Sob “forte pressão” da torcida, Bahia inicia hoje a decisão do título do Nordestão

O torcedor do Bahia está sedento por esse título da Copa do Nordeste.

Foto: Mauro Akin Nassor / CORREIO

Sob “forte pressão” do seu torcedor, Bahia inicia hoje a decisão do título da Copa do Nordeste. Coloquei o termo “forte pressão” entre aspas porque, infelizmente, por razões óbvias, todos os jogos estão sendo realizados sem à presença de público nos estádios, mas, se o Caldeirão do PituAÇO estivesse cheio, haja pressão! Entretanto, tenho absoluta certeza que toda comissão técnica, jogadores e todo staff administrativo do clube têm ciência e consciência do tamanho da responsabilidade de conquistar esse título regional, um dos mais expressivos do futebol nacional, em função da abrangência que envolve nove estados situados na Região Nordeste, estados que representam 1/3 das unidades federativas do País.

 

Instituído nos anos noventa, o Campeonato do Nordeste ou, Nordestão, como era popularmente denominado pela mídia, foi uma competição que caiu no gosto do torcedor nordestino, com forte presença de público nos estádios, além da ampla cobertura da mídia, entretanto, mesmo com tanto sucesso de público, de bilheteria e grandes transmissões de jogos pela TV, só vingou até 2003. Vale salientar, que o Bahia sempre disputou todas as suas edições, sendo protagonista nos anos 2001 e 2002 quando levantou o título de Bi-Campeão do certame.

A partir de 2013, com a criação da Liga do Nordeste e com a chancela da Confederação Brasileira de Futebol-CBF, a competição foi totalmente repaginada, sendo rebatizada com o nome de Copa do Nordeste de Futebol, popularmente, conhecida como Lampions League , passou por muitas modificações, tanto em termos da quantidade de clubes participantes, como na forma de disputa e, o mais importante, proporcionando melhores cotas de premiação para os clubes, obedecendo os critérios de classificação.

E foi a partir dessa nova reconfiguração da competição que já tivemos no período de 2013 a 2019, sete campeões diferentes, sem ter havido nenhuma repetição de um clube ser campeão, mais de uma vez: tivemos o Campinense campeão de 2013; o Sport em 2014; o Ceará em 2015; o Santa Cruz em 2016; o Bahia em 2017; o Sampaio Corrêa em 2018; o Fortaleza em 2019 e o Bahia, se o técnico Roger Machado tiver a capacidade de se reinventar e botar esse time para jogar, com seus jogadores jogando um bom futebol individual e coletivo que eles têm condições de jogar, tenho plena convicção de que, a tradicional e cabalística mística tricolor, permitirá que o nosso Esquadrão de Aço quebre esse tabu, conquiste o título de 2020 e seja o primeiro clube a sagrar-se Bi-campeão da Lampions League de 2013 para cá.

Não sou a favor da troca constante de treinador ou, favorável à contratação de um treinador para cada temporada e, também, não analiso o trabalho do treinador por jogos realizados e sim, pelo conjunto da obra e, nesse item, Roger Machado não tem minha aprovação e creio, da grande maioria da Nação Tricolor. Fez um bom Brasileirão no ano passado, até à 26ª rodada , sempre dentro ou próximo do G-6. Mas, a partir da 27ª rodada quando perdeu, de virada em Pituaçu, para o Ceará por 2×1, o time desandou até a rodada final, que só não brigou para não ser rebaixado porque tinha “gordura” para queimar, mas, ainda conseguiu chegar ao final da competição em 11º lugar, mas, com o torcedor chateado porque viu o Fortaleza e o Goiás ficarem, respectivamente, em 9º e 10º lugares e até hoje, o treinador Roger Machado não conseguiu dar uma explicação plausível ao torcedor a respeito daquela queda tão brusca e repentina da equipe na reta final da competição.

Chegou a temporada 2020 e quando a torcida apostava todas as fichas no sucesso do time na Copa do Brasil, veio o desastre logo na estreia, com uma horrível derrota diante do River do Piauí e, consequentemente, a sumária e vergonhosa eliminação de uma competição tão rentável como a Copa do Brasil. Se presidente do clube eu fosse, juntando o vexame da reta final do Brasileirão, com uma desclassificação da Copa do Brasil diante do River, tinha agradecido os grandes serviços que ele já prestou ao Bahia e tinha o demitido porque futebol é resultado, além de uma boa conjunção no custo/benefício do profissional.

Agora, nas finais da Copa do Nordeste, o treinador Roger Machado terá a grande oportunidade de dar à volta por cima e ficar de boa com o torcedor, com a diretoria e, principalmente, ficar bem “na fita” com o presidente Guilherme Bellintani que, de acordo com o flagrante da TV, vibrou tanto na hora do gol de Daniel contra o Confiança, imaginemos a vibração do presidente-torcedor assistindo o Bahia conquistando a “Orelhuda”? Caso contrário, tenho certeza que o presidente não vai continuar remando contra a maré. Mas, para superar o Ceará, torna-se imperativo que Roger bote o time para jogar, até porque, o bruxo Guto Ferreira tem se dado muito bem no futebol nordestino, mas, à essa altura do campeonato, todos os ventos estão soprando a favor do Bahia, até o torcedor do Vitória que não é radical, vai torcer para o Bahia ser campeão porque, se o Ceará for campeão, no próximo ano o Vitória para disputar a Copa do Nordeste, teria que disputar os jogos seletivos da pré-Copa do Nordeste.

O PituAÇO é nosso, também. É revanche e espero e torço que o Bahia deslanche! O torcedor do Bahia está sedento por esse título da Copa do Nordeste.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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