A derrota no Ba-Vi agravou ainda mais a crise do Esporte Clube Bahia

num período de menos de 72 horas, Bahia causou angústia e aflição no torcedor

Fotos: Felipe Oliveira / EC Bahia

Mesmo involuntariamente, o torcedor brasileiro e, principalmente, o torcedor baiano, já se “acostumou” com os horários de jogos oficiais estabelecidos ou impostos pela TV às diversas competições nacionais e internacionais, haja vista que, tem uma máxima que expressa o que é óbvio: “quem paga, tem o direito de escolher a música a ser tocada” e, se a TV banca uma competição, é justo ou admissível que o canal escolha o horário mais conveniente para sua grade de programação, mesmo que o horário escolhido seja inconveniente para o torcedor. O telespectador que se exploda! E para não fugir à regra, mais uma vez, a TV vai de encontro aos interesses do desportista baiano, haja vista que, todos sabem que jogos aos sábados realizados às 18:00hs, trata-se de dia e horário atípico ao torcedor da Bahia ou, especificamente, ao torcedor do Bahia.

 

Isto posto, tivemos o primeiro Bavi da temporada nesse “climão” de sábado de verão chuvoso com a bola rolando a partir das 18:00 horas, horário que, reitero, considero sem nenhuma graça para prática do futebol, mas, por outro lado, desde que o mundo é mundo, no âmbito eclesial, representa um horário cheio de graça, por ser dedicado à Ave Maria. Mas, deixando à parte, os inconvenientes horários de jogos e insinuações religiosas, vamos repercutir todo o cenário em torno da partida e o jogo, propriamente dito, que é o quê interessa. Para início de análise, infelizmente, mais um Bavi curtido nas dependências da Arena Fonte Nova por um “samba de uma nota só”, ou seja, por torcida única. A “intolerância zero” que tem acontecido no nosso futebol em relação à presença de público nos Bavis, tem sido fruto de duas vertentes: a primeira é que, infelizmente, a falta de respeito, a falta de amor ao próximo e a incivilidade que impera no Brasil nos últimos anos, nos estádios de futebol e seus entornos onde já houve até homicídios, fez com que houvesse uma intervenção do Ministério Público.

Já a segunda vertente, é quanto ao MP vir sempre recomendando às entidades promotoras do clássico, torcida única, mas, os dirigentes não sabem ou, fingem não saber o significado da palavra RECOMENDAR, os quais, devem achar que RECOMENDAR, significa, DETERMINAR e em nenhum momento, o MP utilizou esse termo determinante para o clássico, mas, o fato é que, ao invés das partes envolvidas discutir o assunto objetivando encontrar uma solução que não prejudicasse o torcedor e tampouco o espetáculo, os dirigentes “baixam a guarda”, dizem amém ao Ministério Público, fica tudo por “um quilo” e um dos maiores clássicos do futebol nordestino continua enxovalhado, porque desde de 2016 que vem sendo realizado com torcida única, o que é profundamente lamentável.

UM BA-VI QUE AGRAVOU, AINDA MAIS, A CRISE DO BAHIA.

Quanto à partida em si, foi um jogo que marcou o primeiro clássico da temporada, válido pela fase de grupos da Copa do Nordeste, com cada time entrando em campo consciente dos seus respectivos problemas, principalmente, o Bahia que veio de uma ressaca “horríver” após uma eliminação precoce da Copa do Brasil quando após praticar um futebol bizarro e sem objetividade foi derrotado pelo time piauiense, teve que entrar em campo acabrunhado, de crista baixa e pressionado pela torcida, mais pela eliminação da Copa do Brasil no meio da semana, mas, também, pelo efeito retardado da insatisfação do torcedor tricolor, em função da acentuada queda técnica nos jogos da fase decisiva do Brasileirão do ano passado.

Já o Vitória, é um time que ainda está em processo de reconstrução, entrou em campo sem a presença do seu torcedor e como franco atirador e, provavelmente, até um empate seria lucro. Entretanto, fez um jogo equilibrado e bem administrado, soube ocupar os espaços em campo e logo na metade do primeiro tempo, tirou o zero do placar, tomou às rédeas da partida e já no final do primeiro tempo já vencia por 2×0. No segundo tempo, preferiu administrar o placar que lhe era muito favorável, vez ou outra, tentando ampliá-lo, aproveitando às falhas e o nervosismo do time do Bahia que pouco fez no jogo e quando aparecia atacando com algum perigo, se esbarrava no goleiro Ronaldo em noite muito inspirada, enquanto o goleiro Douglas, se mostrou muito inseguro na partida, achei que falhou em um dos gols e, mesmo meu coração querendo que eu diga que o resultado foi injusto, a razão fala mais alto e determina que eu diga que o placar fez justiça ao Vitória, não só porque apresentou um melhor futebol, mas, obviamente, por ter convertidas em gols, às chances que encontrou.

No mais, não adianta chorar pelo leite derramado, Inês já está morta com o caixão fechado e só nos resta que o presidente Bellintani, segure a cabeça de mamãe e venha a público para explicar ou tentar explicar à Nação Tricolor o que está acontecendo com o nosso querido Esporte Clube Bahia que num período de menos de 72 horas, causou tanta angústia e aflição nos milhões de corações tricolores. Afinal de contas, é como diria o polêmico e divertido Vicente Matheus: “Quem está na chuva, é pra se queimar”!

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor do Esporte Clube Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

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