Em entrevista recente, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, revelou a possibilidade de mudança na legislação para permitir aos clubes renovação contratual pelo prazo mínimo de 30 dias, já que o calendário atual só terminar em 2021. Nesta quinta-feira (07), o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, em entrevista ao site Globoesporte, se mostrou favorável à medida, mas destacou que precisa ficar restrita ao ano de 2020 e não continuar após a pandemia do coronavírus. Segundo o portal, ao menos 37 jogadores de 15 equipes da Série A do Brasileirão têm encerramento de vínculo antes do término de 2020.
“Acho que é uma proposta positiva. Permitirá a alguns clubes que não têm calendário o ano todo, que contratem pontualmente para encerrar os calendários que estavam em andamento. Dificilmente terão condições de contratar se ficar previsto o limite de 90 dias, e aí os campeonatos não acabariam e consequentemente os jogadores não teriam uma vitrine final. Acho que pode ser bom para todo mundo”, disse o presidente do Bahia.
A preocupação é maior para clubes com atletas que possuem término de contrato logo após o fim dos campeonatos estaduais, que estavam com conclusão prevista para abril, e para clubes com atletas encerrando vínculo no meio do ano, situação comum no futebol europeu. Segundo Bellintani, uma mudança mais longa na legislação será extremamente prejudicial para os jogadores.
“Acho que se houver grande resistência dos atletas, a proposta pode não acontecer. E pronto. E aí os campeonatos não acabam. É isso que vai acontecer na verdade. E aí ninguém joga. Porque os clubes pequenos têm muita dificuldade. Não adianta ter uma norma que não consegue ser aplicada na prática. Sou favorável, mas muito pontualmente para o momento da pandemia, para o ano de 2020. Se é uma proposta que permanece mais longa, é muito prejudicial porque permite que clubes façam apenas testes com jogadores, ao invés de fazer uma análise mais apurada, contratos muito curtos, o que vai gerar sub-emprego, principalmente de atletas que ganham muito pouco”, acrescentou.