Principal destaque do Flamengo e talvez o melhor jogador da atualidade no futebol brasileiro, o atacante Bruno Henrique tem uma história de superação, como muitos outros atletas com o sonho de se tornar jogador profissional de futebol já tiveram e mesmo ouvindo NÃO de forma repetitiva, conseguiram alcançar os seus objetivos. O ex-lateral Cafu é um exemplo, sendo rejeitado em nove clubes e depois se tornado o capitão do pentacampeonato da Seleção Brasileira em 2002, além das passagens de destaque por São Paulo, Palmeiras, Roma e Milan.
No caso de Bruno Henrique, foram 20 times no início da carreira e todos recusaram, entre eles, Bahia e Vitória, além de outras agremiações do Nordeste como Sport-PE, CSA, Santa Cruz e Náutico. Segundo o empresário Denis Ricardo, o jogador ouviu não de Santos, Botafogo, Atlético-MG, Ponte Preta, Guarani, São Caetano, América-MG, Santa Cruz, CRB, CSA, Vitória, Bahia, Sport, Náutico, América-RN. “Tentei colocá-lo até no Sporting Cristal, do Peru, onde eu já havia jogado. Mas também não consegui”, relembra Denis, que começou agenciar a carreira do atacante em 2011.
O que mais chateava o empresário e o atacante era o fato de os clubes nem darem oportunidade. A recusa estava quase sempre associada ao detalhe de que Bruno Henrique não havia feito categoria de base e só surgiu aos 21 anos de idade, depois de ser campeão, artilheiro e o melhor de um torneio de várzea em Belo Horizonte. “Eu cheguei a sugerir que o América-MG o deixasse treinando sem pagar nada, apenas para ter a chance de avaliá-lo de perto. Mas nem isso foi possível”, relembra Denis, referindo-se ao ano de 2013.
Sem desistir, o jogador conseguiu uma chance no Itumbiara, que jogava a segunda divisão do Campeonato Goiano. Ele terminou como vice-artilheiro da competição, com nove gols em 12 jogos, e teve papel importante no acesso à elite estadual. Em seguida, com muito sacrifício, Bruno Henrique foi aceito pelo Goiás. Mas o Esmeraldino o olhava com enorme desconfiança, tanto que só fechou mediante um contrato de produtividade, que poderia ser rompido depois de três meses.
“Nem o Bruno Henrique sabe, mas, no fim do primeiro mês, me ligaram do Goiás para dizer que eu poderia procurar clube. Porque ele não ficaria por lá”, recorda Denis, que preferiu não dividir a informação com o atacante, temendo que aquilo o desestabilizasse. No mês seguinte, o segundo, Bruno Henrique virou titular absoluto do Goiás e, tempos depois, acabou vendido para o Wolfsburg, da Alemanha, por € 5,5 milhões. Retornou ao Brasil para defender o Santos e depois foi comprado pelo Flamengo por R$ 23 milhões onde tem 25 gols em 50 jogos e é um dos principais jogadores do time finalista da Libertadores e com o título brasileiro encaminhado.