Todo tricolor que torce para o Bahêa dentro de campo e acompanha os bastidores do clube fora das das quatro linhas, o que já engloba à gestão da Instituição BAHIA , tem ciência e consciência de que, embora às gestões posteriores às “capitanias hereditárias dos Guimarães” que foram detonadas com a providencial intervenção judicial ocorrida em 2013, cujo processo de mudança foi iniciado com o interventor Carlos Rátis, sucedido pelo presidente “tampão” Fernando Schmidt e a partir daí, com mandatos regulares, via eleição direta de Marcelo Sant’Ana e do atual gestor Guilherme Bellintani, ainda que todos esses gestores não tenham dado à resposta que o torcedor espera, carece e merece que é no quesito futebol, pelo menos, têm mostrado competência e persistência para tirar a Instituição da situação pré-falimentar em que se encontrava, com dívidas fiscais, débitos com fornecedores, passivos trabalhistas e outras anomalias.
Isso tudo que foi citado acima, não passa de um preâmbulo porque, só a partir de agora é que vou dissecar a respeito do título desse artigo que me permite fazer um comparativo pertinente às temporadas 2018/2019, ocasiões distintas, mas, intensas e recheadas de muitas alegrias, tristezas, contentamentos, descontentamentos, comemorações, frustrações, enfim, um monte de emoções. Não tenho paciência para fazer pesquisas para detalharr alguns dados estatísticos das respectivas temporadas, o que fez com que, recorresse à memória para relembrar, ainda que a grosso modo, fatos que marcaram ambas as temporadas, começando pela temporada 2018.
Pois bem, na aludida temporada, o presidente Guilherme Bellintani já começou errando, ao permitir o retorno do técnico Guto Ferreira, um treinador que teve o mérito de comandar o acesso do Bahia em 2016, após remontar o time já no meio da temporada, conseguindo vencer, em casa, todas as partidas de volta da Série B na Arena Fonte Nova, entretanto, logo após sagrar-se Campeão Bahiano em pleno Barradão e ter deixado encaminhado o título da Copa do Nordeste, o fator grana falou mais alto e o “Gordiola” acabou trocando o Bahia na Série A pelo Internacional que estava disputando à Série B, assim como já havia deixado a então Chapecoense na Série A para comandar o então Bahia na Série B, sendo sucedido pelo Enderson Moreira que assumiu o time e logo nos proporcionou a maior frustração da temporada que foi ter permitido o Sampaio Correa sagrar-se Campeão do Nordeste, em plena Arena Fonte Nova, completamente lotada.
Após aquele primeiro fracasso no ano, o time seguiu disputando à Série A, aguardando às oitavas de finais da Copa do Brasil, credencial obtida por ter sido Campeão da Copa do NE 2017, conseguiu chegar às quartas de final, após eliminar o Vasco da Gama, dando adeus à competição, após ter sido eliminado pelo Palmeiras. Como foi uma temporada “cheia” para o tricolor que chegou a disputar 75 jogos oficiais naquele ano, ainda tinha a chance de conquistar algo na Copa Sul-Americana, onde após eliminar o Botafogo/RJ nas oitavas de final, disputou às quartas em dois confrontos com o Atlético Paranaense, quando aconteceu as “trapalhadas da varbitragem”, que culminou com à eliminação do tricolor na competição, mas, seguindo na disputa do Brasileirão onde finalizou com uma pontuação de 48 pontos ganhos, ocupando à posição de 11° colocado, uma classificação de meio de tabela que nem cheirou e nem fedeu, por se tratar de uma posição que, mesmo credenciando o time à disputar à Copa Sul Americana da temporada subseqüente, manteve o time, tanto longe da zona de classificação à Copa Libertadores como da maldita e temida zona de rebaixamento.
