Roger Machado concede 1ª entrevista coletiva como treinador do Bahia

Treinador falou sobre Enderson, metas, VAR e características

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Esporte Clube Bahia apresentou na manhã desta sexta-feira (05) o seu novo técnico com contrato até o final de 2020. Roger Machado, de 43 anos, que concedeu sua primeira entrevista coletiva como treinador do Bahia, na sala de imprensa do Fazendão. Apresentado pelo diretor de futebol Diego Cerri, o treinador explicou como gosta de ver o seu time jogando, que é um futebol que preza pela posse de bola e jogo apoiado, além de ter falo sobre Enderson Moreira, VAR, metas no clube, eliminação na Copa do Nordeste, entre outros assuntos.

“No futebol brasileiro dificilmente você faz um trabalho sozinho. Sempre você chega e faz um trabalho de muitas mãos. O que quer dizer isso? Quando me ofereceram a oportunidade no Grêmio, o Felipão havia saído do clube. Mas quando cheguei naquele ambiente, a instabilidade gerada e apontada nos maus resultados talvez tenha acontecido por ter experimentado muitos jovens. A instabilidade o tirou do cargo, mas me deu a oportunidade de chegar sabendo quais jogadores poderia usar e que resposta teria. Chego na saída do Enderson afirmando que chego com campo fértil. Também recebo um material humano, estrutura tática bem montada, que permite dar continuidade colocando o que entendo que seja correto. Precisamos da compreensão de todos. Sabemos que o torcedor é apaixonado pelo clube, por isso a instabilidade em campo gera pressão no comando diretivo e as vezes opta por trocas. Espero que as vitórias balizem nossa continuidade”

“Gosto do jogo de posse, jogo apoiado. Mas tendo o jogo de posse como meio, não como fim. A posse de bola serve como objetivo para desestruturar a linha de defesa, para identificar o momento e atacar e ter profundidade, sendo agudo em direção ao gol adversário. Alguns trabalhos priorizam isso. Hoje era o trabalho de início e final de recuperação, após eles terem descansado. Uma parte com todos, outra com aqueles que precisavam de maior volume. Muito trabalho de passe hoje porque entendo que com esses dois fundamentos, o passe e com o domínio, se tiver bem controlado, você consegue fazer boa aparte do jogo, tendo retenção, sem dar o objeto do jogo para o adversário”

Veja abaixo outros trechos da entrevista do novo treinador:

 

Intensidade no trabalho
– Acredito que importante independente do tempo que vai disponibilizar e colocar na sessão de treinamento, que ela seja muito intensa. Nada melhor do que chegar e ir par ao campo. Antes obviamente tive a apresentação formal, pude conversar com eles lá em cima. E partir para o campo e ir efetivamente para o trabalho. Gosto dessa conduta mais dinâmica do treino, atividades com muita intensidade e com envolvimento de todos, sempre que possível. Alguns atletas estavam voltando da folga, merecida, pela rotina de jogos desgastante acumulada ao logo do ano. Importante ir para o campo e trabalhar alguma coisa.

Metas
– Participar desse projeto de fazer o Bahia cada vez maior. É o maior do Nordeste, vem em um crescente há alguns anos, parte importante da administração é levar o Bahia novamente ao caminho das conquistas. E a cada ano conseguir elevar o nível. Quero muito participar desse projeto e marcar a história do clube.

Primeiro contato com o elenco
– Gostei muito do que vi. Desde a primeira impressão, na chegada ao clube, até o contato mais próximo dos atletas. A maioria já tive a oportunidade de, senão trabalhar eles, trabalhei com alguns, outros joguei contra. Efetivamente você vai conhecer os atletas no dia a dia, trabalho diário. E isso demanda trabalho de observação, contato, muita conversa. Por isso vou me dedicar muito a isso, questões táticas são importantes, mas conhecer o atleta, gerir o grupo é fundamental nesse processo. O tempo vai me dar essa garantia, de conhecer os atletas e saber quais ferramentas posso usar com cada um.

