“Não foi dinheiro o problema e sim muito amadorismo”, desabafa Escudero

Jogador divulgou uma nota na sua conta na rede social

Através de uma longa nota divulgada nas redes sociais, o meia Damián Escudero explicou com detalhes a decisão de não aceitar ficar no Esporte Clube Vitória. Segundo o jogador, o clube no momento de assinar o contrato apresentou uma proposta diferente do que anteriormente foi acordado. Além disso, o atleta diz ter sido muito paciente nas negociações que segundo ele foram “muito desgastantes”. Ele também destacou que os relatórios médicos, da parte fisiológica e da comissão foram positivos, e afirmou que não foi por dinheiro que não aconteceu o acerto e sim por muito amadorismo das partes envolvidas.

Sem atuar desde 2017 quando defendia o Vasco da Gama, o argentino inicialmente seria avaliado por 30 dias e caso fosse aprovado pela comissão técnica, assinaria um contrato de produtividade até o final do ano. Sua última partida aconteceu no dia 17 de setembro de 2017, no duelo entre o Vasco e o Corinthians. Com o encerramento das negociações, o jogador retornará à Argentina.

Escudero tem 31 anos e defendeu o Vitória por três temporadas (2013, 2014 e 2015), participando da melhor campanha do Leão na Série A chegando perto da classificação para a Libertadores. No total, foram 93 jogos pelo rubro-negro e 18 gols marcados. Deixou o clube baiano no final de 2015 para jogar no Puebla do México, mas retornou ao Brasil em 2017 contratado pelo Vasco onde atuou 20 jogos anotando um gol. O jogador ainda acumula passagens pelo Vasco, Atlético-MG, Boca Vélez Sarsfield (ARG), Grêmio, Valladolid (ESP), Villarreal (ESP) e Puebla (MEX).

Veja abaixo a nota do jogador:

 

Hoje é um dia muito triste para mim. Estou saindo do Vitória e tomando a decisão de não ficar. Vou explicar a situação. Foi muito desgastante, e eu tive a maior paciência do mundo para tentar chegar a um acordo. Mas infelizmente as pessoas que levaram adiante a negociação acabaram atrapalhando muito o processo para eu ficar. Eu ontem saí do Barradão às 22h30, mas não foi resolvido nada.

Hoje o Rafael Carvalho ( que estava fazendo a intermediação) me enviou uma mensagem falando que o presidente já tinha o contrato na mesa e que era para eu ir no Barradão assinar. Fui no clube e quando cheguei lá, o acerto era diferente do qual Rafael tinha me passado. Então isso aí foi a gota que acabou por eu tomar a decisão de não ficar no Vitória. Sendo que essa foi a terceira vez que me sentei (só hoje foram duas vezes) na frente do presidente para assinar e não acabou acontecendo.

Eu sei a situação do Vitória, eu sou um cara que me sinto em plenas condições de ajudar o clube. Queria muito ajudar a devolver a Vitória para Série A, mas isso aqui não é questão de dinheiro, por que eu queria muito jogar pelo Vitória novamente. Eu falei para o presidente que com esse contrato eu tinha que tirar dinheiro do meu bolso para viver. E ele se comprometeu a procurar uma solução, mas já foi muito tarde. Adiaram a reunião da última sexta feira para segunda-feira, com o presidente alegando pra mim que era para eu fazer um coletivo, onde ele ia me avaliar junto à comissão técnica (coisa que não foi assim) .

Eu fiz o coletivo, me senti muito bem. Os relatórios médicos, da parte fisiológica e da comissão foram positivos. Ou seja, só faltava o presidente ver que eu estava bem. Aí acabou perdendo três dias muito valiosos para finalizar com a negociação e assinar na segunda-feira. Então nos reunimos segunda-feira e o presidente veio com uma proposta muito abaixo do esperado e que a empresa de intermediação havia me passado.

Então é isso o que aconteceu. Quero que fique bem claro que não foi dinheiro o problema e sim muito amadorismo das partes envolvidas para fechar uma negociação que era muito simples sempre desde que todos nós falássemos a mesma língua ( português).

Eu queria muito agradecer ao Vitória por ter me abertos às portas para me recuperar e me deixar 100% para o meu futuro. É uma pena, sabendo o sentimento que eu tenho pelo Vitória, ver o clube na situação que está e não vejo que as coisas estejam sendo feitas para melhorar. Muito pelo contrário: nada é por acaso, né? Queria agradecer o carinho da torcida na rua, isso para mim vale muito mais que qualquer outra coisa.

Eu queria muito ficar para ajudar ao clube, mas desse jeito eu me senti tratado como um moleque nessa negociação pelas partes envolvidas. E no mínimo eu mereço respeito. Eu posso ser contratado ou não, é normal, lógico, e eu respeito. Mas ser tratado dessa forma? Eu acho que foi isso o que fizeram que eu tomasse a decisão de ir embora. Graças a Deus tive a honra de jogar em grandes clubes a nível mundial, e não merco passar por esse tipo de coisas. E por último agradecer muito mesmo aos funcionários do Vitória. Os fisioterapeutas, corpo médico, o pessoal da academia, da transição. Eu estou saindo triste, mas sabendo que vou ver a minha família que amo muito e que sempre estão do meu lado mesmo estando longe. Eles sabem do sacrifício que eu fiz para ficar no Vitória, mas que infelizmente não deu certo!

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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