Agora, fazendo um repasse e uma análise na temporada 2019 que, embora o time tenha iniciado com o então treinador Enderson Moreira que já tinha uma boa espinha dorsal do time do ano anterior precisando, apenas, de contratações pontuais para requalificar o time, não começou bem sua trajetória. Iniciou o Campeonato Bahiano colocando em campo um tal de time B que equivalia ou equivale ao atual sub-23 ou, simplesmente, time de transição, utilizando o time A ou o titular, apenas, para jogar à Copa do Nordeste. Não funcionou! Após várias rodadas cheias de tropeços, se à diretoria não mudasse de ideia, colocando o time A para jogar, não teria passado da fase de grupos e, conseqüentemente, não teria chegado às semifinais e finais do “Baianão”, quando venceu à duras penas, o Bahia de Feira em plena Fonte Nova, sagrando-se campeão.
Esse foi o primeiro cartão de visitas apresentado pelo time ao seu torcedor, prosseguindo na fase de grupos da Copa do Nordeste com uma pífia campanha que de tão ruim que foi, culminou com a não classificação à fase semi-final da competição, quando perdeu por 1×0 no Maranhão para o então time da Série C o Sampaio Correa, com direito a um golaço do time maranhense, gol que não concorreu ao Prêmio Puskas, provavelmente, por ter sido marcado por um time nordestino de pouco ou de nenhum prestígio no cenário nacional, entretanto, o Bahia seguia firme na Copa do Brasil e prestes à iniciar o Brasileirão.
O vexame da desclassificação imposto pelo Sampaio, forçou o presidente do Bahia demitir o treinador Enderson Moreira que já tinha sido vítima do time maranhense no ano passado em plena Arena Fonte Nova ao perder o título da Copa NE para esse mesmo Sampaio, contratando Roger Machado para dar uma “chacoalhada” no grupo que logo estreava no Brasileirão, objetivando recuperar o time no restante da temporada. E isto aconteceu porque o Esquadrão teve o mérito de chegar às quartas de final da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Grêmio, mas, jogando de igual para igual, sendo que o tricolor baiano iniciou à competição na primeira fase compondo os oitenta clubes, deixando setenta e cinco para trás, haja vista que, somente, cinco clubes dos oitenta que iniciaram à competição, chegaram às oitavas de final, juntando-se aos onze que entraram pela “janela”.
Já no Brasileirão, o Esquadrão de Aço fez uma excelente campanha no primeiro turno, somando 31 pontos, se posicionando na 8ª colocação, deixando à impressão de que brigaria no final por uma vaga na fase de grupos da Libertadores ou, no mínimo, se credenciava à disputar uma pré da competição. Ledo engano, o time deu uma “Caruara” braba a partir da largada do segundo turno, desandando de um jeito que chegou a nove partidas sem vencer, somando apenas, 18 pontos em 57 disputados, enfim, um fracasso tamanho família que, talvez, só os deuses do futebol, seriam capazes de explicar. Uma campanha para esquecer, mas, espero que tenha servido de lição para o Clube, nos próximos Campeonatos Brasileiros.
Resumo final: ainda que o time só tenha jogado 71 partidas oficiais em 2019 (quatro a menos que em 2018) e, embora reconheça à carência de títulos do Esquadrão de Aço que nessas últimas duas temporadas só conquistou dois escassos títulos estaduais, troféu que só é valorizado pelos torcedores do time que é campeão, mas, criticado, desvalorizado e esculhambado pela torcida do vice-campeão. Então, como o time tricolor ficou empatado na conquista de títulos estaduais em ambas as temporadas e empatado na classificação das duas temporadas (11°. lugar), posição que, como eu já disse, nem cheira e nem fede, como aconteceu em 2018. Mas, em função do time ter chegado às quartas de final da Copa do Brasil, após ultrapassar 79 clubes e, também, por ter feito uma excelente campanha no primeiro turno do Brasileirão, segura do início ao fim, mesmo fazendo o papelão que fez na segunda parte, imagino que a temporada de 2019, superou a de 2018.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.