O Bahia está fazendo de tudo para não permanecer na Série A

"a direção do Bahia está pagando para ver, e pode nos custar os olhos da cara"

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Por aqui após 6 meses sem chuva, essa semeia no campo, promessa de colheita farta! Minhas contas atrasadas, o décimo adiantou, no mês próximo debitará. Minha princesa, minha cadela entrou no cio, filhotes à vista! Minha prisão domiciliar voluntária, meu ostracismo social, tá duro, mas tenho mantido para meu próprio bem e dos demais familiares e etc… Ocupo-o nas leituras dos livros que comprei e nunca li, vai deixar de enfeitar a estante para adornar ou desinfetar minha mente. A linha da vida segue costurando, de vez em quando a agulha fura o dedo, mas faz parte da contextuação da vida. Eu sei que ninguém quer saber de nada disso, mas é o que tenho a dizer.

 

É, tô tergiversando vergonhosamente, viajando na maionese vencida da direção do Bahia, fugindo do vírus, do COVID-19 e das mágoas proporcionadas ultimamente, por torcer por uma Bahêa com um time sem alma. Fugindo-me, afastando-me da excelência do Blog Futebol Bahiano, que é informar e dar voz a todos, inauditos para grande mídia. Democratiza na prática a liberdade de expressão, enaltecer tamanho desprendimento não são meras bajulações e sim reconhecer a importância do espaço disponibilizado a todos os que o acompanha! Que aqui tem voz. O futebol baiano atual, mas do que nunca espelha a dupla Ba-Vi, seus mais maiores representantes nacional.

O primeiro luta, sem muita luta, sem e nenhuma regularidade, exceto nas derrotas, para cair, é isso mesmo que você leu, para cair, está fazendo de tudo para não permanecer na Série A: tem elenco, quando nada no papel, melhor no mínimo, que uns dez clubes concorrentes, o Cruzeiro também tinha, detalhe, bem melhor que o nosso atual. O Cruzeiro teve Mano, como técnico. Temos ele agora como nosso. Estamos perdendo gols feitos, tomando gols fáceis, o Cruzeiro, também passou por isso. Meu Deus! Será que estamos a cruzeirar em campo?

O elenco do Bahia, na teoria tinha tudo para atingir os objetivos traçados no início do ano, no entanto, no momento, torcemos e oramos para ficar na primeira, embora o time em campo, faça do nosso domingo e meio de semana uma eterna segunda-feira, o time joga como de segunda, terceira e quarta divisão! Assisti-los em campo é uma terapia masoquista, é como passar a noite mais longa da vida com dor de dente e no dia seguinte fugir de medo do dentista. É não gostar mesmo da gente e mais do Bahia! Não aconselho assisti-lo quem não tiver com as batidas do coração em dia.

Se o vírus do COVID-19, não nos matar, o vírus derrotista do Bahia poderá… Cada jogo é um teste de amor ou ódio, de tristeza ou alegria, de verão com chuva ou sol, que estamos a ver em Campo. Você é Bahia ou Vitória, tanto faz, nesse contexto, ambos representam o triste futebol baiano atual. Não tem base? Tem basta fazer uma excursão ao longo dos últimos 30 anos. A base dessa mediocridade está no futebol sem base.

Ambos abandonaram suas bases, seus verdadeiros tesouros, seus garimpeiros locais, conhecedoras dos rincões mais longínquos da Capital, desprezaram, menosprezaram, o exemplo, que eles próprios deram nos últimos 30 anos, com interregnos próximos, o Bahia foi o melhor do Brasil e o Vitória o segundo! Sabem com quem? É sabido, com jovens oriundos de suas bases e muitos deles nascidos por aqui.

Em épocas que não tínhamos a tecnologia que hoje temos de macheia. E o que fizemos com essa experiência vencedora? Hoje formamos ou tentamos formar jovens para o mercado interno e principalmente externo. E não para suprir e dar uma identidade emocional, efetiva ao clube que o revela, tantos anos, uma adolescência inteira no clube, para nada, salvo raras exceções! Quanto desperdício meu Deus, de sonhos, desilusões deles e de todos nós!

Tá aí base da mediocridade do futebol baiano, subestimaram os profissionais locais, e foram em busca de outros de outras pragas! Tem jeito, o que falta é coragem, humildade para saber que por mais que imaginamos que sabemos de tudo, nada sabemos!

Enquanto isso, vivemos incertezas, e a certeza que democracia não é somente votar e ser votado, é participação, é ouvir os verdadeiros donos do Bahia, nós torcedores, do que adianta ser adimplente, especialmente diante da besta fera que nos ameaçam. Se ninguém nos ouve? Tem muita gente que já era sócio-torcedor, isolado, pela distância, e tem o seu lugarzinho na Arena vago por centenas jogos, por amor ao time, ainda paga, para vê-lo na tv. Sem precisar de sorteios algum. E o que o time nos dar em campo, tristeza, decepção! Mas a quem reclamar?

Democracia é votar e ser votado, mas também é sobretudo participação, é ouvir a voz do torcedor, que não está nada satisfeito com o que ver, contratações foram feitas, e muitas delas não deram certo, ah dizer que um ano é “sui generis” atípico, é sabido, o que não é sabido é como resolver todo esse imbróglio, tá na cara!

Parece-me que a direção, está pagando para ver, e pode nos custar os olhos da cara, presidente, ouça seu torcedor, se tiver que tirar certos atletas, tire assuma a responsabilidade, isso não quer dizer que esses que tenham que se afastarem temporariamente ou definitivo não sejam bons profissionais, mas não estão em boa fase. Vai pagar para ver?

Está aí a cada jogo, só não ver quem não quer, se o senhor jogar, claro, dizer fizemos isso e isso pelo bem do clube, e amanhã, Deus livre e guarde, se não der certo, erramos juntos, se der certo, acertamos juntos, isso é democracia direta, verdadeira, isso é participação imperiosa dos verdadeiros donos do Bahia e que já foi um clube de uma oligarquia, não pode se tornar um clube de uma aristocracia intelectual. O Bahia com todo respeito é maior que vocês, o Bahia somos todos nós torcedores, nos respeitem, nos ouçam!

Muda essa zorra toda, fale conosco, faço um xaréu on-line, ou algo assim que tenha a participação de quem é invisível, sem voz, embora com voto, sem participação efetiva, passa a bola pra gente, o senhor é dono da bola temporariamente, mas não tem neste momento com essa bola toda, passa a bola presidente, ouçam-nos, passa a bola presidente.

Dê vida realmente a base, a nossa Bahia e região é rica em Baiacos, Beijocas, Zé Carlos, Charles e Bobôs, estão por aí esperando alguém descobrirem que existem. São pedras preciosas, joias brutas e que precisam de base e a nossa base deles, saia atrás deles, mas por enquanto passe a bola presidente, ouçam-nos.

Pois por aqui… Bateu o cruzeirar… Até tenho rezado, mais do que nunca: Senhor, se cometi algum pecado capital, que foi deixando “sub judice”, mas que agora resolveste, me castigar, castigue-me! Os daqui eu até posso negar e eles não têm como provar, mas a ti não tem como ocultar, sou réu confesso, castigue-me de qualquer outro jeito, menos vendo o Bahia jogar desse jeito… Que Deus nos livre e guarde! Amém!

Lázaro Sampaio, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

Deixe seu comentário