A razoável largada do Esporte Clube Bahia no Brasileirão 2021

"SE O TRICOLOR VENCE O TIMÃO, ESTARIA COM APROVEITAMENTO DE QUASE 67%"

Foto- Felipe Oliveira/EC Bahia

Desde o retorno do Esquadrão de Aço à elite do futebol brasileiro em 2017, após passar os dois anos anteriores disputando o torneio de acesso da Série B, que o torcedor do Bahia sempre fica com uma pulga atrás da orelha, cercado de desconfianças e incertezas em todo início de Brasileirão, em função de algum fato negativo que antecedeu na competição ou até, por algumas nuances vividas pelo time durante a preparação para o difícil Campeonato Brasileiro.

 

Mesmo após conquistar o título da Copa do Nordeste de 2017 diante do Sport Recife, o torcedor se encontrava desconfiado e preocupado com a disputa do Brasileirão daquele ano, em função do time ter vindo de uma Série B. Já no ano subsequente àquela “tragédia grega” da perda do título da Copa do Nordeste para o modesto Sampaio Corrêa, em plena Arena Fonte Nova. Em 2019, com o time sendo um mero coadjuvante na mesma competição, e em 2020 sendo eliminado ainda na fase de grupos da Copa do Brasil logo na largada da temporada com o time sendo eliminado no jogo de estreia e, em seguida, dando vexame diante do Ceará, em pleno  estádio de Pituaçu, perdendo o título da Copa do Nordeste para o Vozão, foram fatos e fatores que mexeram com a cabeça do torcedor, induzindo-o a uma pré-desconfiança na boa desenvoltura do time em cada edição da competição.

Após um ano de 2020 atípico e complicado devido à pandemia lutando do início até o fim contra o rebaixamento, quando o recheado calendário do nosso futebol foi interrompido por quatro meses, situação que culminou com a ausência da pré-temporada 2021 que emendou com a temporada anterior, com o Bahia iniciando bem, tanto na Copa do Brasil como na Copa do Nordeste, sagrando-se campeão e fazendo uma campanha razoável na Copa Sul-Americana, mas, com o agravante do time não ter ido além da fase de grupos, sendo eliminado nas oitavas de final, quando perdemos a vaga para o Independiente da Argentina, tomando 3×1 do Torque City de Montevideo em Pituaçu derrota que, mais uma vez, além de trazer um certo incômodo e dissabor ao torcedor do Bahia o deixou, também, pessimista para o Brasileirão.

Como no futebol, torna-se difícil analisar ou avaliar um time em um, dois ou três jogos, esperei a realização das cinco primeiras rodadas para ter uma ideia ou fazer um juízo de valor a respeito do empenho e desempenho do time dentro de campo nos primeiros cinco jogos do Brasileirão como, também, tentar prospectar o comportamento da equipe no decorrer da competição, mesmo com o técnico Dado Cavalcanti sendo crucificado a cada jogo, por boa parte da torcida, independentemente, do time perder, empatar ou vencer.

Os cinco primeiros jogos do Brasileirão

O Bahia iniciou o Brasileirão goleando o Santos pelo placar de 3×0 no estádio de Pituaçu, dando a impressão de que a derrota por 4×2 diante do Montevideo City, três dias antes do jogo, não abalou a confiança ou o psicológico da equipe. Foi um jogo equilibrado e disputado nas duas etapas da partida, mas, no início do segundo tempo, o Santos resolveu dar um “apagão” e em apenas, sete minutos, o Bahia resolveu o jogo, faturando os primeiros de três pontos, diluindo um pouco a desconfiança do torcedor, mas, com muitos torcedores, mesmo com a goleada, criticando o treinador pelo “péssimo” desempenho do time, achando que o time venceu uma “galinha morta” que, por pouco, não foi rebaixado à segunda divisão do Campeonato Paulista. Na minha opinião, o Bahia goleou o Santos Futebol Clube que, apenas, não vive um bom momento na temporada.

