Nessa minha extensa e intensa convivência com o futebol, não só como torcedor do Bahia, mas, também, como desportista, tenho visto acontecer de tudo, tanto em competições nacionais como em competições internacionais, principalmente, no que se concerne à podre, sórdida e viciada arbitragem do futebol brasileiro que, há décadas, tem cometido erros crassos e grosseiros em campeonatos estaduais, regionais e nacionais, anomalias que têm causado prejuízos incalculáveis para os clubes prejudicados e gerado bônus técnicos e relevantes ganhos financeiros para os clubes que são beneficiados, tudo isso encoberto e patrocinado pela famigerada máscara da “falha humana”.
No Brasileirão de 2005 o futebol brasileiro foi surpreendido com uma extensa e importante reportagem de capa da Revista Veja detonando um forte e organizado esquema de fraude na arbitragem protagonizado pelo ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho que integrava o quadro FIFA e era cooptado por investidores em apostas esportivas para “trabalhar” por resultados convenientes, além do aliciamento de outro ex-árbitro integrante do quadro da CBF, esquema que ficou conhecido como a “Máfia do Apito”, organização criminosa que obrigou o cancelamento de onze jogos apitados pelo mafioso Edilson, causando enorme prejuízo ao Internacional que tinha tudo para ser campeão, mas, quem acabou conquistando o título foi o Corinthians.
Infelizmente, todas aquelas denúncias que foram provadas e comprovadas tanto pela Polícia Federal como pelo Ministério Público, com “punições” para os (ir)responsáveis que deveriam ter apodrecidos na cadeia, mas, apenas, perderam o emprego, não foram suficientes para moralizar a arbitragem do nosso futebol e a safadeza continuou, continua e continuará, porque mesmo com a arbitragem de campo sendo coadjuvada pelo VAR os absurdos continuam, porque essa engenhoca de alta e precisa tecnologia é comandada por elementos humanos e quando os quatro camundongos que comandam o equipamento se mancomunam com os quatro camundongos da escala de campo ou vice-versa, o resultado do jogo poderá atender alguma conveniência.
E por ser um caso sem solução no futebol brasileiro, durante toda a semana que passou a podridão da arbitragem voltou a tona, com o Flamengo sendo garfado diante do lanterna e já rebaixado Chapecoense e a partir de então, o clube carioca exerceu pressão em cima da combalida e omissa comissão de arbitragem da CBF e o resultado da pressão deu logo um imediato resultado ao time carioca, quando nas caladas da noite anterior ao jogo, mudaram à escala do árbitro do jogo e, por incidência ou coincidência, o árbitro que foi escalado arranjou ou inventou um pênalti para o Flamengo, fato que abalou o fator emocional do Bahia, cujo time, se desestabilizou no jogo e acabou sendo prejudicado com uma contundente derrota.
O presidente Guilherme Bellintani que já vinha questionando a arbitragem desde o empate diante do Juventude quando o árbitro não assinalou um pênalti claríssimo a favor do Bahia e, também, no jogo diante do São Paulo quando o árbitro não concordou com o pênalti a favor do Bahia detectado pelo VAR, preferindo desconsiderar o lance, mas, no jogo subsequente, o lance da marcação do suposto pênalti a favor do Flamengo foi tão vergonhoso que chamou a atenção de toda mídia nacional, a diretoria do Bahia aproveitou muito bem os espaços oferecidos pela mídia nacional para os protestos e indignações, reclamações que deixaram de saia justa o presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues que não tinha outra opção a não ser, destituir da presidência da comissão o omisso e negligente ex-árbitro Leonardo Gaciba.
Não sei se a mudança feita pela CBF ao substituir Leonardo Gaciba por Alício Pena Júnior surtirá o efeito desejado ou seja, moralizar a arbitragem brasileira quando espero e torço que o Sr. Alício não seja aliciado por forças estranhas do futebol para praticar atos maléficos dentro da Comissão, no momento em que lhe foi dada pela CBF uma excelente oportunidade para desempenhar seu papel com autoridade, autonomia e honradez, evitando que retorne ao futebol brasileiro os bafos asquerosos da temerária e famigerada Máfia do Apito que maculou e denegriu a imagem do Brasileirão de 2005. Cruz Credo!
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.