Ver o Bahia jogar tem sido um conflito entre a esperança e a realidade

Temos um bom elenco, mas falta entrosamento do time

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Ver o Bahia jogar tem sido um conflito entre a esperança e a realidade. Desde o primeiro jogo da temporada, contra o CRB, o torcedor espera um futebol que combine com os investimentos e com a qualidade dos jogadores contratados. A realidade mostra que o sonho é bem menor.

O elenco é bom. Temos boas peças para todas as posições. Não é o que podemos chamar de ideal, mas é um elenco possível, dentro da realidade financeira e de mercado. A capacidade de investimento do Bahia não é grande e isso impede a vinda de grandes jogadores, disputando com os salários de outras realidades. Acrescente que o mercado não tem oferecido nomes de encher os olhos. As possíveis contratações são sempre boas apostas, sejam os emergentes ou os recuperáveis, nem sempre com a resposta rápida para o que pretendemos.

Esse bom elenco tem dado à torcida uma expectativa de grandes atuações. Começamos o ano falando em Libertadores. Os dirigentes ganharam imensa moral. Os adversários se tornaram presas fáceis. Os clássicos seriam goleadas. A Copa do Nordeste e o Campeonato Baiano estavam garantidos. A Copa do Brasil e a Sul Americana eram, com algum esforço, possíveis. Tudo isso antes de entrar em campo ou antes de o tempo passar e não se concretizar um time arrumado.

A realidade é que o rodízio excessivo de jogadores, as convicções dos técnicos em suas escolhas, o calendário apertado e a qualidade dos adversários, destruíram os sonhos do Esquadrão. O Bahia não tem um time entrosado e teve dificuldades com times de Série D.

Temos bons jogadores sem render o que podem, jogadores limitados ocupando vaga de jogador diferenciado e a obrigação de escalar jogadores limitados. A diretoria demorou de mudar o planejamento, os técnicos não se desprendem do conservadorismo e o time se torna previsível. Antes até perdia muitos gols, agora nem isso.

Na realidade, o Bahia frustra seus torcedores. O objetivo é fugir do rebaixamento. A ambição é o 10º lugar, nas palavras do presidente. Tristeza profunda que uma sequência de bons resultados cura rapidinho. As fórmulas para fazer esse time jogar são variadas, para essa imensa torcida que atua como técnico nas arquibancadas. Para mim, tem que entrosar um time, sem desperdiçar talentos: nisso inclui-se a ideia de Gilberto e Fernandão jogarem juntos.

Roger terá tempo para começar seu trabalho, com a segunda semana livre, desde que chegou. Antes das minhas convicções, tenho confiança no técnico, porque não acredito que ele aceitaria trabalhar sob a pressão de interferências externas. O trabalho é dele. Eu fui convencido de que ele é uma boa contratação quando mostraram que arma times para valorizar o toque de bola. Teremos a parada para a Copa América. Mais tempo… esperança!

Luís César Padilha, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

Deixe seu comentário