Antes de enfrentar o Bragantino, em jogo válido pela segunda rodada, o Bahia confirmou sua passagem às oitavas de finais da Copa do Brasil, vencendo o Vila Nova/GO e posteriormente, empatou com o Bragantino por 3×3 num jogo em que o time de Bragança Paulista exerceu grande domínio, mesmo assim, o tricolor mesmo sem praticar um bom futebol, chegou a abrir 2×0 de vantagem, entretanto, o adversário virou o placar para 3×2, perdeu boas oportunidades de gols, mas, nos minutos finais o Bahia conseguiu o empate que, no final, mesmo com o Bahia abrindo boa vantagem no placar, acabou não jogando bem e o ponto conquistado acabou ficando de bom tamanho.

Após ter conseguido aquele bom resultado em Bragança Paulista, a grande expectativa do torcedor era o confronto diante do Internacional que estreou em casa empatando com o Sport e em seguida, foi goleado impiedosamente pelo Fortaleza no Castelão e, no retorno a Porto Alegre, foi eliminado da Copa do Brasil em pleno Beira-Rio levando 3×1 do Vitória, derrota que custou a demissão do seu treinador, mesmo sem estar comandando o time. Então, diante da crise do Inter, esperava-se que o Bahia se aproveitasse da situação e garantisse os três pontos num jogo que foi realizado em Pituaçu, o que não ocorreu, o Esquadrão de Aço fez uma péssima partida e acabou perdendo o jogo,  numa fantasma noite de sábado, levando um “gude preso” do time gaúcho.

Após o tropeço diante do Inter, o Bahia seguiu para Fortaleza para enfrentar o ex-temido Ceará, um adversário que já tinha imposto um tabu de oito jogos sem perder para o tricolor, mas, desde o dia em que o Bahia  conquistou, com autoridade, a Copa do Nordeste em plena Arena Castelão, o time cearense entrou em parafuso, se desestabilizou e passa por uma má fase na temporada (com eliminações na Sul-Americana e Copa do Brasil, além também da perda do Estadual). Como o Bahia não quer nem  saber da debacle atual do Vozão foi lá, não fez um grande jogo, mas, foi cirúrgico e efetivo, com Gilberto em tarde inspirada, fazendo o placar de 2×1 e trazendo os três pontos na bagagem.

Finalizando esse pacote de cinco jogos, quando o torcedor imaginava que o time fecharia a quinta rodada ocupando uma posição dentro do G-4 ou próximo deste seleto grupo, o tricolor enfrentou um Corinthians em crise e muito pressionado pelo seu torcedor em função da péssima campanha na temporada, mas, o modelo de jogo que o Bahia utilizou contra o Internacional parece que veio à tona, o time foi pífio, com Dado Cavalcanti argumentando que faltou agressividade, mas, vi que o quê faltou mesmo foi futebol, enfim, o jogo ficou no 0x0 e o Bahia acabou fechando a 5ª rodada com oito pontos somados, ocupando a 8ª colocação na competição.

Resumo da ópera

Nos cinco jogos disputados pelo Bahia nesse início de Brasileirão, onde em quinze pontos disputados o time somou oito, ou seja, obteve um aproveitamento superior a 53%, uma campanha razoável, a qual, classificaria como boa se o Tricolor tivesse vencido o Timão, já que estaria com um aproveitamento de quase 67%, um percentual compatível à classificação de Copa Libertadores, mas, infelizmente, não venceu.

Isto posto, se o objetivo do gestor ou gestores do Bahia é de brigar pelas primeiras posições da tábua de classificação, não só do Brasileirão mas, também, para ter êxito nas próximas fases da Copa do Brasil, torna-se imperativo contratar, ou melhor, reforçar o grupo, oferecendo boas opções ao treinador para as rotineiras substituições, tanto no decorrer do jogo como para o provimento de constantes ausências de titulares decorrentes de lesões ou punições por cartões, inclusive, com a aquisição de um substituto para Gilberto, cuja renovação de contrato ainda é uma incógnita e, independentemente do vínculo ser renovado ou não, ele deverá permanecer até o final da temporada, entretanto, tem que ter um substituto à altura para qualquer eventualidade.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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