Torcedores Mistos: Uma reflexão a ser feita pelos clubes do Nordeste

Torcedor Misto: Uma reflexão que deve ser feita pelos clubes do Nordeste

"Há uma necessidade de se mudar a cultura, mas não é fácil"

Torcedor Misto: Uma reflexão que deve ser feita pelos clubes do Nordeste

Em meio a muita discussão sobre os torcedores mistos e ao alto grau de intolerância que compõe o cenário nacional de polarização política, geográfica, econômica, etc., é importante mostrar aos clubes da região que essa é uma luta que deve ser erguida e trabalhada para as novas gerações de torcedores terem orgulho de torcer pelos clubes que representam sua região. O processo deve ser realizado com planejamento e expansão das marcas com seriedade e visão de marketing, afinal, os reflexos das ações dos clubes e da responsabilidade administrativa é que renderão frutos positivos e atrairá a atenção pelos times de nossa região.

 

Já entendemos que o processo histórico de mídia foi talhado a mitificar ídolos de clubes do eixo RJ/SP, em especial nos interiores, com a abertura do sinal de mídia de rádio e TV no final dos anos 1950 adiante, que mostrava exclusivamente transmissões destinadas a todo Brasil exaltando os jogadores desses clubes. Desse modo, a mitificação dos “heróis nacionais” se tornava fácil à massa que recebia essas informações, além das convocações para a seleção que tinha valor determinante para esses atletas. Assim tanto o ouvinte quanto o telespectador assimilava as informações impostas sem questionar e tomando para si o sentimento proximidade com ídolos distantes, explicado pela psicologia quanto ao afeto que sentimos pelos nossos ídolos ou por quem as mídias de massa mostram como tal.

O fato é que a falta de proximidade dos clubes das capitais do Nordeste com os interiores de seus próprios estados e a falta de profissionalismo histórica nas administrações dos clubes nordestinos, além da retrograda gestão politica dos mesmos, afetam diretamente a relação dos clubes desses estados na captação de torcedores exclusivos dos times que representam os seus estados.

A questão cultural e histórica é outro fator que atrapalha, pois em geral, os filhos começam a ter contato e afeto pelo clube de coração vindo de incentivo dos pais ou familiares que demonstram amor por algum time e sugere à criança um time ou o apresenta como possibilidade de ser sua paixão de vida e atualmente a disputa se expandiu com torcedores mirins de clubes do exterior.

Os times do nordeste tem que deixar de ser o “segundo” time das pessoas e os clubes devem criar ações para que sejam os únicos que encham de orgulho ao seu torcedor. Ainda se ouve muito: “TORÇO PARA O TIME DO EIXO, MAS GOSTO DO TIME DO MEU ESTADO!!!”.

Há uma necessidade de se mudar a cultura, mas não é fácil, mas o fortalecimento passa por administração, exposição dos clubes às pessoas do seu estado, ações de marketing e pontos ou embaixadas em cidades polos, jogos de equipes de base nas cidades com mais constância, mesmo com difícil logística, transparência na gestão, fortalecimento das mídias sociais, ações afirmativas e principalmente a permanência na elite do futebol para atrair maiores investimentos e trazer jogadores de potencial elevado técnico e isso é um processo a médio longo prazo e deve ser um trabalho diário.

Para as equipes do Sul/Sudeste é confortável manter o panorama atual, pois quando entram em crise recorrem ao nordeste ou norte para se safar, onde se concentram muitos torcedores e conseguem fugir de suas crises de público ou financeiras enchendo seus bolsos e expandindo suas marcas por aqui, tal como é feito com a seleção brasileira, que na hora da dura, rapidamente recorre ao nordeste para ter apoio, mas sempre aparecemos como último caso.

A rivalidade no nordeste tem que ser feita de maneira inteligente e não tornar isso uma inimizade, pois essa postura favorece o afastamento de investidores e facilita a “fuga” do interesse de torcedores pela marca local que fica enfraquecida, se inspirar nas torcidas argentinas que são polarizadas e mesmo rivais, torcem pelo seu e pronto e não vendem seus mandos de campo para dar vida boa a clubes que não tem nenhuma proximidade com suas regiões priorizando seus locais.

A REFLEXÃO DEVE SER FEITA PELOS CLUBES, POIS NOSSO POTENCIAL É GIGANTE E TODOS TÊM QUE ENTENDER QUE NÃO HÁ ESPAÇO PARA AMADORES EM NENHUM CAMPO DE ATUAÇÃO, ESPECIALMENTE NO FUTEBOL PROFISSIONAL.

Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

 

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Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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