O mundo obscuro do futebol brasileiro – Primeira Parte

O mundo obscuro do futebol brasileiro – Primeira Parte

"muitos falsos empresários estão ganhando dinheiro de forma desonesta"

O mundo obscuro do futebol brasileiro – Primeira Parte

Para quem tem a minha idade (53 anos) e gosta de futebol, tem viva na memória as lembranças de como era o futebol brasileiro em décadas passadas. Essa frase é necessária porque esse texto pode ser lido por muitos jovens que sonham em jogar futebol profissional em um grande clube do Brasil ou de outros países. Não faz muito tempo, o futebol brasileiro era romântico e funcionava de forma completamente oposta do que está acontecendo no momento. Era uma época em que jogar em um clube profissional – independente da localidade – era feita por méritos.

 

Depois da profissionalização mediante pagamento, divulgada amplamente na imprensa falada, escrita e televisada, o futebol tornou-se uma indústria em que muitos dirigentes, técnicos e falsos empresários estão ganhando dinheiro de forma desonesta e acabando com o sonho de muitos jovens. No combate a essa indústria, temos encontrado profissionais de diversos segmentos do mundo da bola que estão através de vídeos ou publicações orientando os jovens e seus familiares para não caírem nas armadilhas dessas pessoas de má índole.

A formação e, consequentemente, a projeção de jogadores de futebol era feita da seguinte maneira:

Os jovens jogavam futebol em ‘peladas’ realizadas em campos de terra batida, nas quadras de futebol de salão e nos campos que se formavam na beira dos rios e das praias. Quando tinha um jovem que se destacava por boa uma boa qualidade técnica ou por um bom condicionamento físico, aparecia a figura do ‘olheiro’ (pessoas que trabalhavam para algum clube e o levava para ser avaliado, ou algum torcedor que vendo seu talento o convidava para jogar no clube de coração). Esses observadores, mesmo detectando a deficiência física, técnica e tática dos jovens participantes dessas peladas de várzea, conseguiam de forma imparcial peneirar 01 (um) a 02 (dois) jovens talentos e o conduzia para passar por um período de teste no clube, e ao final muitos se adaptavam e prosseguiam na carreira, outros não.

O tempo passou e muitas coisas mudaram na formação de jovens jogadores de futebol. Algumas situações foram positivas e outras foram negativas.

Podemos iniciar pela redução absurda de espaços para os jovens jogar futebol de forma gratuita. Ao longo dos anos, os campos de pelada perderam espaço para o mercado imobiliário e não houve uma contrapartida por parte dos governantes e dos empresários. Na atualidade, para jogar futebol, os jovens têm que ser sócios de clubes que possuam quadras ou campos, ou então, se cotizarem para alugar um espaço denominado de Socyet ou um campo privado. Essa falta de espaço para a prática esportiva por parte dos jovens, os deixaram ociosos e com isso, o crime organizado tem aliciado e conquistado muitos adeptos.

Sem os tradicionais campos de ‘pelada’ e de campos em que realizavam partidas amadoras, o futebol amador começou a perder espaço e, como todos nós estamos carecas de saber, a esmagadora maioria dos jogadores de futebol surgiram nas ‘peladas’ ou no futebol amador. Independente da cidade que você resida, é fácil detectar a redução da quantidade de clubes amadores que existiam no passado e que existem atualmente. Muitos clubes deixaram de existir e a esmagadora maioria só estão ativos porque têm dirigentes e torcedores que tiram do próprio bolso para mantê-los vivos.

Nenhuma dessas duas situações é tão devastadora e nociva do que a presença dos falsos empresários do mundo da bola. Pessoas de péssimo caráter que devido a conivência de alguns dirigentes de clubes e pela falta de punição por parte das federações, dos Tribunais de Justiça Desportiva e da Polícia Civil, estão atuando livremente no mundo da bola e roubando dinheiro e o sonho de muitos jovens. Não tenho a menor dúvida que o maior adversário do futebol brasileiro é a presença dessas pessoas desonestas e de mau-caráter.

Em breve, mais um capítulo dessa triste realidade que está assolando o futebol brasileiro.

Por: Coronel Pontual

 

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Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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