Estrutura
– Desde o primeiro momento que entrei na estrutura do clube percebi que o material humano à disposição, os profissionais são muito capacitados e vivem bastante o dia a dia. A estrutura que a gente tem permite que a gente faça tudo o que a gente quer. O clube e a estrutura passam por adequações para que os funcionários do clube se sintam à vontade. O clube deve ser um lugar em que o atleta tem horário marcado para chegar, para se sentir à vontade para evoluir e melhorar a produção dentro de campo. Isso o clube oferece. Tem a possibilidade do espaço físico dentro da estrutura para modelar da forma que cada profissional entende como necessário. Vejo com muita felicidade o que encontrei aqui e a possibilidade de conjuntamente continuar construindo a história do Bahia.

Contrato
– Futebol vive de resultados. Embora isso faça mais parte do futebol brasileiro, mas é tendência no futebol mundial. Poucos clubes têm treinadores por longuíssimas datas e a maioria deles acaba encerrando um ciclo muitas vezes relacionados a resultados, outras porque simplesmente precisa ser encerrado. A gente chega no clube para vencer o próximo compromisso, o contrato longo mostra que o clube planeja que o envolvimento seja mais duradouro, que isso se transforme em conquistas. Assim com a gestão do clube teve continuidade de linha de raciocínio, de pensamento e gestão, e hoje está colhendo frutos da continuidade, o trabalho do campo demanda uma importante adaptação a questão de estar chegando no clube, gradativamente você consegue impor a sua metodologia. Mas os resultados precisam balizar para ter longevidade no cargo.

Aproveitamento
– No futebol brasileiro dificilmente você faz um trabalho sozinho. Sempre você chega e faz um trabalho de muitas mãos. O que quer dizer isso? Quando me ofereceram a oportunidade no Grêmio, o Felipão havia saído do clube. Mas quando cheguei naquele ambiente, a instabilidade gerada e apontada nos maus resultados talvez tenha acontecido por ter experimentado muitos jovens. A instabilidade o tirou do cargo, mas me deu a oportunidade de chegar sabendo quais jogadores poderia usar e que resposta teria. Chego na saída do Enderson afirmando que chego com campo fértil. Também recebo um material humano, estrutura tática bem montada, que permite dar continuidade colocando o que entendo que seja correto. Precisamos da compreensão de todos. Sabemos que o torcedor é apaixonado pelo clube, por isso a instabilidade em campo gera pressão no comando diretivo e as vezes opta por trocas. Espero que as vitórias balizem nossa continuidade.

Eliminação da Copa do Nordeste
– Diego falou um pouco sobre as eliminações. E quanto isso é frustrante par ao grupo do trabalho e para o torcedor. Ficar fora da Sul-Americana e da Copa do Nordeste. Havia uma projeção grande. Uma expectativa grande que foi gerada, o clube gerou pelo ano anterior. Todas as competições que o clube entra é para tentar conquistar. Mas não foi possível nesse começo de ano, o que gerou essa instabilidade. Agora, o ano ainda está corrente, temos o Baiano, o segundo jogo da Copa do Brasil e o Brasileiro, com tempo de recesso para trabalhar, em função da Copa América. Tempo de trabalho é sempre bom para colocar usas ideias, mas quando se tem esse tempo, se entende que tem que ter os melhores resultados possíveis no retorno. A gente sempre pede tempo para trabalhar, isso nos traz essa pressão. No retorno, quando os resultados não são alcançados imediatamente, gera frustração. Isso nos dará tempo para modelar a forma que considero ideal para a equipe jogar, respeitando e entendendo muito da forma como a torcida gosta de ver o time jogar. Pego um campo muito fértil deixado pelo Enderson até esse momento da temporada.

VAR
– Eu já dei minha opinião, acho que o árbitro de vídeo veio para permanecer, ajudar e corrigir as injustiças. Porém, na minha opinião, a atribuição da solicitação deveria ser pelo time protestante. Não pela equipe de árbitro de vídeo, que está analisando o jogo em loco e pode decidir se o lance é polêmico ou não. Para tirar ou dar essa prerrogativa de um novo julgamento para a equipe que se sente prejudicada no lance. O técnico pede, o árbitro revê, se estiver correto, pode ter nova pedida, se estiver errado, perde a chance. Ou determinar um número de solicitações por tempo, assim como ocorre em outros esportes. Quem pede no tênis é o atleta, quem pede no vôlei é o treinador. Para mim é um ajuste possível, que pode corrigir algumas incoerências que acontecem.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

Deixe seu comentário