A Rede Vitória Sem Fronteiras parou
Criada oficialmente em 28 de março de 2015, a Rede Vitória Sem Fronteiras é uma articulação 100% de torcedores do Vitória e busca integrá-los em qualquer parte do mundo. Nosso trabalho monitora os torcedores residentes ou viajantes de cada região para inseri-lo nos grupos de torcedores já existentes ou para criar uma torcida a partir dos rubro-negros identificados.
Em tão pouco tempo, chegamos a ter mais de 20 torcidas do Vitória reunidas fora de Salvador. Um fenômeno marcado pela luta de várias pessoas para manter este organismo vivo, que reflete no resgate da identidade rubro-negra e baiana, exaltando o sentimento de pertencimento, além de fortalecer a marca do Vitória Brasil afora. Tudo sob a condução de um amor que não mede distância.
Mas, mesmo com tanta luta para manter diferentes torcedores reunidos tão distantes do Barradão, nós perdemos a batalha para Ricardo David e Chico Salles, pessoas que estão destruindo o Vitória sem a menor vergonha de fazê-lo.
Estamos acompanhando com tristeza a onda de encerramento de atividades de manifestações rubro-negras, como torcidas, páginas em redes sociais e canais de vídeo. Um clube não existe sem a sua torcida e uma torcida não persiste sem declarar diuturnamente o seu amor pelo clube.
A Rede Vitória Sem Fronteiras não acabou. Mas parou. Parou pela impossibilidade de administrar desta forma uma estrutura com tamanha capilaridade pelo país e cujo funcionamento depende da união de todas as torcidas integrantes e de torcedores, mas estes estão cansados da incompetência, do sofrimento e da falta de perspectiva.
Este processo não de agora. Os últimos meses tem sido de um paralisante afastamento dos torcedores do Vitória pelo país. Muitos desapegam pelo bem da própria saúde mental, pelas relações familiares, sociais e de trabalho, que são tão afetadas pelo caos que o Vitória vive. Com isso, não temos conseguidos nos reunir para assistir aos jogos com quantidade significativa de torcedores e temos poucas pessoas dispostas a liderar a recondução do torcedor à sua paixão que é o Vitória.
Nem todos os torcedores são fanáticos. Nem todos são “modinha”. Nem todos são sócios. Nem todos não são. Mas, todos são Vitória. E todos formam sua torcida, o único agente capaz de manter vivo o nosso clube. E para o qual foi virado as costas.
Ricardo David, vulgo Rolando Lero, transformou-se no maior pária da história do Vitória, por sua total incapacidade de ser algo melhor como ser humano. Não faltam adjetivos para nomear sua ridícula inabilidade, sua contumaz falta de verdade e sua falta de nobreza. Será um ninguém na biografia do Vitória. Apostamos que sequer voltará a pisar no Barradão, tal qual fazia antes de ser alçado a diretor de marketing.
Numa coisa, porém, temos que admitir que ele estava certo. Quando ainda atuava no marketing do Vitória, na gestão Falcão, e quando se discutia a abertura do Vitória para eleições democráticas, ele pontuou para um grupo de torcedores que este não seria o encaminhamento dos administradores do Clube, pois poderia permitir que um mal intencionado investisse alguns milhares de Reais para se eleger presidente e deixar prejuízo para o clube. Sim, ele alertou a todos sobre o que faria, deu publicidade ao seu plano maligno de destruir o Vitória anos antes de se concretizar e não percebemos.
Mas, nosso recado desta vez não visa listar as falhas de Ricardo David. São menos de dois anos na presidência do Vitória – parece incrível -, mas precisaríamos de páginas e mais páginas para fazer a relação de erros. Eles são de conhecimento público.
Nossa mensagem é de tristeza, mas também de esperança. Esperança de que a Rede Vitória Sem Fronteiras consiga reestabelecer a grandiosidade do seu trabalho e que o Vitória volte a ser um clube respeitado tão breve possível. E que quem fez tão mal ao Vitória e à sua torcida pague dobrado por isso.
“Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Lá lá lá lá laiá”
(“Apesar de você” – Chico Buarque)