco com a gestão de Guilherme Bellintani, que desde o segundo semestre de 2019, parece ter perdido o rumo.

Na Copa do Brasil, não podemos dizer que o Bahia foi mal. Passou por Campinense, Manaus e Vila Nova, e nas oitavas de final, parou no Atlético-MG, que sagrou-se campeão em cima do Athletico-PR. No jogo de ida, perdeu por 2 a 0 no Mineirão, e na volta surpreendeu chegando a abrir 2 a 0 no Joia da Princesa, mas acabou levando um gol e foi eliminado. Em 6 jogos, foram 5 triunfos e 1 derrota, 15 gols marcados e 5 sofridos.

Passada a primeira etapa do ano, o Bahia entrou no Campeonato Brasileiro até bem, inclusive, teve seu melhor início de Série A nos últimos anos. Nos 10 primeiros jogos, foram 5 triunfos, 2 empates e 3 derrotas, chegando a figurar entre os seis primeiros. No entanto, foi apenas um fogo de palha, que logo se apagou e a realidade veio a tona. Na sequência, amargou oito jogos seguidos sem vencer, perdendo sete vezes. Dado foi demitido no dia 15 de agosto, após derrota para o Atlético-GO por 2 a 1 em Pituaçu.

Para o seu lugar, chegou o argentino Diego Dabove, que não durou muito tempo. Estreou perdendo para o Fluminense no dia 30 de agosto e foi demitido após derrota para o Corinthians no dia 5 de outubro. Apenas seis jogos e um adeus precoce.

Eis que a diretoria surpreende trazendo de volta Guto Ferreira, responsável pelo acesso em 2016, campeão do Nordeste em 2017 e do Baiano em 2018. O início de “Gordiola” foi muito bom, vencendo o Athletico-PR, chegou a ficar sete jogos invicto, deu uma grande esperança ao torcedor de que o Bahia poderia se salvar, mas aí o time perdeu o foco depois de uma derrota para o Flamengo por 3 a 0 no Maracanã, com erros de arbitragem. Daí por diante, o sofrimento foi aumentando e mesmo aos trancos e barrancos, o Bahia chegou na última rodada precisando apenas de si.

Bastava vencer o Fortaleza, assim como na edição de 2020. Porém, esse Fortaleza não era o mesmo daquele, que também lutou para não cair. O Fortaleza de 2021 estava alçando voos bem mais altos, com vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. O Bahia até saiu na frente, fez 1 a 0, deu novamente esperança ao torcedor, mas levou a virada, perdeu por 2 a 1, e viu o Juventude vencer o Corinthians, amargando assim o 18º lugar com 43 pontos e consequentemente o rebaixamento que já vinha amadurecendo desde aquele 2º turno do Brasileiro de 2019.

O Tricolor caiu junto com Grêmio, Sport e Chapecoense, e em 2022 disputará a Série B mais difícil de todos os tempos, com Cruzeiro de Ronaldo, Vasco e Grêmio, além de outros times que costumam dar trabalho. O rebaixamento reduziu o calendário de 2022 e também fez com que as receitas do Bahia caíssem mais de 40%, obrigando a diretoria a reduzir consideravelmente os gastos, perdendo jogadores importantes como Conti, Índio Ramírez, Gilberto, etc.

Com a queda, Bellintani decidiu pelas saídas do executivo de futebol Lucas Drubscky e do gerente Júnior Chávare. Mas o treinador permaneceu, Guto Ferreira renovou e segue para 2022, tentando repetir o feito de 2016, na época da gestão de Marcelo Sant’Ana. Resta aguardar essa “grande” reformulação para saber qual será o destino do Bahia em 2022.

O Bahia encerrou 2021 com 73 jogos disputados, entre Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, um aproveitamento de 47,48%. Foram 29 triunfos, 17 empates e 27 derrotas. Marcou 99 gols e sofreu 83.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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